Escritos Sociológicos
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Adriano Duarte Rodrigues
Sessão Semi-Plenária Mundos Sociais: Saberes e Práticas
I – Comunicação, Conflito e PoderLuís Moita
Sessão Plenária Mundos da Sociologia, Sociologias do MundoEngrácia Leandro
Sessão Semi-Plenária Diversidade de Mundos Sociais
I – Família, Educação e SaúdeJosé Madureira Pinto
Conferência Mundos ComunicadosMaria de Lourdes Lima dos Santos
Sessão Semi-Plenária Mundos Sociais: Saberes e Práticas
III – Política e CulturaMarinús Pires de Lima
Sessão Semi-Plenária Diversidade de Mundos Sociais
II – Trabalho e OrganizaçõesSalvador Giner
Sessão Plenária Desigualdade e Justiça SocialVítor Matias Ferreira
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Conferência de fim de tarde
Mundo Globalizado: Projecto e Risco
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Arte, Cultura e Comunicação
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320 - A imagem na realidade cultural do pós-modernismo
Neste ensaio tem-se como objectivo primordial fornecer pistas acerca da inserção da imagem na configuração cultural do pós-modernismo. Ao mesmo tempo, dá-se espaço a uma breve digressão em torno da relação entre pós-modernismo e acumulação flexível, substrato matricial de onde emana o objecto de estudo em questão. O fetichismo da mercadoria – tendência intrínseca ao modo de produção capitalista – surge, paralelamente, como um outro vector essencial a partir do qual se conceptualizam as teses desenvolvidas acerca da transmutação imagética, do primado da imagem e do efeito de desmaterialização instilado por aquela na percepção das relações sociais. Constitui-se, assim, uma cadeia conceptual com o propósito de interligar fenómenos e processos sociais apenas aparentemente dispersos entre si, como a organização da base produtiva do capitalismo, a realidade cultural deste último e o posicionamento da imagem dentro de todo esse enquadramento mais vasto.
Autores: João Paulo Valente Aguiar; João Valente Aguiar;
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290 - A leitura em Portugal: perfis e tipos de leitores
Nesta comunicação retomam-se os dados do inquérito à população portuguesa A Leitura em Portugal (realizado pelo Observatório das Actividades Culturais no âmbito do Plano Nacional de Leitura), com especial incidência nos perfis sociográficos e nos tipos de leitores de livros. Pretende-se, deste modo, detectar as características em que a população portuguesa segue – ou, pelo contrário, se distancia – (d)as tendências já verificadas pela sociologia da cultura noutros países e simultaneamente identificar segmentações sociais nos perfis sociais dominantes com recurso a análise multivariada. Faz-se uma breve abordagem sobre os estudos sociológicos aos hábitos de leitura realizados em Portugal, abordam-se aspectos metodológicos (objectivos, universo, amostra). Dá-se conta da evolução registada para vários indicadores. Caracteriza-se a realidade portuguesa de acordo com várias das dimensões inquiridas. Termina-se com a tipologia resultante do cruzamento de 4 indicadores: o tempo gasto a ver televisão, ouvir rádio, usar a internet e ler a qual permite entender as relações entre práticas que, com alguma frequência, são apresentadas como alternativas ou mesmo como factores justificativos do recuo da prática de leitura patente nos estudos realizados em diversos países ocidentais.
Autores: José Soares da Silva Neves; José Soares Neves; Maria João Lima;
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O texto desta comunicação pretende enunciar/suscitar algumas questões de natureza teórica-metodológica decorrentes de uma das dimensões de análise da investigação intitulada “Media, Política e Opinião: uma tríade complexa – uma abordagem à opinião publicada em Portugal”. Assim, centrar-nos-emos apenas na receptividade que a opinião obtém por parte dos leitores e nos possíveis efeitos que ela produz. Para tal, são trazidos a debate alguns contributos, de natureza teórica, que ajudem a ler a influência das colunas de opinião; apresentando-se, complementarmente, alguns resultados obtidos através de um inquérito a leitores de jornais.
Autores: Antónia do Carmo Anjinho Barriga;
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A valorização dos equipamentos culturais ocupa, cada vez mais, uma nova dupla centralidade: no domínio da Sociologia da Cidade e, noutro plano, no domínio da produção dos espaços colectivos de sociabilidades culturais. Neste artigo procuramos evidenciar como um equipamento cultural específico tem em si incorporado camadas temporais distintas e, simultaneamente, apreender a relação entre o passado e o presente impressa material e simbolicamente no referido edifício e quatro vectores sociais específicos enunciados por outros tantos autores. Por conseguinte, as implicações da governança urbana nos moldes apontados pelo modelo do empreendedorismo (Harvey), do campo cego do mundo urbano (Lefebvre), da relação entre a destruição criadora das identidades e o papel das ruínas, dos monumentos e dos museus no recentramento daquelas (Carlos Fortuna) e do fenómeno urbano-arquitectónico do wrapping (Jameson), constituem-se como eixos essenciais para a compreensão do nosso objecto de estudo.
Autores: João Paulo Valente Aguiar; João Valente Aguiar;
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538 - A Televisão na Sociedade em Rede
Esta comunicação reflecte sobre a criação do novo sistema em rede no contexto de um capitalismo digital que engloba um conjunto de serviços que originou a sociedade em rede. A globalização económica e a convergência tecnológica obsequiaram possibilidades para reconfigurar os conteúdos e a sua distribuição em formatos diversificados. Como é que a televisão se adaptou na sociedade em rede? Que papel tem este meio de comunicação social na vida quotidiana, enquanto indústria cultural, na era da informação e dos novos media?
Autores: Ana Paula Menezes Fernandes;
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119 - Capturando a Materialidade da Música na Análise Sociológica: o caso da viola d’arco
Muitas das perspectivas sociológicas sobre a arte e a música, produzindo leituras ‘sociais’ da arte ou estudando-a como mero processo social, deixam escapar o próprio objecto artístico e musical. Pretendendo-se evitar essa perda e esvaziamento do objecto artístico da análise, são aqui apresentadas propostas que possam contribuir para a restituição analítica da materialidade da música, considerando-se igualmente a dimensão de construção social e psico-cultural (e a complexa dialéctica entre ambas). É apresentado material empírico, propondo-se linhas para um aprofundamento posterior. A perspectiva que se propõe baseia-se, ainda, na tentativa de superação da tradicional dicotomia entre o ‘estético’ e o ‘social’, alertando para a natureza discursiva e retórica (da oposição) de tais conceitos e salientando a imbricação complexa entre os diferentes tipos de ‘ingredientes’ que constituem a realidade (multidimensional) do objecto.
Autores: Pedro dos Santos Boia;
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471 - Cidadania, Arte e Espaço Urbano: Modelos de Revitalização Urbana e Envolvimento Comunitário
Esta comunicação centra-se na relação da actividade artística e cultural com o espaço urbano, partindo da análise contextualizada dos conceitos de cultura, espaço público e comunidade. Autores como Malcolm Miles (Miles, 1997), Nick Stevenson (Stevenson, 2003), Mark Schuster e Dennis Frenchman (Schuster e Frenchman, 2004), Maria Rosario Jackson (Jackson e Kabwass-Green et al, 2006) e Richard Florida (Florida, 2005) abordam as questões da relação da cultura com o urbano e exploram os efeitos de uma “culturalização” dos espaços públicos. Por um lado, este trabalho pretende reflectir sobre o papel das dinâmicas culturais e artísticas na revitalização social de três comunidades urbanas da área metropolitana de Boston (EUA). Por outro, analisa a importância destas dinâmicas na criação de espaços cívicos e multiétnicos de participação. Desta forma, a comunicação detém-se sobre os diferentes tipos de cidadania nas três comunidades estudadas: Union Square (The Arts District Case), Villa Victoria/South End (The Grassroots Movement Case) e Jamaica Plain (The Community and Festivals Arts Case).
Autores: Claudia Monteiro Pato de Carvalho; Claudia P. Carvalho;
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São nos lugares da cidade, moldados a partir do uso cotidiano que a vida se efetiva, como produto das relações sociais, da acumulação histórica e da tecedura realizada no presente. A praça é vista como exemplo dessa relação. Comumente definida como o lugar do encontro e da sociabilidade. Historicamente é palco onde ocorrem às feiras, as encenações, festividades e às manifestações culturais, sociais, políticas, cívicas, esportivas, religiosas da cidade. O trabalho tem por objetivo a análise de espaço de sociabilidades tendo a praça da cidade de Salvador–Ba – Praça Tomé de Sousa, como palcos dessa investigação, observando como os lugares são construídos a partir das práticas sociais e estas, por sua vez, são também moldadas pelos lugares. Na Praça ocorrem diversos eventos culturais como apresentação de capoeiras, shows, apresentação de Recital de violão, Orquestras sinfônicas, Teatro e exibição de filmes semanalmente. A exibição de filmes na praça, bem como as demais atividades citadas, podem ser tomadas como exemplos de retomada das funções essenciais - viabilizar o encontro entre as pessoas. Essa articulação pode ser percebida através do “Projeto Cinema na Praça” - que ocorre desde a década de 1990. A pesquisa consiste em investigar as alterações no uso das praças no que se refere às sociabilidades engendradas; percebendo com isso, que elementos simbólicos influenciam na sua composição, como as práticas sociais modelam os lugares e sofrem também a influência destes.
Autores: Alzilene Ferreira da Silva;
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559 - Construção da memória social da Europa: o papel da imprensa
Qual o papel da imprensa generalista nacional no processo de formação da memória social da Europa? Nesta comunicação apresentam-se os principais resultados de uma investigação em que foi analisado o processo de formação e transformação do conceito de Europa. Nessa investigação realizou-se uma análise quantitativa e longitudinal das representações associadas à Europa publicadas na imprensa generalista nacional entre 1985 e 2004. De acordo com uma operacionalização do conceito de memória social em que este foi decomposto nas dimensões de selecção, conceptualização e comemoração, verificou-se que a imprensa reproduz uma memória inconsistente da Europa: idealmente positiva e tendencialmente favorável à integração europeia num plano conceptual, mas, nas dimensões de selecção e comemoração, secundarizada, considerada pouco apelativa e esvaziada, prevalecendo uma ideia de nacionalidade.
Autores: Ana Horta;
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32 - Deambulando pelo Fantasporto. Práticas de Visionamento e a Constituição da Experiência Fílmica
Reflexão sobre o acto de recepção de obras cinematográficas no Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto), evento que subverte parcialmente a imposição de um modo legítimo de recepção cultural e de percepção estética. É discutida a vantagem da observação etnográfica das modalidades de recepção cinemática dos públicos em contexto de Festival, por se considerar que a mesma permite salientar as estratégias, singulares, de aproximação dos espectadores aos objectos artísticos ofertados. Destaca-se não só o contexto propriamente físico do acto receptivo (o contexto espácio-temporal de interacção), mas ainda a articulação com a natureza da oferta, com as estratégias da estrutura organizativa do certame e com o grau de fidelidade ao Festival. Salienta-se o aspecto visível, corporizado, do fenómeno receptivo.
Autores: Tânia Lúcia Leão Martins de Sousa e Silva;
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188 - DIVINO ESPÍRITO (RE)LIGANDO PORTUGAL/BRASIL NO IMAGINÁRIO RELIGIOSO POPULAR
O trabalho analisa a Festa do Divino Espírito Santo como um elo de (re)ligação Brasil, Portugal, discutindo as origens lusas desta Festa Popular que remontam ao Século XIII. Configura o ritual barroco da Festa em suas diferentes etapas a exigir um minucioso trabalho coletivo. Incide o olhar na Corte Imperial, centro de simbologia das celebraçõess do Divino, enfocando o imaginário religioso popular a efetivar (re)atualizações de realeza, na tessitura sagrado/profano. Enfoca a questão do espaço e do tempo sagrados na constituição do Cosmo do Divino, trabalhando a relação fé, devoção, religiosidade popular. Resgata as (re)significações que os sujeitos produtores da Festa do Divino Espírito Santo efetivam no ritual barroco dessa expressão da religiosidade popular, analisando a teia de sentidos. Reflete sobre a realização da Festa no espaço sagrado das Casas de Culto Afro, como especificidade do Divino Maranhense. Enfoca, de modo peculiar, o papel das caixeiras que produzem o som sagrado do Divino no Maranhão.
Autores: Maria Michol Pinho de Carvalho; Maria Michol Carvalho;
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666 - Ensino de pintura contemporânea e processos de diferenciação
Nesta comunicação pretendo enfocar uma situação de aprendizagem da pintura em uma instituição voltada para o ensino e a produção da chamada arte contemporânea, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a maior da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Tratando a pintura contemporânea como prática social, a análise da sua aprendizagem revela o quanto está referida a outras práticas porque colocada pelos atores sociais envolvidos em continuidade ou em incompatibilidade com elas. Na investigação de como estes atores sociais adquirem ou atualizam disposições que permitem ou inviabilizam a prática da pintura contemporânea, são estudados processos de constituição de identidades de artista, processos considerados na sua diversidade e no seu caráter circunstancial. Para tanto, são abordadas as relações sociais estabelecidas pelos atores na situação estudada, bem como os diferentes significados que atribuem à sua prática. A constituição de identidades de artista pode ser assim analisada como conjunto de processos ao mesmo tempo de supressão e de atribuição de capacidade de produção de significado através da/sobre a pintura, produção voltada para públicos concebidos como desigualmente aptos para o reconhecimento de um valor artístico da produção pictórica dos alunos.
Autores: Lígia Dabul;
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560 - Escutar Amélia: À Volta da Canção de Autor
Tomando por ilustração empírica o caso singular de Amélia Muge, esta comunicação pretende reflectir sobre os dispositivos discursivos e artísticos dos criadores musicais, enquanto produtores de sentido, que têm activamente contribuído para que a canção de autor configure um género musical autónomo no seio de um formato preponderante (senão hegemónico) da música contemporânea — a canção —, adicionando-lhe persistentemente significados extramusicais como resistência, autenticidade, cidadania, utopismo ou valor estético. Rejeita-se, no decorrer do texto, uma concepção sólida, estática, homogénea e inequívoca da canção de autor, tomando-a antes como configuração musical provável mas volúvel e moldável pelo contexto em que está imersa. Decorrente do movimento de renovação da canção popular portuguesa, cujo período áureo antecedeu e sucedeu a fase de transição democrática na década de 70 do século XX, tem-se afirmado como corrente contra-hegemónica e alternativa ao mainstream musical, cujo principal sinal diacrítico se encontra na legitimação e consagração quase aurática do músico enquanto sujeito autoral, vulgarmente designado cantautor, na medida em que combina valências artísticas (autoria das letras, composição e arranjo das melodias, interpretação das canções), contrariando desta forma a fina divisão social do trabalho musical na área popular.
Autores: Ana Gonçalves;
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Abordamos a defesa da guerra como o "mal menor" que libertará um povo oprimido e garantirá a segurança internacional, nos editoriais do jornal Público de Março de 2003, confrontando a sua retórica de divisão entre Ocidente e Oriente, assente na dicotomização entre "Nós" e o "Outro", com o pressuposto de que os termos carecem de estabilidade ontológica, sendo "feitos de esforço humano, em parte afirmação, em parte identificação do outro" (Said, 2004: XIII). A influência da comunicação mediática será equacionada entre o seu potencial como instrumento de hegemonia ideológica (Gramsci, 1974: 393) e a sua capacidade de "regular produção de poder legítimo através da linguagem (num sentido comunicacional de abertura dos media ao mundo, à vida e à experiência humana)" (Esteves, 2005: 38). Se "a política é o lugar, por excelência, da eficácia simbólica, acção que se exerce por sinais capazes de produzir coisas sociais e, sobretudo, grupos" (Bourdieu, 2001: 159), problematizamos a função política destes editoriais na construção de um "nós ideológico" que visa fabricar um consenso que legitime a guerra (Rojo, 1995: 75-76), servindo a clausura auto-referencial do sistema político (Luhmann, 2006: 87), em detrimento do debate crítico-racional (Habermas, 1998: 443).
Autores: Susana Maria Cerqueira Borges; Susana Borges;
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Este texto tem como propósito apresentar um conjunto de reflexões proporcionadas pela análise de dois projectos artísticos referentes à experiência do cancro de mama. Introduzidas na Internet, estas produções permitem-nos seguir os múltiplos sentidos e usos acumulados pelo objecto de arte entre as motivações iniciais dos seus produtores e os objectivos da sua reinstalação entre o espaço público e o lugar digital. Propõe-se uma redefinição da arte enquanto conhecimento e prática interventiva, aplicável não apenas nos processos individuais de confronto com a doença, mas também em acções contra-hegemónicas de resistência, informação, reivindicação e activismo terapêutico de ambição global. Dando sequência a esta proposta, exige-se uma avaliação do potencial da utilização de saberes artísticos não apenas na experiência, compreensão e intervenção sobre o cancro mas também enquanto dispositivos recrutáveis na constituição de uma forma alternativa de globalização na regulação da doença oncológica, assumindo-se o cancro como uma realidade socialmente produzida sobre o mundo, contra a noção da sua reprodução espontânea no corpo.
Autores: Susana de Noronha;
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Apesar de alguns traços típicos do «jornalismo pré-industrial» que, ao contrário do registado na generalidade dos media, continuam a acompanhar boa parte da imprensa regional, esta é, no entanto, aquela que, perante as alterações registadas no sector, incluindo as trazidas pela globalização, melhores condições parece dispor para sobreviver ou, pelo menos, para mais se prolongar no tempo. Para tal, no entanto, terá de atentar nas suas desaproveitadas potencialidades, deixar de se considerar complemento para se assumir como alternativa e tentar percepcionar as razões dos que consideram que a homogeneização cultural e o declínio das entidades no plano local não é inelutável. Terá, simultaneamente, de recusar qualquer engajamento panfletário a esta ou aquela região e tentar entender as razões dos que defendem que o local jamais poderá ser referenciado como oposição ao local, já que a verdadeira oposição à globalização está na exclusão, uma exclusão que, em relação aos media, faz com que não baste uma ligação à nova tecnologia, por mais globalizante que seja. É que, aqui, o que de facto está em causa é a qualidade da informação, a valoração dos significados relacionados com o lugar, a estética do produto, a redefinição de posicionamento perante o mercado e a própria concorrência e o aprofundamento da consciência crítica e deontológica. Como, aliás, se pretende analisar neste trabalho.
Autores: Alexandre Manuel da Fonseca Leite; Alexandre Manuel;
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545 - La moda rápida: ultima transformación del sistema de la moda
Hasta hace poco en el sector de la moda, el diseño y la calidad iban de la mano, es más la ropa de diseño era inaccesible para una gran masa de consumidores potenciales. En el presente trabajo abordaremos cómo Zara bajo la rubrica del post-fordismo o producción flexible ha sabido introducir prácticas flexibles en diversas esferas de su organización y al mismo tiempo ha conseguido cambiar las reglas del juego del sistema de la moda, al introducir con éxito la ultima transformación del sistema de la moda: la “moda rápida” o de “fast fashion” tal como se conoce en el sector. Este modelo, se basa en la rapidez, y consiste en surtir y resurtir a los clientes con las diferentes prendas de vestir que marcan la moda, y al mismo tiempo, ha conseguido desarrollar una nueva modalidad de vestir, que une de un lado la dimensión de moda, con un bajo coste tanto económico como psicológico del consumo. Más fácil de usar y, sobre todo, de dejar de usar, pues en el fondo ha costado poco. El objetivo General de este proyecto es analizar tanto desde un punto de vista teórico como empírico la última transformación del sistema de la moda: LA MODA RAPIDA. Y, más concretamente analizaremos las principales implicaciones socio-culturales y economicas que dicho modelo esta producción sobre el sistema de la moda en la actualidad.
Autores: Ana Martinez Barreiro;
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Esta comunicação pretende reflectir sobre o papel dos processos de mediação na reconfiguração das identidades culturais de espaços descentralizados. No âmbito das práticas culturais da actualidade, interessa compreender os fluxos socioculturais entre os domínios dos espaços global e do local. Em que medida estas relações entre o local e o global contribuem para o reforço das identidades culturais dos espaços públicos descentralizados? Ou, pelo contrário, influenciam a dissolução daquelas identidades? Ou, até, a sua recriação, pela inclusão nos parâmetros das relações culturais pós-modernas? O estudo de caso da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (A.C.E.R.T.) e do seu grupo de teatro Trigo Limpo representa um exemplo desta mediação em especial quando esta se expressa no terreno das dinâmicas culturais. Ela realiza-se, não apenas entre actores locais, mais rurais, e actores urbanos, mas também entre circuitos de produção e de circulação de práticas culturais e entre criadores, actores, públicos, territórios e até mesmo no próprio acto da criação. O processo criativo integra a recolha de materiais, de índole histórica e social, característicos do local, e a sua reconfiguração por efeito de influências culturais exógenas.
Autores: Miguel Torres; Cláudia Pato Carvalho;
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391 - O papel do MangueBit na música contemporânea brasileira.
Forjado nas usinas culturais das periferias brasileiras, o MangueBit multicultural por excelência, delineou os novos rumos da música contemporânea do Brasil, tendo em sua alma o conceito de diversidade de culturas, instituiu novas modalidades de cultura, repensadas em um contexto global, porém com os pés fincados em suas raízes, denotando assim a idéia principal do movimento MangueBit “Uma parabólica enfiada na lama”. Idéia que representa todo um contexto de negociações culturais em diversos aspectos, ou seja, unir o secular representado pelos Maracatus, cirandas, emboladas, afoxés, com o elemento estrangeiro representado pelo Hip Hop, Soul, Funk, Rock, entre outros estilos. Desta forma acreditamos que o MangueBit foi singularmente heterogêneo comparando-o com outras manifestações culturais do Brasil contemporâneo, utilizando para isto toda a conjuntura sócio-cultural da cidade de Recife, representada em verso e prosa pelos seus poetas urbanos. Nesta seara de configurações o MangueBit construiu suas composições a partir dos problemas inerentes à cidade de Recife, de uma forma em que a mesma pareça um lugar imaginário, em que seus habitantes assumam características antropozoomórficas, e que os heróis do povo sejam justamente os antiheróis do imaginário popular. A denominação do MangueBit ultrapassa as fronteiras de um gênero musical, tornado-o uma extensão da forma de pensar um habitat cultural, em que a ruptura estética é uma necessidade para a auto-afirmação enquanto seres produtores e consumidores de cultura, em suma uma grande teia cultural tecida por jovens insatisfeitos com a cultura transmitida em sua cidade e que através de um cooperativismo cultural, fomentaram um ser híbrido da música contemporânea brasileira.
Autores: Francisco Gerardo Cavalcante do Nascimento;
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670 - O sector do livro em Portugal: resultados preliminares de um inquérito em curso
Está em curso no Observatório das Actividades Culturais (OAC) desde Fevereiro de 2007 o Inquérito ao Sector do Livro (edição e comercialização) que visa colmatar diversas lacunas de informação sobre o sector. Nesta comunicação aborda-se o contexto actual do sector e referem-se alguns dos resultados das fases já decorridas: o levantamento de fontes estatísticas secundárias, a construção de indicadores de caracterização e a realização de entrevistas aos agentes do sector. Destacam-se alguns dos aspectos teóricos e metodológicos que informam o Inquérito. Faz-se uma apresentação crítica de algumas das mais importantes fontes secundárias e dos indicadores construídos. Apresentam-se alguns dos resultados por eles evidenciados. Inclui-se uma síntese das entrevistas exploratórias realizadas. Conclui-se com alguns contributos para um modelo de produção de informação sobre o sector em Portugal.
Autores: José Soares da Silva Neves; José Soares Neves; Jorge Alves dos Santos; Emanuel Cameira; Alexandra Vaz;
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Desde 1999 que, no Observatório das Actividades Culturais (OAC), se vem acompanhando com continuidade a evolução do sector dos museus em Portugal através do recenseamento e caracterização das entidades museológicas existentes. Nesta comunicação aborda-se o contexto de evolução deste sector à luz das políticas públicas e analisam-se os resultados mais recentes do recenseamento.
Autores: José Soares da Silva Neves; José Soares Neves; Jorge Alves dos Santos; Joana Saldanha Nunes;
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111 - Os velhos mestres de capoeira ensinam pegando pelas mãos
Esse artigo trata de analisar as formas tradicionais de transmissão dos saberes presentes no âmbito da cultura popular. A partir dessa abordagem, trazemos as experiências educacionais existentes no universo da capoeira angola – uma importante manifestação da cultura afro-brasileira – para uma reflexão sobre o papel dos mestres nesse processo, no qual a memória, a ancestralidade, a ritualidade e a temporalidade, são categorias fundamentais para compreendermos as relações de educação presentes nesse universo.
Autores: Pedro Rodolpho Jungers Abib;
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A presente comunicação enquadra-se numa investigação levada a cabo com o objectivo de compreender a importância e a transversalidade das práticas fotográficas mais comuns de registo de pessoas e acontecimentos importantes para posterior recordação. O que significam estas fotografias para as pessoas? Porque são tiradas e preservadas? Como são usadas? Para dar resposta a estas questões, foi desenvolvida uma investigação empírica teoricamente orientada, que permitiu perceber que a fotografia é essencialmente percepcionada pelos agentes como um instrumento de elevado valor emocional e é praticada com o intuito de criação de recordações de momentos felizes e particularmente importantes dos seus percursos de vida, geralmente associados aos tempos/espaços do lazer e incluindo nos mesmos os seus familiares e as suas redes de sociabilidades. No fundo, a grande potencialidade da fotografia reside no facto da mesma poder contribuir para a criação de representações daquilo que se afigura como mais significativo nas suas vidas e é precisamente nesse ponto que se manifesta a sua instrumentalidade identitária.
Autores: Ana Caetano;
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275 - Produção do significado de obras artísticas e interações sociais
Esta comunicação trata de uma prática social e forma de interação bastante corrente em visitas a exposições de arte, as conversas de visitantes, apresentando suas variações e as maneiras como perpassam outras práticas sociais e contribuem para a produção de significados sobre as obras expostas e sobre as próprias exposições. Implicações analíticas de tomá-las para estudo são também indicadas. Dirigindo-se às exposições agrupados a partir de relações sociais estabelecidas em outros momentos e lugares – como de parentesco e amizade – atores sociais interagem frequentemente por meio de conversas, que afastam ou aproximam sua atenção frente às obras expostas: comentários, interpretações e avaliações dessas obras consistem em formas importantes de interação social, e demarcam situações nas quais visualidades são construídas socialmente.
Autores: Lígia Dabul;
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436 - Públicos e práticas numa biblioteca da Rede Pública: selectividade e segmentações
Esta comunicação apresenta uma proposta de interpretação sociológica dos públicos de uma biblioteca municipal pertencente à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP). Nela, procura-se enquadrar os resultados obtidos durante a pesquisa e algumas interpretações por eles suscitadas no plano articulado da sociologia da cultura e da sociologia das classes sociais, particularmente em algumas abordagens recentes dos chamados públicos da cultura. As análises realizadas ajudam também a ilustrar como se processa a concretização dos parâmetros básicos de funcionamento das bibliotecas públicas portuguesas, nomeadamente no respeitante aos resultados dessa concretização tal como eles são captáveis ao nível da composição social dos públicos e das modalidades de utilização postas em prática. É dada atenção analítica especial à diversidade de modos de relação que se estabelecem entre os indivíduos e a biblioteca.
Autores: Eduardo Alexandre Rodrigues;
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385 - REFLEXÕES SOBRE O USO DA CAPOEIRA NA DANÇA
Tendo em vista a expressiva interface entre capoeira e dança e a sua recorrente utilização no âmbito cênico, o presente estudo tem por objetivo identificar e analisar como alguns professores e criadores da dança, atualmente vêm pensando e relacionando as referidas linguagens, seja visando o enfoque pedagógico para o ensino da dança, seja visando processos de criação e pesquisas de linguagem. Com o objetivo de enriquecer a nossa análise, consideraremos também registros a respeito dos modos de pensar e operar o encontro entre capoeira e dança na década de sessenta e setenta, na cena artística de Salvador, Brasil. Visamos, com isso, contribuir para o levantamento de questões relevantes para estas e outras pesquisas que misturam linguagens diferentes e que, nas artes em geral, assim como na dança, é um traço em evidência na produção brasileira atual. Como escopo teórico, dialogaremos com Teorias do Hibridismo Cultural e da Semiótica da Cultura.
Autores: Gabriela Santos Cavalcante Santana;
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355 - “Captive Audience”? - Advertising messages in primary school textbooks
In-school marketing is a form of advertising in the school space, tied to the role of the child in a consumer society (“Marketing in Schools”- Report on a study conducted for the European Commission. DG XXIV, October 1998). It is also linked with citizenship and consumers’ rights. My work focuses on the relationship between advertising images found in Portuguese primary school textbooks (Science and Maths) and product placement, a marketing tool and catalyst of the consumer sphere. One strand of my research looks at the fit between the type of products/logos abounding in primary school textbooks and the target children (6 to 10 years), analysing the market share of the publishing industries involved. Another focus is the relationship between textbook activities/exercises and brand photographs. I also question (in-depth interviews), the position of players directly or indirectly involved, illustrating the inherent paradoxes: What constitutes a commercial practice? Are advertising images harmful commercial influences or do they have a definite educational content? Are safeguards needed in a world of brands and globalise products? What role does the business sphere play in the world of school?
Autores: Isabel Maria Bernardo Pereira Farinha; Isabel Farinha;
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Cidades, Campos e Territórios
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509 - A COMPETITIVIDADE DOS TERRITÓRIOS NUM CONTEXTO DE GLOBALIZAÇÃO: UMA UTOPIA OU UMA REALIDADE?
O presente trabalho procura analisar a problemática associada à competitividade dos territórios num contexto de globalização – uma utopia ou uma realidade? Para tal propõe-se desenvolver uma revisão (síntese) do quadro conceptual da competitividade territorial, com o objectivo de aferir a relação existente entre a globalização e a competitividade dos territórios. A questão da competitividade territorial não está isenta de dificuldades. Subjacente à escolha do tema está a ideia que nas últimas décadas a temática da competitividade ganhou um novo impulso, realidade indissociável do desenvolvimento da globalização, passando a constituir tema recorrente em múltiplas análises, quer de investigadores, quer nos meios académicos, políticos, económicos e sociais. A globalização induziu as condições necessárias para a ascendência de novos territórios estratégicos: as regiões e as cidades. Contudo, em reacção à globalização, a generalidade da literatura tem vindo a referir o território (a par da interacção, da proximidade e da inovação) como factor determinante do desenvolvimento regional. Todavia, pese embora a extensa bibliografia existente, a noção de competitividade territorial está longe de obter consensos, abrindo-se assim uma janela de oportunidade no sentido de apurar argumentos. Neste sentido, partindo da premissa que os países e as empresas estão intrinsecamente dependentes da competitividade, considera-se adequado aprofundar o debate e o conhecimento em relação à competitividade dos territórios, especialmente no que diz respeito aos factores determinantes da competitividade territorial e regional.
Autores: António Joaquim da Fonseca Salvado Alves;
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748 - A Desigualdade na Repressão: A Saída na Prevenção da Violência
Dados quantitativos de duas pesquisas domiciliares de vitimização, uma na cidade do Rio de Janeiro, com 3435 pessoas, e outra de 2007, em favelas, com 660 pessoas, apontam para a Área composta pelos bairros pobres dos subúrbios cariocas, como sendo a mais marcada pela violência: as mais altas proporções de vizinhos, amigos e parentes assassinados, de barulho de tiros, da visão de troca de tiros entre pessoas, ou de policiais atirando sem provocação nelas. É ali que está o maior número de favelas da cidade. Para entender os efeitos da violência nesta área e os modos de lidar com o sofrimento resultante, estudamos projetos de prevenção à violência para atender a juventude pobre, tais como as Vilas Olímpicas Municipais e também ONGs, ali presentes. No trabalho de campo etnográfico, entrevistamos tanto mestres e monitores, quanto alunos e pais. Além de lançar luz sobre como o cotidiano da violência e da pobreza tem afetado suas vidas e projetos pessoais, esta pesquisa demonstrou a importância que os projetos sociais estão assumindo para os jovens e suas famílias enfrentarem os riscos, sofrimentos e a falta de alternativas para o jovem pobre.
Autores: Alba Zaluar; Rodrigo Monteiro; Alba Zaluar;
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Esta comunicação sintetiza os resultados relativos a Portugal do estudo “Origins of security and insecurity of homeownership”. Este estudo, de carácter transnacional teve a sua componente portuguesa assegurada pelo CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social. A parceria transnacional envolveu organizações do Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Hungria, Finlândia e Suécia. Os dados empíricos resultam de trinta entrevistas com proprietários e com arrendatários de habitações localizadas na cidade de Caldas da Rainha. Partindo da dicotomia ‘habitação própria-habitação alugada’ e prestando particular atenção à situação financeira dos agregados em causa, analisa-se de que forma a posse de habitação própria molda as percepções de in(segurança) financeira e habitacional dos indivíduos e de que características diferenciadas se reveste, no contexto sócio-económico e cultural da sociedade portuguesa.
Autores: Pedro Perista; Isabel Baptista;
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Por mais políticas, programas e projectos de intervenção que se promovam, em alguns espaços rurais parece manter-se a tendência para um abandono do território, para um fraco dinamismo económico, para o acentuar das discrepâncias face aos espaços urbanos. Uns dirão que o fim de alguns espaços rurais não é uma fatalidade mas sim o resultado de um processo de mudança. Outros dirão que se poderão traçar recomeços contínuos, passados os tempos de crise, que, por vezes, conduzem a um maior dinamismo dos agentes, fruto da defesa da identidade territorial. Ainda há aqueles que, valorizando o exotismo destes espaços, vão procurando dinamizar as suas potencialidades onde a mercantilização da paisagem se torna o mote da intervenção. Da diversidade e da articulação entre os argumentos resulta a clara questão sobre como promover um maior equilíbrio na configuração espacial existente? A procura de resposta a esta questão será feita a partir da análise das dinâmicas recentes de desenvolvimento e das políticas de intervenção sobre as áreas de baixa densidade do Algarve.
Autores: Vanessa Sofia Duarte Alcântara de Sousa; Vanessa Duarte de Sousa;
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127 - As paisagens sonoras dos Centros Históricos de Coimbra e do Porto: um exercício de escuta
Propomo-nos a perspectivar os centros históricos de Coimbra e do Porto a partir da dimensão sensível, das suas sonoridades, uma abordagem epistemológica, normalmente, descurada pelas Ciências Sociais, a partir das noções de ritmanálise, de Henri Lefebreve, e paisagem sonora, de Murray Schafer. À medida que os centros históricos são alvo de políticas de regeneração, também as suas paisagens sonoras se transformam, conjugando sons tradicionais e sons modernos, sons em vias de desaparecimento e sons novos, e é a sua configuração no espaço e no tempo que lhes confere uma identidade própria. O espaço físico e o tempo onde um som ocorre e onde é ouvido são parte integral do som e da experiência do espaço público urbano. Daí que o estímulo sensorial auditivo possa servir de ponto de partida para a identificação/diferenciação dos centros históricos e decifração dos comportamentos e dos ambientes sociais nos seus espaços públicos.
Autores: Paula Teresa de Abreu Casaleiro; Paula Casaleiro; Pedro Quintela;
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164 - Condomínios Habitacionais Fechados e Qualidade de Vida: uma discussão sobre a Cidade.
Ausente, em Portugal, de um enquadramento legal preciso, a noção de Condomínio Habitacional Fechado (CHF) remete-nos à consideração de um universo arquitectónica, social e simbolicamente heterogéneo. Crescentemente alvo do interesse da comunidade científica, o surgimento e expansão destes empreendimentos vem alcançando uma visibilidade pública relevante, marcadamente pouco consensual, visitada por concepções que, sobre tal fenómeno, projectam quer um conjunto de perigos, quer um conjunto de potencialidades. Habitação "sem cidade", "ninhos" de uma "cidade ameaçada", redutos de individualismo e demissão ou laboratórios de "private urban governance", o surgimento/ expansão dos CHFs convida-nos a interpelar, de forma indissociável, Espaço, Cidade e Democracia – revestindo-se, tal interpelação, de um particular potencial estratégico na discussão sobre o estado da cidade "que temos" e sua transformação na cidade "que queremos". Os marcadores materiais e simbólicos que distinguem os CHFs entre a generalidade dos condomínios, a imaginação sobre quem neles vive, as razões e impactes subjacentes à sua origem e expansão, assumiram-se como temáticas analiticamente orientadoras da descoberta dos discursos de um conjunto de interlocutores social e culturalmente diversos, distintamente associados à produção e apropriação social de alguns CHFs em Lisboa. Um diálogo estabelecido entre residentes, agentes associados à oferta de espaço residencial, investigadores e decisores políticos, do qual – por entre linhas de ruptura – emergem interessantes e preocupantes espaços de consenso e compreensão mútuas, nele se aclarando elencos de preocupações e reivindicações produzidas sobre a cidade "actualmente existente", partilhados entre confessados adeptos e assumidos opositores destes empreendimentos. Endereçado o desafio, como poderá a Cidade responder?
Autores: Marta Ferreira Martins; Marta Martins;
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Partindo da sistematização de algumas ideias fundamentais acerca dos processos de urbanização no nosso país, em particular daqueles que, nas últimas três décadas, têm caracterizado o Noroeste Português, procurar-se-á enriquecer o património de reflexão existente sobre o tema, designadamente através da incorporação na análise de elementos resultantes do estudo aprofundado de uma colectividade local da região que, tendo sido objecto de investigação em finais da década de 1970, é agora alvo de revisitação sociológica. Para concretizar este objectivo, o presente artigo percorrerá, entre outros (e a partir fundamentalmente da análise do caso particular da colectividade em causa), aspectos relacionados com (i) as transformações do espaço social rural do Noroeste e dos seus modos de articulação com os principais pólos urbanos da região, (ii) as mudanças verificadas nas estruturas produtivas e de emprego regionais e (iii) as correlativas alterações operadas ao nível das mobilidades, com destaque para a configuração das deslocações casa-trabalho. O artigo termina com a apresentação de alguns programas de pesquisa decorrentes da leitura dos processos de urbanização no Noroeste Português exposta, os quais permitirão fornecer, assim se espera, um conjunto de contributos relevantes para a produção de uma análise propriamente sociológica da temática abordada.
Autores: João Queirós;
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Nesta comunicação é abordado de forma exploratória o conceito de qualidade de vida, salientando-se a sua complexidade e as dificuldades associadas à sua operacionalização e mensuração. São apresentados e discutidos alguns dos dados recolhidos no âmbito de um trabalho de investigação que teve como objectivo central a construção de um indicador de qualidade de vida para a cidade de Aveiro. A evidência empírica produzida permite perceber a diversidade na apreensão da qualidade de vida, bem como o papel que nela desempenham as variáveis socioeconómicas e de localização territorial.
Autores: Elisabete Figueiredo; João Lourenço Marques; Elisabete Figueiredo;
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De uma forma sucinta, este trabalho busca traçar um diagnóstico das mudanças na estrutura produtiva da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), principal centro econômico do Brasil, ao longo do período de 1990 a 2006, além de apresentar algumas tendências marcantes do mercado de trabalho e discutir os desequilíbrios causados pela implementação de políticas econômicas neoliberais. Ao longo de pouco mais de 15 anos observa-se, do ponto de vista do trabalhador, dois momentos bastante distintos. O primeiro deles abarca praticamente toda a década de 90 e início dos anos 2000, caracterizado pela crescente taxa de desemprego, pelo retrocesso no poder aquisitivo e flexibilização das garantias trabalhistas; já o segundo, que perdura até os dias hoje, retrata uma melhora nos níveis de emprego, de renda e de consumo. Essa abordagem se constrói no âmbito do Projeto Observatório das Metrópoles São Paulo, estudo que analisa a segregação sócio-espacial no interior da RMSP. A partir de dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi elaborada uma variável síntese capaz de espacializar a população ocupada da RMSP, porém sem focalizar diretamente a questão da estrutura produtiva e suas transformações frente à abertura econômica promovida desde meados dos anos 80, sendo esta a abordagem do presente texto.
Autores: Rafael Soares Serrao;
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O trabalho tem por objetivo principal a análise das mudanças observadas na Região Metropolitana de São Paulo, a partir dos anos 1990, tendo em vista a compreensão das alterações do padrão de distribuição sócio-espacial quer da população, quer das atividades econômicas, no conjunto dos municípios metropolitanos e no município pólo. Serão utilizados para análise dados censitários relativos a 1991 e 2000, agrupados por AEDS (Áreas de expansão demográfica do IBGE) e reunidos em áreas homogêneas, com o uso de análises fatoriais e de geoprocessamento. Serão também apresentados os resultados de estudos de caso relativos a espaços da metrópole onde ocorreram as mudanças mais significativas em relação ao padrão de distribuição sócio-espacial anteriormente vigente.
Autores: Lucia Maria Machado Bógus; Lúcia Maria Machado Bógus; Suzana Pasternak;
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84 - Dinâmicas do Território: Centralidades e Gentrificação na Área Metropolitana de Lisboa
O artigo analisa a transformação das centralidades na Área Metropolitana de Lisboa (AML). As dinâmicas de localização de residentes na cidade de Lisboa e periferia na última década acentuaram o processo de desertificação da cidade e o crescimento da periferia. A tendência de saída de muitos residentes do centro para a periferia caracterizou uma dinâmica de centralidades: suburbanização. Apesar desta situação, verificou-se simultaneamente a diminuição de população de alguns concelhos e freguesias na periferia; a entrada de novos residentes para muitos bairros da cidade de Lisboa; e o crescimento do número de imigrantes. A perda de população da cidade de Lisboa não correspondeu a uma diminuição do seu valor residencial. Viver em Lisboa ou na periferia tem diferente valor social. Recentemente a entrada selectiva de novos residentes para o centro, introduz uma nova dinâmica de centralidades: pós-suburbanização. Este fenómeno revela a importância dos “estilos de vida” como elemento importante na transformação das centralidades. O gosto de viver no centro, associado a alguns grupos, reforça a importância da gentrificação na dinâmica das novas centralidades. O estudo integra metodologias qualitativas (observação participante e entrevistas) e quantitativas (análise de regressão linear múltipla efectuada aos dados dos censos de 1991 e 2001). Os resultados da investigação revelam uma forte importância das variáveis: imigração PALOP, emprego no sector terciário, habitação e família extensa. Os efeitos do crescimento e declínio da população resultantes destes factores têm transformado profundamente o território, com reflexos no uso do espaço público, mudanças em muitos edifícios, coesão social e crescimento de condomínios fechados.
Autores: Romana Xerez;
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A gestão urbana e a atuação dos governos locais num contexto de redefinição político-institucional e de descentralização das políticas públicas no Brasil são o recorte deste trabalho. Busca-se expor reflexões produzidas a partir de uma pesquisa sobre iniciativas locais de políticas urbanas, focalizando os impasses gerados e as dificuldades de se implementar políticas locais de longo alcance social num quadro de aprofundamento dos problemas urbanos e de inconcretude do pacto federativo, desenhado na Carta Constitucional de 1988. Toma-se, assim, como referência o contexto de redefinição político-institucional nas relações entre os diferentes níveis de governos e de transferência de competências às unidades subnacionais. Como referência empírica, nos valemos de uma experiência de urbanização de favelas implementada a partir da década de 1990, em um capital da região nordeste do país – Teresina, Piauí. Os resultados da pesquisa apontaram para impasses gerados na área das políticas urbanas, em decorrência da indefinição de competências das esferas responsáveis em âmbito constitucional, comprometendo o desempenho das cidades e a capacidade dos governos municipais de enfrentar problemas estruturais, como a segregação socioespacial.
Autores: ANTÔNIA JESUÍTA DE LIMA; Antônia Jesuíta de Lima;
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263 - Leituras Espaciais e Diversidade Social
O projecto Regionalidade e Diversidade Social em curso desde 2005 tem como principais objectivos a elaboração de um estudo centrado na análise demográfica prospectiva e sociológica das principais tendências que atravessam as Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa, preocupando-se, simultaneamente, com os padrões e variáveis constantes nos dados demográficos e as configurações respeitantes à inscrição espacial das desigualdades sociais resgatadas através de duas incursões etnográficas em freguesias de Lisboa (Lumiar) e Porto (Ramalde) pautadas quer por um recente crescimento demográfico (apesar da tendência hegemónica de perda de população nas duas cidades), quer por uma crescente diversidade e descontinuidade social. Na presente comunicação daremos conta do estudo efectuado na freguesia de Ramalde, no Porto, onde se pretendeu, entre outros objectivos, operacionalizar, via grounded theory, o conceito de regionalidade à escala da freguesia, tendo em conta as seguintes dimensões, analisadas em três locais socialmente distintos da freguesia: - morfologia urbana; - modos de habitar; - sociabilidades; - apropriações e usos do espaço urbano. A incursão etnográfica assentou em protocolos de observação directa e deambulante (quer flutuante, quer a partir de plataformas de observação – cafés, lojas, sedes de associações, etc.) e ainda em entrevistas semi-directivas a informantes privilegiados (políticos e técnicos da junta de freguesia; líderes associativos locais; comerciantes)
Autores: Luís Baptista; Izabela Naves Coelho Teobaldo; João Teixeira Lopes; Luís Baptista;
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O presente artigo contém uma análise sobre as inovações, o alcance e os dilemas da intervenção do governo municipal, no âmbito da questão da moradia, ocorridas na vigência das administrações de Firmino Filho (1997-2004), em Teresina, Piauí, contexto caracterizado pelo agravamento dos conflitos urbanos nas grandes cidades e o surgimento de experiências de gestão urbana consideradas bem sucedidas. Tais iniciativas locais surgem na esteira das inovações trazidas pelo processo de descentralização das políticas públicas, e pelas gestões democráticas construídas em diversas cidades do país desde os anos de 1980, especialmente após a Constituição de 1988. Apesar do discurso e de medidas governamentais aparentemente novas sobre a gestão urbana, o estudo indica que governo municipal não foi capaz de equacionar a problemática da moradia, uma vez que, as ações previstas, além de terem sido tratados principalmente do ponto de vista físico-urbanístico, exigiram muitos recursos, faltando, nesse processo, um sistema nacional de financiamento constante e contínuo que pudessem enfrentar de forma definitiva a questão fundiária e imobiliária.
Autores: ANTÔNIA JESUÍTA DE LIMA; Antônia Jesuíta de Lima; Edmundo Ximenes Neto ;
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65 - Novos Tipos de Habitação: o caso de Lisboa
A comunicação analisa a diferenciação habitacional em Lisboa. São identificados 4 tipos habitacionais, todos concluídos depois do virar do sec. XX: Arquitectura Sustentável – Torre Sul, Condomínios Residenciais, Studio Residence Palácio e LisboaLoft. Após a sua caracterização, ao nível da promoção e dos aspectos diferenciadores, inicia-se uma discussão preliminar de alguns dados do inquérito aos seus residentes (N=185). Os 4 tipos exprimem uma radicalização de individualização – sobre-representação dos agregados familiares mais reduzidos (Isolados e Casais s/ Filhos) –, como corolário da configuração tipológica deste edificado, de tipologias pequenas. Segue-se a análise das especificidades inter-tipos, partindo da conjugação de variáveis de caracterização “sociográfica” com outras do âmbito das representações; nestas, destacam-se as motivações dos residentes face a esta opção residencial e o seu entendimento sobre as especificidades dos respectivos tipos. Dos 4, o que se afigura como o tipo menos diferenciado é a A. Sustentável. Os traços mais distintivos dos S. Residence são: a sobre-representação extrema da coabitação, sobretudo de casais jovens das “periferias”; o predomínio de Isolados oriundos doutros pontos do país, que não as 2 AM’s. Um e outro justificam a transitoriedade deste tipo, relacionada com o arrendamento. Os Lofts distinguem-se pela sua “urbanidade consolidada”, pela importância dos “novos intermediários culturais” e pelo forte investimento na casa como “projecto estético”; os C. Residenciais aprofundam a tendência de “hotelização” da habitação, ancorada, porém, na procura de uma segurança múlti-dimensional.
Autores: Sandra Marques Pereira;
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A ideia do artigo é apresentar os usos, as apropriações espaciais, as classificações e as disputas simbólicas ocorrentes no bairro Praia de Iracema, situado na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará - Brasil, após as intervenções urbanísticas implementadas pelos governos Estadual e Municipal nos anos 1990. Registro as representações construídas pelos “praticantes” do bairro, pelos meios de comunicação e diversos actores sociais políticos, verificando os seus efeitos sobre as imagens de “bairro tradicional” e “bairro degradado” atribuídas a este espaço. Destaco especialmente as representações simbólicas associadas à “boémia” e à alegoria do “adeus”, considerando-as como sinalizadoras de marcas temporais e espaciais. A partir da pesquisa empírica percebi que “passado” do bairro, se tornou um componente importante nos discursos sobre “preservação” e “requalificação” deste espaço da cidade. Saliento também que as disputas simbólicas relativas aos usos e representações na Praia de Iracema parecem sintetizar um conjunto de elementos que dizem respeito a preservação do património material e simbólico de Fortaleza, no sentido da sua memória e manutenção de equipamentos públicos. A Praia de Iracema pode ser definida como sinalizadora do êxito ou fracasso das políticas municipais, e mesmo estaduais. Veremos ainda que este fenómeno é paradigmático de processos de apropriações espaciais presentes em outras cidades que viveram projectos de “requalificação”.
Autores: Roselane Gomes Bezerra;
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191 - O papel da Cultura na Gestão da Marca das Cidades
O ambiente fortemente competitivo que caracteriza os lugares no que diz respeito à sua disputa para atrair investimentos, residentes e visitantes tem justificado a adopção de abordagens de marketing tradicionalmente utilizadas no domínio dos bens e serviços de grande consumo. A gestão da marca é uma dessas abordagens, reunindo enorme consenso relativamente à sua pertinência no âmbito dos lugares, nomeadamente quando encarados como destinos turísticos. A vertente cultural das cidades tem sido um veículo privilegiado para a construção e reconstrução das respectivas marcas distintivas, posicionando-as num cenário global. A marca é algo que “reúne” pessoas, recursos, coisas e eventos sob um sinal cuja natureza holística os faz parecer ou trata como partes de um todo. Deste modo, as marcas não são apenas fontes de diferenciação. São também elementos de identificação, reconhecimento, continuidade e colectivismo. Trata-se de uma distinção simbólica, frequentemente o elemento mais diferenciador das políticas de marketing de cidades e de gestão dos fluxos de turismo cultural. O objectivo desta comunicação é apresentar uma reflexão sobre a gestão da marca com base em recursos culturais em cidades de média dimensão.
Autores: Maria Manuela Martins Guerreiro; Maria Manuela Guerreiro;
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317 - O peso do lugar. Mudança e reprodução social numa colectividade do Noroeste Português
Fonte Arcada era, há três décadas, uma colectividade muito marcada ainda por traços característicos da economia e sociedade camponesas, onde, portanto, era forte, para grande parte dos agentes sociais que nela habitavam, quer a dependência objectiva, quer a ligação subjectiva ao espaço local. A emergência, nessa altura, de um grupo social polarizado, através de migrações pendulares, pela bacia de emprego do Grande Porto estava, entretanto, a consolidar padrões de relações sociais, desde a esfera familiar à das redes de sociabilidade, passando pela própria estrutura da actividade agrícola, em divergência com o modelo até então dominante. Nos trinta anos subsequentes, intensificou-se o declínio da agricultura camponesa, avançaram os processos de urbanização, com relativa homogeneização de modelos culturais e padrões de consumo, aumentaram a intensidade e distensão das migrações pendulares, com diversificação dos destinos, generalizou-se o acesso a patamares de instrução mais elevados. Seria, então, previsível que uma revisitação sociológica da colectividade verificasse, hoje, uma significativa alteração da dependência objectiva e da ligação subjectiva dos seus habitantes ao espaço local. Não obstante as mudanças neste sentido que foi possível observar, não é menos impressivo o facto de permanecer muito vincada a importância de processos de identificação estruturados em torno do lugar. Sendo certo que algumas dependências objectivas parecem atenuadas ou mesmo, para alguns, superadas, permanecem, ainda assim, na colectividade, por razões que se prenderão, entre outras, com as lógicas da propriedade fundiária, a permanência de um modelo de economia doméstica e entreajuda de tipo familista e a necessidade de mobilização de redes de parentesco e de vizinhança para o acesso ao mercado de trabalho, muitos traços da ligação ao espaço local. A relação das populações com a escola, a configuração das estruturas produtivas, a restrição de oportunidades de trabalho a segmentos pouco qualificados, o forte condicionamento do tempo de não-trabalho imposto pela intensidade das ocupações e do tempo destinado a deslocações casa-emprego, o fechamento do campo dos lazeres no espaço doméstico, são alguns dos factores que, plausivelmente, explicarão a manutenção do peso do lugar numa colectividade aparentemente muito permeada por pressões exógenas de mudança.
Autores: João Queirós; José Madureira Pinto; João Queirós;
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766 - Paradoxos do subúrbio do Rio de Janeiro: a força da sociabilidade sociável na vizinhança
Agregando dados etnográficos e os da recente pesquisa domiciliar de Vitimização, discute-se porque que poucos moradores, mesmo vítimas de crime e de perdas de pessoas próximas assassinadas, querem mudar-se da vizinhança, do bairro ou da cidade. Isso varia por idade, naturalidade e local de moradia. O que prende os moradores à cidade, ao bairro e à vizinhança em proporções diferenciadas? Apesar dos altos índices de criminalidade violenta, os moradores têm percentuais menores que 20% de desconfiança ou desconhecimento de vizinhos. A boa convivência tem proporções maiores nas áreas em que vivem os pobres, sendo que a mais populosa corresponde aos subúrbios da cidade. Os pretos têm percentuais mais altos de boa convivência do que os pardos e brancos; os mais jovens e os mais velhos idem. No caso dos mais jovens, isso se explicaria pelas atividades de lazer. Mas não explica porque tal convivência sociável é maior nos subúrbios que carecem de áreas de lazer. Como explicar este paradoxo? O tráfico de drogas violento afeta a vida social e cultural da região. Mas a guerra não altera tudo e, onde a vizinhança tem papel fundamental, relações comunitárias ficam fortalecidas.
Autores: Alba Zaluar; Ana Paula P. G. Alves Ribeiro; Alba Zaluar;
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296 - Projecto Évora Distrito Digital: para um balanço da participação dos municípios
Este texto procura contribuir para compreender em que medida a participação dos municípios no projecto Évora Distrito Digital (realizado no âmbito do Programa Cidades e Regiões Digitais), foi percepcionada pelos municípios como uma mais-valia para o desenvolvimento deste território. Depois dum enquadramento teórico, analisam-se opiniões de alguns dos principais actores do projecto (presidentes de câmara e técnicos em TIC) acerca da participação dos municípios, tomando como base relatórios produzidos no âmbito das actividades de avaliação interna independente do projecto. As conclusões sugerem que o projecto EDD foi percepcionado como uma intervenção significativamente relevante e vantajosa para os municípios, podendo ter-se constituído enquanto início dum processo de estratégia colectiva orientada para o desenvolvimento do distrito como «território de conhecimento».
Autores: José Manuel Leal Saragoça; José Manuel Saragoça;
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397 - Taparam a água de Cabeça. Discórdias e encenação de status forjados numa levada de heréus
A comunicação proponente tem como repto principal a análise de algumas dinâmicas sociais existentes no seio de uma comunidade de regantes da Lombada da Ponta do Sol, forjadas quotidianamente em face de uma água de regadio partilhada. O objectivo é analisar as dinâmicas sociais associadas à gestão do recurso hídrico, que convertem a Levada do Moinho num lugar de contestação, mais concretamente, cartografar e analisar os lugares, os intervenientes e as situações de conflitualidade interna registadas durante o giro que ocorre no período estival. Os estudos dedicados às práticas de regadio referem alguns debates em torno da conflitualidade face à gestão do recurso hídrico. Este aspecto é algo inerente à gestão e uso da água nos mais variados sistemas de regadio. A complexa gestão da água gera conflitos entre actores sociais, mais concretamente, entre regantes e levadeiros, que no palco activo da trama quotidiana, forjam representações diversas e encenam status. Em termos metodológicos utilizou-se a metodologia qualitativa, usando-se primordialmente, a observação participante e a entrevista qualitativa de modo a obter informações relativas às práticas culturais e às dinâmicas sociais associadas à gestão do recurso hídrico. E ainda, uma pesquisa bibliográfica e documental que incidiu nas questões teóricas, etnográficas e históricas associadas à temática em questão. Os resultados obtidos demonstraram que as discórdias se manifestam por motivos diversificados, como as especificidades do sistema de regadio, o desajustamento do giro, a ineficácia e as deficiências existentes no próprio funcionamento do sistema.
Autores: Filipa Fernandes; Filipa Fernandes ;
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27 - Território(s) e Qualidade de Vida: representações sobre um conceito
A presente comunicação pretende, a partir da leitura de dados empíricos sobre Qualidade de Vida na Área Metropolitana de Lisboa, dar conta quer das noções de qualidade de vida interiorizadas pelos habitantes da AML, quer das formas de percepção e avaliação da qualidade de vida. A leitura destes dados será feita com o intuito de introduzir algumas reflexões sobre a complexidade de variáveis intervenientes entre condições objectivas e percepções subjectivas de qualidade de vida bem como contribuir para a discussão em torno das formas de intervenção em prol da melhoria da qualidade de vida em contextos urbanos.
Autores: Teresa Costa Pinto;
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Classes, Desigualdades e Políticas Públicas
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O estudo focaliza diferentes políticas públicas de acesso ao ensino superior propostas e em curso, desde o final dos anos de 1990, no Brasil, com o objetivo de verificar os seus principais desdobramentos para inclusão profissional da população atendida, no mundo do trabalho. A pesquisa prioriza a implantação do Programa Universidade para Todos (PROUNI), implementado em 2005, pelo Governo Federal. Por meio da oferta de bolsas de estudo, o PROUNI visa criar condições de acesso ao ensino superior privado para estudantes oriundos em sua maioria das camadas populares ou de estratos da pequena classe média e que não dispõem de recursos para assumir os custos de uma universidade particular, haja vista que não conseguiram aprovação nas universidades públicas. O estudo se insere no rol da pesquisa qualitativa, empírica. Para a coleta de dados, feita por meio de questionários e termo de consentimento, foi selecionada amostra de bolsistas de uma universidade de grande porte de São Paulo. As informações obtidas resgatam a discussão entre as relações entre o público e o privado, além de apontar contradições entre o discurso oficial que considera o PROUNI uma política inclusiva, ao transferir recursos de isenção fiscal para estratos populacionais menos favorecidos e a qualidade do ensino oferecida pelas universidades aderentes ao Programa.
Autores: Maria Rita Aprile; Rosa Elisa Mirra Barone;
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412 - A análise da Política da Terceira Idade em Portugal, de 1976 a 2002
Pretende-se analisar o desenvolvimento verificado na política de terceira idade, a partir de 1976 e até 2002, realçando a forma como a terceira idade tem sido tratada e como têm sido garantidos os seus direitos. Esta análise não pretende ser exaustiva, optando-se por focar as medidas e os aspectos dessas políticas que sejam mais significativos. A análise documental foi o método que foi utilizado, convocando, para esse efeito, diferentes trabalhos e outros documentos, tais como programas do governo, legislação, discursos e intervenções. O presente trabalho encontra-se dividido em três períodos: de 1976 a 1985, analisando a ruptura com a forma de intervir na velhice, que vinha desde do século XIX; de 1985 a 1995, tendo em conta a política de terceira idade num contexto de crise do Estado-providência; e de 1995 a 2002, abordando a ausência de uma política global, integrada e pública de terceira idade e a ênfase colocada no potencial dos idosos como consumidores.
Autores: Esmeraldina Maria da Costa Veloso; Esmeraldina Veloso;
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Os processos de decisão à escala local, são suportados de forma crescente, em diagnósticos, sistemas de monitorização e avaliações de projectos, programas ou políticas em áreas diversas (social, ambiental, etc.) que permitem a quem decide, fazê-lo com conhecimento fundamentado da realidade em que se intervém e com capacidade para conceber as orientações estratégicas no sentido do planeamento e desenvolvimento do território. No plano da intervenção social local, estão cada vez mais generalizados os diagnósticos e as metodologias de participação que, beneficiando do envolvimento dos parceiros e agentes urbanos, têm constituído uma oportunidade para implementar processos de planeamento na área social, contribuindo a médio e longo prazo para a melhoria da qualidade das respostas sociais e qualidade de vida dos habitantes. Tendo como referência a experiência de implementação da Rede Social na cidade do Porto e o contributo produzido (no âmbito do Gabinete de Estudos e Planeamento do município) através da elaboração do seu Pré-Diagnóstico Social, pretende abordar-se a importância da construção de sistemas de indicadores e da sua monitorização social, particularmente orientados para a identificação da situações de pobreza e exclusão.
Autores: Maria Eugenia de Oliveira da Rocha; Maria Eugénia Rocha;
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575 - A contribuição da economia solidária para o desenvolvimento local em Cidade de Deus
A Cidade de Deus (CDD) é uma comunidade/ favela da cidade do Rio de Janeiro/ Brasil que vive em situações precárias. Em 2002, o sucesso do filme “Cidade de Deus” colocou a comunidade na mídia, reforçando a imagem de comunidade violenta e perigosa. Uma nova onda de preconceito e discriminação se formou o que comprometeu a relação da comunidade com o restante da cidade e consequentemente com o mundo do trabalho. O lançamento do filme acabou estimulando um debate decisivo na comunidade. Lideranças e militantes sociais se reuniram para mostrar que na CDD não havia só violência e miséria. Para tanto, formou-se uma rede de instituições locais e moradores que configurou o Comitê Comunitário CDD caracterizando a necessidade e sentimento comum de construir um projeto de desenvolvimento local. A iniciativa do Comitê resultou no projeto Cidade de Deus e de Direitos que pauta a economia solidária como uma das prioridades. O trabalho aqui apresentado reflete sobre a contribuição da economia solidária para o desenvolvimento da CDD, bem como considera os avanços e dificuldades da comunidade que está vivenciando uma prática diferenciada e participativa.
Autores: Aline Mendonça dos Santos; Carla Moura de Lima;
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230 - A Intervençao Social Contemporanea do Empresariado Brasileiro
Este artigo da análise de uma nova forma de fazer política social, envolvendo parcerias entre Estado e empresas interessadas em fazer investimento de cunho social no Brasil. Será apresentado um estudo comparativo de três empresas privadas que formulam projetos sociais na área da saúde. Algumas empresas têm ultrapassado os limites do espaço da produção e avançado no espaço público, construindo parâmetros do que seja justiça social, de forma autônoma ou em conjunto com o Estado e movimentos sociais. Elas criam fundações e institutos como “braço social” de suas atividades produtivas, com o discurso que estão buscando um novo valor que transcenda a visão de lucro: um ethos humanitário e de solidariedade. Chamamos a esta ação empresarial de investimento social privado (ISP). Este termo destina-se as empresas que formulam voluntariamente programas e projetos sociais para comunidades, preferencialmente as de baixa renda. A análise deste trabalho pressupõe que a atual responsabilidade social empresarial sob a forma de investimento social privado não representa um fenômeno isolado, mas resulta da convergência de vários fatores, em particular em virtude das mudanças operadas pelo Estado, aliadas a ideologia neoliberal da co-responsabilidade social para a formulação de políticas públicas.
Autores: Maria Alice Nunes Costa;
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O artigo é resultado de um estudo de caso sobre a temática da democracia e participação em um município do Nordeste brasileiro. O lócus são as reuniões do Grande Conselho Comunitário Municipal do Município de Santana do Acaraú - Ceará, nomeado popularmente como “Conselhão”. Tal fórum foi reconhecido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância como um dos modelos de gestão participativa no Brasil. Procurei não construir um diagnóstico em que a efetividade da “participação” (se ela existe ou não) ou dos seus resultados materiais alcançados se configurem em único critério analítico como acontece em muitos estudos que tratam dessa temática. A partir do modelo da representação teatral proposto por Goffman, interpretei tal fórum como um espaço de sociabilidade. Os sentidos construídos pelos freqüentadores do Conselhão nas suas interações sociais compõem um material fecundo para a interpretação sociológica.
Autores: Clódson dos Santos Silva;
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144 - A Sociologia das Classes Sociais na Investigação Sociológica em Portugal
A presente comunicação procura contribuir para um aprofundamento do conhecimento da campo da investigação sociológica em Portugal, tomando como referente central de desenvolvimento analítico a sociologia especializada das classes sociais. Procura-se compreender a evolução diacrónica da sociologia das classes sociais no panorama da sociologia e sistema universitário em Portugal, e analisa-se a produção científica da investigação sociológica das classes sociais realizada sobre a sociedade portuguesa, no período compreendido entre 1960 e 2007.
Autores: Nuno Filipe Pombo Soares Nunes; Nuno Nunes;
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195 - Condições e qualidade de vida na Região Norte: mudanças e continuidades
Esta comunicação vem no seguimento de um trabalho feito anteriormente e tem como objectivo analisar a evolução dos principais indicadores representativos das condições e da qualidade de vida na Região Norte, no passado recente. Num primeiro momento, damos conta das principais mudanças em termos da população e da actividade económica na Região e no país e, seguidamente, procedemos a uma análise das condições de habitação, de conforto e no âmbito da protecção social. Globalmente podemos concluir por uma evolução favorável, seguindo a tendência nacional. Contudo, de uma leitura mais circunscrita ressaltam tendências, de natureza e impacto diferenciado, inibidoras do desenvolvimento e da almejada coesão social da Região.
Autores: Maria Luisa Parente Pinheiro de Almeida; Luisa Pinheiro;
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699 - Inclusão escolar e deficiência no Brasil: o que dizem as políticas curriculares?
A presente comunicação objetiva apresentar as políticas educacionais desenvolvidas no Brasil nas últimas décadas que propõem a inclusão de sujeitos com deficiência no ensino regular. A partir de uma análise documental, focaliza-se especialmente as políticas curriculares do Estado de Santa Catarina que tem proposto adaptações curriculares como forma de orientar a constituição de uma escola para todos. São analisadas as concepções de deficiência e a de inclusão delas decorrentes e a forma como se expressam nas políticas. Considerando os documentos estudados discute-se o quanto o discurso sobre a inclusão escolar dos sujeitos com deficiência, na medida em que ainda aparece dominado por uma lógica biológica, pouco se articula com a proposição de políticas mais igualitárias para todos.
Autores: Geovana Mendonça Lunardi Mendes; Geovana M. Lunardi Mendes;
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La evolución de la política en el estado español ha corrido paralela a la que se ha desarrollado a nivel mundial a través de las aportaciones de la ONU (Organización de Naciones Unidas) y de la UE (unión Europea). En ese sentido se ha pasado de una línea basada en la prestación social y de subsidiariedad a otra de defensa de los derechos de todas las personas independientemente de sus condiciones físicas o psicológicas. El modelo adoptado, en definitiva, pasa de considerar a las personas con discapacidad como ‘ciudadanos de segunda’ a considerarlas personas de pleno derecho. En esta consideración ha jugado y juega actualmente un papel preponderante la necesidad de hacer accesibles la totalidad de los bienes, servicios, edificios y recursos tecnológicos como una forma de construir un mundo donde todos tengamos cabida. Tomamos como punto de partida de la evolución legislativa en España a la LISMI (Ley de Integración Social del Minusválido de 1982; a continuación consideramos las aportaciones de la LIONDAU (Ley de Igualdad de Oportunidades, No Discriminación y Accesibilidad Universal de las personas con discapacidad de 2003; para terminar los planes de acción para las personas con discapacidad y el plan nacional de accesibilidad.
Autores: Juan Casanova Corrêa; Juan Casanova Correa;
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430 - Novos espaços públicos no Brasil: a experiência da segurança alimentar e nutricional
O presente trabalho investigará a atuação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional- CONSEA- como um espaço de elaboração de políticas públicas e de exercício do controle social objetivando garantir o direito humano à alimentação. A relação entre governo e sociedade civil, no funcionamento do CONSEA, tem gerado um padrão de sociabilidade marcado por contradições, conflitos e formação de consensos.
Autores: Elza Maria Franco Braga;
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105 - O consumo: uma perspectiva sociológica.
Apresentamos os resultados preliminares de uma investigação sobre o consumo, numa perspectiva sociológica, desenvolvido no âmbito do CAPP e do CES-ISCSP. Trata-se de um projecto de pesquisa essencialmente qualitativo, cujos principais objectivos são identificar quais os consumos que servem, no quotidiano dos indivíduos, de fronteiras perceptivas entre estratos sociais e, por outro lado, compreender os processos que subjazem à escolha e utilização desses consumos, nas suas diversas acepções. O estudo assentou na aplicação de um questionário a uma amostra de 545 indivíduos, na realização de entrevistas em profundidade e na observação de uma população dos 18 aos 45 anos, residente nas áreas de Lisboa e Leiria, apresentando-se uma análise comparativa de perfis e resultados para estas duas cidades. Os dados mostram que o consumo é um dos critérios mais relevantes para a diferenciação social e que o seu papel é visto de forma diferente nas duas cidades analisadas.
Autores: Raquel Alexandra Barbosa Ribeiro; Raquel Ribeiro;
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301 - Pessoas com deficiências e incapacidades – um inquérito nacional
Neste texto apresenta-se um conceito de deficiências e incapacidades de acordo com os paradigmas teóricos actuais do Modelo Social e da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e uma operacionalização desse conceito com base em duas dimensões: as alterações ao nível das funções e as limitações das actividades. Este conceito foi utilizado num inquérito nacional, realizado em duas etapas, com o objectivo de estudar a população com deficiências e incapacidades cujos resultados permitem esboçar uma imagem socialmente crítica desta população.
Autores: José Luís Casanova;
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400 - Pluralidade da relação com o trabalho em contexto de pobreza
Na nossa sociedade, o trabalho é o factor individual com mais peso para definir o lugar da pessoa na estrutura social e, simultaneamente, um dos factores mais importantes na definição da identidade social. No caso dos indivíduos em situação de pobreza (especificamente dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, RSI), a forma como se relacionam com o trabalho apresenta algumas particularidades que a singularizam. Desde logo, sobressaem a escassez de formação escolar e profissional, a precariedade no emprego (e a questão dos vínculos em geral) e o tipo de actividades laborais a que têm acesso. Estas singularidades são tanto o resultado de percursos de vida marcados pela incerteza face ao futuro e pela escassez de recursos escolares e monetários como da influência da estrutura do mercado de emprego nas oportunidades de trabalho destes indivíduos. Nesta comunicação, através dos dados do RMG/RSI e estatísticas oficiais, procuramos mostrar como as características dos indivíduos são condicionadas pela especialização económica e seus efeitos no mercado de trabalho no espaço da Região Autónoma dos Açores.
Autores: Fernando Jorge Afonso Diogo; Fernando DIogo;
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112 - Pobreza e exclusão social em Portugal
Esta comunicação consistirá numa síntese dos principais resultados do questionário específico elaborado e aplicado no âmbito do estudo “Pobreza e Exclusão Social em Portugal”. Este questionário pretendeu preencher as lacunas existentes nos dois outros instrumentos analisados na pesquisa – o Painel dos Agregados Domésticos Privados da União Europeia e o ICOR - Inquérito às Condições de Vida e Rendimento. O universo de análise consistiu nos representantes dos agregados identificados como pobres no ICOR 2004 e que se encontravam a trabalhar no momento do inquérito. Procurou-se, pois, analisar, de forma mais incisiva, as situações de exclusão social efectiva registadas entre a população pobre portuguesa. Para além das características e perfis destes indivíduos foram analisadas questões como a inserção laboral, percursos escolares, redes de sociabilidade e solidariedade, bem como as percepções subjectivas desta população relativamente à pobreza.
Autores: Pedro Perista; Alfredo Bruto da Costa; Isabel Baptista; Paula Carrilho;
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227 - Políticas de Inclusão no Ensino Superior: Panorama da Legislação Brasileira
Destacamos os dados levantados no projeto de pesquisa intitulado “Mapeamento dos portadores de necessidades especiais e diagnóstico das carências para inclusão no ensino universitário da UDESC, bem como, o levantamento dos dados quantitativos, formado pelos dados do Censo de 2006 do governo federal, dos dados do governo estadual e do município de Florianópolis, capital de Santa Catarina. Ainda fez parte da análise nesta investigação, os documentos e políticas para a educação especial no Brasil. Identificamos as mudanças no cenário social a partir da legislação construída nas últimas décadas, enfatizando os aspectos da legislação estadual que atende a educação especial. Partindo da análise dos dados quantitativos de inclusão no ensino médio e fundamental, identificamos diretrizes para inclusão de pessoas com necessidades especiais no Ensino Superior da UDESC.
Autores: Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva;
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Trata-se de um levantamento de indicativos do investimento estatal no setor pesqueiro através de leis e incentivos e subsídios e da criação de leis normativas referentes à extração dos recursos marinho. As primeiras explicitando um apoio à expansão da atividade pesqueira artesanal e semi-industrial, à expansão da frota de barcos e as segundas representando medidas protecionistas do meio ambiente litorâneo e marinho. Fazendo uso de modelos de análises, pretende-se refletir sobre as leis formuladas, os efeitos esperados, as ações executadas e os resultados alcançados. Apontando como problematização a complexidade das relações locais e a grande diversidade de casos para os quais as medidas visam atuar.
Autores: Winifred Knox;
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431 - Políticas públicas e mínimos sociais
A presente comunicação resulta de um projecto cujo objecto empírico é o estudo dos beneficiários do RSI e versa a análise sobre os impactos conjunturais e estruturais que esta medida provocou, procurando-se compreender as relações entre os objectivos explicitados na formulação da medida e as práticas efectivas accionadas na sua aplicação, quer incidindo a análise nos beneficiários e suas características, quer nas práticas institucionais e seus modelos de organização. Ensaia-se a compreensão dos processos de inclusão, nas dinâmicas de vulnerabilização, de estigmatização e de exclusão e nos modos e impactes das políticas públicas e promove-se uma abordagem sistematizada sobre os processos de construção e reconstrução de identidades sociais em situação de benefício do RSI.
Autores: Eduardo Vítor de Almeida Rodrigues; Eduardo Rodrigues;
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760 - Popular culture and the formation of the working class
Social class is sometimes considered as a mere economic or a political phenomenon. In our research we tried to relate social class with cultural variables. Most notably, our purpose is to show how a particular kind of cultural production – popular culture – affects social and political mobilization of the working class. In this way, we focused our attention in the rural workers of the Left Margin of Guadiana River, in Alentejo. Basically, the research is a qualitative approach to the feelings and subjective apprehensions of those workers and how they interact with their political behaviour. Our hypothesis is that the cultural heritage of these social agents contributed to the development of social and political practices. At the same time, the proper and autonomous production of their own cultural sociabilities induced mental and symbolic frameworks creating a sense of community gathered by common values and beliefs. So, in order to understand some of the past political interventions of Alentejo’s working class, we cannot escape to integrate theoretically these most visible phenomena with the correlative cultural background that supports them.
Autores: João Paulo Valente Aguiar; João Valente Aguiar;
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Tomando como referente empírico a implementação do Programa Rede Social em Portugal, apresenta-se um conjunto de desenvolvimentos analíticos e de resultados proporcionados por uma investigação recentemente concluída, cujo objectivo foi a identificação e caracterização dos processos, das dinâmicas e dos impactes do referido programa nos vários concelhos a ele aderentes, particularizando os projectos direccionados para as esferas do emprego e da formação, no âmbito das redes sociais locais/municipais. Começar-se-á por apresentar a estratégia metodológica implementada, a par do modelo de análise teórico da pesquisa, no qual se articulam as problemáticas das políticas sociais, do planeamento estratégico, dos processos de (auto)avaliação e do desenvolvimento social local. Propõe-se, posteriormente uma tipologia de projectos, construída com base na caracterização analítica de um conjunto de experiências locais inscritas nas áreas do emprego e da formação, enquadradas e legitimadas pelas respectivas redes sociais locais e percepcionadas como boas práticas de planeamento, avaliação e execução.
Autores: João Emílio Alves; Rita Cheta; Alexandre Cotovio Martins;
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A comunicação pretende discutir a relação entre o rendimento do adulto equivalente e os níveis de privação em termos de estilo de vida, focando em particular a população idosa portuguesa. Toma-se como ponto de partida um conjunto de estudos que têm sido desenvolvidos em vários países Europeus, os quais têm demonstrado que as relações entre rendimento e privação são mais fracas do que se poderia supor , implicando isso que as tradicionais linhas de pobreza podem ter uma performance relativamente limitada na identificação dos agregados familiares com mais dificuldades em concretizar um estilo de vida aceitável segundo os padrões das sociedades modernas. A comunicação procura explorar esta relação na população idosa portuguesa, analisando dados provenientes do Painel dos Agregados da Comunidade Europeia, para o ano 2000. Num primeiro momento procede-se à análise de privação, procurando identificar diferentes dimensões de privação e medindo a relevância de cada dimensão nos agregados familiares dos idosos. Num segundo momento, procura-se analisar a correlação entre níveis de privação e rendimentos, derivando-se dos resultados da análise algumas implicações no que diz respeito aos instrumentos de medição de pobreza entre os idosos portugueses.
Autores: Alexandra Cristina Ramos da Silva Lopes; Alexandra Lopes;
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Crenças e Religiosidades
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Os estudos sociológicos que enveredam por uma abordagem morfológica da religião, mais precisamente, na sua vertente formal e institucional, tendem a ser objecto de crítica por, aparentemente, contribuírem pouco ou muito pouco para o avanço da reflexão sobre o fenómeno religioso na modernidade, e por estarem na base da construção de uma perspectiva redutora e miópica da secularização enquanto sinónimo do declínio da religião nas sociedades contemporâneas. A normatividade religiosa institucional, na maior ou menor importância que ela assume quer para o funcionamento dos diferentes tipos de organização religiosa, quer para os membros destas organizações, continua, porém, a constituir um campo de análise fecundo – e menos saturado do que o que se tende a supor – sobre a secularização enquanto processo complexo e universal, que opera a diferentes velocidades, acomodando dinâmicas diversas e contraditórias aos níveis meso e micro-societal.
Autores: Andreia Filipa Soares Passos Cardoso; Andreia Passos;
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Esta comunicação tem como objetivo analisar, a partir dos resultados observados em minha tese de doutoramento em Sociologia, defendida em março de 2006, o relacionamento dos espíritas kardecistas pernambucanos com os adeptos das religiões afro-brasileiras, no caso Umbanda e Candomblé, levando em consideração a existência de um quadro religioso plural e a emergência de Estados multiculturais que lidando com a questão das diferenças e da tolerância - está não mais pautada pela semelhança como nas sociedades modernas, mas sim pela busca da alteridade e pelo trato com as dessemelhanças – respeite e crie espaços institucionais que possibilitem a manifestação do dissenso e do conflito sem que com isso tais espaços venham a permitir a manifestação do intolerável expresso através da violência e da opressão de grupos e vozes marginalizadas historicamente.
Autores: Aurenéa Maria de Oliveira;
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751 - PROMESSAS: CONTRATO INDIVIDUAL E SOCIAL COM SERES SUPERIORES
Este artigo se propõe discutir as concepções de religião no âmbito das práticas sócio-culturais do sujeito. Foi realizada análise bibliográfica relacionada ao tema, especificamente com a obra As formas elementares da vida religiosa de Émile Durkheim, afim de entendermos as construções ideológicas e em que elas se sustentam. A pergunta norteadora deste trabalho é: o que motiva uma promessa? O diálogo entre os seres terrenos e superiores na relação da promessa, geralmente ocorre motivado pela condição do fiel seja no plano espiritual seja no terreno. Ela acontece no momento de alguma perturbação na sua vida. As causas que provocam são as mais diversas. A doação de bens materiais e servidão, também, são maneiras de agradecer pela graça alcançada. Neste caso, eles se enquadram no plano material. O procedimento da quitação do débito é estabelecido quase sempre no momento da realização como forma de garantias no processo de negociação entre as partes envolvidas. O débito pode ser pago através de algo subjetivo (orações, preces) sacrifício material (oferenda) ao ser ou a alguém. Em vista do exposto, as promessas se configuram como um dos ritos fortalecidos pelas crenças é de cunho meramente subjetivo e/ou de opinião, como sugere Durkheim. Portanto é mais uma manifestação exercida pelos seguidores religiosos que se processam de acordo com suas regras. E num jogo de razão e de fé, que se observa à continuidade da religião.
Autores: Sebastiao Faustino Pereira Filho;
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O presente estudo é fruto de reflexões desenvolvidas sobre peregrinações em Juazeiro do Norte, no Nordeste do Brasil. Os visitantes são designados “romeiros” e se constituem categoria central na representação de alteridades e identidades no universo quotidiano-religioso da cidade. No encontro entre “romeiros” e “moradores” é construído um cenário de tensões e disputas simbólicas relacionadas à ideia de romaria como devoção ou diversão e que implicam em distintas formas de apropriação do lugar.
Autores: MARIA PAULA JACINTO CORDEIRO; Maria Paula Jacinto Cordeiro;
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205 - Religião – Um Espaço de Integração e Participação Pública
Presentemente assistimos a uma pluralidade religiosa que contribui para a reconstrução do espaço público e de novos espaços de participação púbica esta diversidade religiosa pode constituir um meio de integração dos imigrantes, uma vez que é nas igrejas que estas camadas da população encontram outros cidadãos da sua nacionalidade, com a mesma cultura, a mesma fé os mesmos problemas Por outro lado, as igrejas procuram ir ao encontro das necessidades e aspirações destes cidadãos, pelo que o universo religioso pode constituir uma fonte de integração. As Igreja dói Nazareno, a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa de Lisboa e a Terceira Igreja Evangélica Baptista são três exemplos de integração dos imigrantes e de promoção do diálogo intercultural.
Autores: Maria Isabel Tomás;
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153 - “O Culto das Santas Relíquias de Belver (Concelho de Gavião)”
Sendo a nossa área a Literatura, partimos da “Lenda das Santas Relíquias de Belver” para analisarmos um fenómeno de religiosidade popular que ainda hoje está enraizado na população da vila histórica de Belver, no concelho de Gavião. A origem da proveniência das relíquias não é muito clara, havendo vários relatos lendários sobre o facto. Um deles refere que as relíquias foram trazidas da Terra Santa por um cavaleiro da Ordem do Hospital, provavelmente, durante a época das Cruzadas; outro relata que as respectivas relíquias foram depositadas na Ermida de S. Brás, no castelo, por parte do Infante D. Luís (filho do rei D. Manuel I), local de onde foram, posteriormente, roubadas. O interesse da(s) lenda(s) remete para o culto popular das relíquias que viria a desencadear-se até à actualidade, sendo um dos vestígios da cristianização na região.
Autores: Natália Maria Lopes Nunes;
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Desenvolvimento Sustentável e Ambiente
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680 - A Artificialização das Águas: consequências de uma modernidade tardia em Portugal
As políticas públicas da água, institucionalizadas em Portugal em 1884, orientaram-se por um paradigma hidráulico / hidrológico que via na construção de grandes obras públicas a solução para uma parte considerável dos problemas económicos do país. Ao longo de todo o século XX, este paradigma de administração secundarizou a satisfação de necessidades sociais primárias, alocando a grande maioria dos recursos disponíveis em três sectores essenciais: os portos, a produção de energia e a hidráulica agrícola. Contudo, e para além de se apresentar muito deficitária relativamente aos objectivos enunciados, esta linha de actuação política levou à emergência de um fenómeno de artificialização da relação com as águas, que se manifesta na paisagem rural e urbana, mas também em processos de dependência institucional e desresponsabilização por parte dos cidadãos. Este fenómeno é hoje reconhecido politicamente, e considerado indesejável, apresentando-se a noção de participação pública como um instrumento do qual se espera uma transformação profunda na forma como nos relacionamos colectivamente com as águas.
Autores: João Howell Pato; João Pato;
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37 - A eficiência energética do ponto de vista dos cidadãos
Esta comunicação procura pôr em relevo alguns dados preliminares de um estudo mais alargado sobre o tema da eficiência energética. Olhando para o consumo de energia na sua vertente simbólica, mas também na sua vertente rotineira e interligando com a eterna dicotomia acção/estrutura, procura-se compreender a percepção dos inquiridos sobre a temática da eficiência energética, bem como sobre os principais determinantes para a forma como a integram no seu quotidiano.
Autores: Susana Maria Duarte Fonseca; Susana Fonseca;
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271 - Cenários e Imagens das cidades litorâneas do nordeste do Brasil
Atualmente profundas transformações urbanas que vêm atingindo as capitais do nordeste Brasileiro (Natal, Recife e Fortaleza). Este trabalho pretende mostrar as relações entre o desenvolvimento urbano e a preservação do patrimônio natural. Essa situação tem sido provocada pelo advento do turismo e pela crescente expansão de empreendimentos imobiliários em áreas de preservação ambiental. Buscaremos refletir sobre as implicações decorrentes deste processo, especialmente com relação ao impacto no cotidiano dos moradores, o surgimento de movimentos ambientalistas e a criação de novas identidades. O trabalho é fundamentado em discussões sobre identidade, memória, patrimônio cultural imaterial, patrimônio natural e turismo. Objetivamos também a produção de um conhecimento que possa gerar um documentário investigativo sobre a cultura local.
Autores: Lisabete Coradini;
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.Tendo como pano de fundo o processo de exponencial crescimento económico que tem pautado a Madeira e as suas decorrentes implicações nas complexas relações ambiente-sociedade, o fio condutor desta pesquisa procura cogitar a modernidade madeirense sob o signo de uma interpretação qualitativa, ou não convencional, do desenvolvimento que coloque a tónica nas suas dimensões humanas e ecológicas. Para tal fito, analisa-se a forma como predisposições e atitudes perante o ambiente se expressam no quadro dos dinamismos implícitos ao processo global de mudança paradigmática, esmiuçado por Dunlap e colegas e pela corrente norte-americana da Nova Ecologia Humana.
Autores: André Rodolfo da Silva Freitas; André Freitas;
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303 - Ecoline – Conhecer mais para Mudar melhor. Do arranque do projecto ao perfil dos utilizadores
Esta comunicação é dedicada à plataforma Ecoline – Conhecer mais para Mudar melhor (http://ecoline.ics.ul.pt), a qual, desde o seu lançamento em Dezembro de 2006, passou disponibilizar ao público informação ambiental em formato multimédia através de diversos recursos: texto, resumos de notícias publicadas na imprensa ao longo de um século, imagens e filmes históricos ou depoimentos de especialistas, animações, estatísticas oficiais e infografias. Em termos de estrutura a comunicação aparece segmentada em três momentos. Do primeiro constam elementos de contexto que indicam a existência de um enorme défice de informação sobre ambiente em Portugal, nessa sequência são referidas as fontes de informação às quais os portugueses mais recorrem e quais em que mais confiam. No segundo momento é apresentado de forma exaustiva o processo que conduziu à construção da plataforma Ecoline, sendo também descrita a sua estrutura e todo o seu potencial, tanto em termos de conteúdos como de objectos gráficos ao dispor do utilizador. No último momento é analisada a recepção do Ecoline por parte dos utilizadores, ensaiando a caracterização do perfil através dos elementos que a sua navegação deixa registados, nomeadamente, os temas de pesquisa e as palavras-chave usadas para tal, e também o número de páginas por visita, o tempo médio de permanência no site e elementos que nos permitem saber qual o país ou local de proveniência do acesso.
Autores: José Gomes Ferreira;
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681 - Educação Ambiental em Portugal: Fomentando uma Cidadania Responsável
Mais de três décadas passadas sobre os primeiros passos da Educação Ambiental em Portugal, os seus resultados (apesar do esforço e empenho de muitos profissionais) não são ainda evidentes e, sobretudo, não são conhecidos, nem estão sistematizados. O projecto de investigação, de que se apresentam aqui alguns resultados, pretende responder a esta lacuna, tendo em conta o movimento de mudança que se vai delineando, quer no sentido de uma maior intensificação do papel do sistema escolar na formação ambiental dos cidadãos, quer no sentido de uma maior articulação, senão mesmo fusão, da educação ambiental com outras áreas da educação para a cidadania. Pretende-se, a partir de um inquérito aplicado aos cerca de 15.000 estabelecimentos de ensino portugueses, avaliar a situação actual dos projectos de Educação Ambiental e de Educação para o Desenvolvimento Sustentável numa perspectiva de diagnóstico, identificando-se dinâmicas, constrangimentos e potencialidades dos projectos recenseados, desenvolvidos nos estabelecimentos de ensino quer por iniciativa das escolas, quer por iniciativa das ONG de Ambiente ou de Desenvolvimento, quer, ainda, por iniciativa das autarquias ou de empresas ligadas ao sector ambiental. Realçaram-se também algumas das principais características destes projectos (e.g., áreas temáticas...) e das instituições escolares que os enquadram.
Autores: João Guerra; Luísa Schmidt; Joaquim Gil Nave;
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43 - Especissismo – Percepções sociais portuguesas e guineenses sobre os outros
As percepções sociais incluem os preconceitos que, por sua vez, são aprendidos através da socialização. O racismo e a xenofobia baseiam-se em dogmas que nos indicam que podemos dominar determinados indivíduos. O mesmo se passa com os não-humanos, que no Ocidente são vistos como seres inferiores. A este modo de percepcionar outras formas de vida chama-se especiessismo. Muito se sabe sobre o especiessismo do Ocidente, mas nada se sabe sobre este preconceito noutras sociedades. Será que a proximidade física entre nós e os não-humanos influencia as atitudes especiessistas? É específico das nossas sociedades? Que variáveis estão na base deste preconceito? Esta apresentação terá por base dados de Portugal (N=120) e da Guiné-Bissau (N=257). Foram aplicados inquéritos a amostras por quotas de sexo e idade, em dois momentos: 1. Maio e Junho de 2004, em Almada; 2. Fevereiro e Março de 2007, em Tombali (Guiné-Bissau). Os dados sugerem que o especiessismo se encontra nas duas amostras. Porém, há variáveis que parecem criar matizes na distribuição do mesmo. As informações obtidas indicam que o especiessismo não é somente ocidental e que proximidade física também pode originar o preconceito.
Autores: Susana Gonçalves Costa; Susana Costa; Catarina Casanova; Phyllis Lee;
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739 - Experimentar Ciência e Cidadania: O Caso EuroLifeNet
O carácter mutável quer da convenção acerca do nível de poluição aceitável, quer das fontes emissoras, quer da natureza dos próprios poluentes em presença na atmosfera tem contribuído para que a percepção da poluição do ar enquanto ameaça — seja ambiental, epidemiológica, social, política ou económica — continue ainda hoje em construção. Este contexto tem estimulado a produção de estudos científicos pluridisciplinares, cuja relevância ultrapassa em larga medida o conhecimento académico, sendo vitais como elementos de suporte à decisão política em moldes que permitam conciliar desenvolvimento económico e social, protecção do ambiente e da saúde pública e participação cívica. O projecto EuroLifeNet procura responder a estes objectivos, visando, por um lado, experimentar e testar uma metodologia participativa de monitorização da exposição pessoal a partículas finas (poluente atmosférico com graves efeitos na saúde) e, por outro lado, fortalecer as raízes de uma cidadania responsável e duradoura entre os participantes do projecto (maioritariamente alunos do ensino secundário). Esta comunicação apoia-se nos resultados do inquérito por questionário aos estudantes da rede nacional de escolas aderentes ao EuroLifeNet e procura dar conta do impacte desta iniciativa ao nível do grau de conhecimento em matéria ambiental, da manifestação de valores e atitudes pró-ecológicos e da percepção social do risco para a saúde decorrente da exposição à poluição atmosférica.
Autores: Ana Gonçalves; João Guerra;
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56 - La terciarización del monte: vía sostenible acorde con las demandas sociales
Los montes próximos a las ciudades, denominados en el Plan Forestal de Galicia del año 1992 como montes periurbanos, se definen como espacios de vocación forestal que rodean nuestras ciudades y en los que debe prevalecer el uso social y recreativo sobre otro tipo de aprovechamientos. Hasta ahora, las iniciativas de carácter meramente ambiental o recreativo ofrecían rentabilidad social pero no económica. Hoy en día, se hace necesario introducir iniciativas terciarias -es decir, con un alto componente recreativo, ocioso, ambiental, ecológico y social- que reporte beneficios no tangibles a la comunidad. Con este objetivo en el año 2005 la municipalidad de Vilanova da Cerveira junto con la Mancomunidad de Montes de Vigo disfrutaron de un Interreg III-A Natureza Viva (NAVI). En la parte transnacional española en el 2005 se llevó a cabo, además de diversos trabajos forestales y sobre usos, un estudio socioeconómico en el que se realizó una diagnosis del monte. Así, en el 2006 se llevó a cabo un análisis de opinión de la población de referencia: ciudadanía, propietarios y representantes empresariales. Ambos estudios confirman en qué medida la socioeconomía forestal contribuye a sentar las bases para abordar la transformación del monte vecinal, centrado en la producción de madera, en monte periurbano, orientado a responder a las demandas urbanas de carácter terciario.
Autores: Sara Maria Torres Outón; José Pérez Vilariño;
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319 - MITOS E REALIDADES: DE VILARINHO DA FURNA À ALDEIA DA LUZ
Remonta aos finais do século XIX a construção de barragens para a produção de energia eléctrica. Mas o pretenso desenvolvimento para as populações circundantes e/ou deslocalizadas em consequência da construção destes paredões de cimento, na maior parte das situações, não passou de uma ilusão. O “progresso” socioeconómico das povoações que sofreram o impacto da proximidade de uma grande barragem, comprova o mito. A maior parte das vezes, essa construção surge com um carácter inquestionável e incontornável, na medida em que o aproveitamento e armazenamento de água sempre esteve associado a políticas de desenvolvimento, que pouco se preocupavam com os problemas sociais e ambientais, a montante e a jusante das barragens. Em todo o Mundo, a construção de grandes barragens foi sendo feita num crescendo, como uma promessa associada à garantia da solução dos problemas hídricos e energéticos e da falta de progresso/desenvolvimento socioeconómico das regiões. Esse desiderato, deu origem a situações de mobilidade compulsiva de populações, que raramente foram consultadas sobre o real impacto, quer da sua localização, quer da sua dimensão. Em Portugal, de entre os múltiplos exemplos que se poderiam apontar, constituem casos paradigmáticos a barragem de Vilarinho da Furna, dos finais do Estado Novo, e a barragem de Alqueva, construída em plena democracia. Em Vilarinho da Furna, com a submersão da aldeia, a sua gente teve que se fixar em diferentes paragens, com a escassa indemnização que recebeu da então Companhia Portuguesa de Electricidade. Já com a construção da barragem de Alqueva, os habitantes da aldeia da Luz foram deslocalizados para uma nova aldeia construída de raiz, mas, volvidos estes anos, estão longe de vislumbrar a concretização das expectativas criadas em torno do "maior lago artificial da Europa".
Autores: João Pedro Reino; Lucinda Coutinho Duarte; Manuel de Azevedo Antunes;
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132 - Observatórios Locais e Programação de Cidades
Os Observatórios Estratégicos Locais podem constituir-se enquanto espaços de participação, utilizando metodologias como a da Agenda 21 Local, elaborando estudos, sintetizando um conjunto de indicadores bem como respectiva monitorização, utilizando para tal a prospectiva estratégica, no sentido de observar e compreender tendências, acontecimentos. Por outro lado, têm ainda o papel de criar cenários possíveis através da identificação de desafios que permitam o apoio à tomada de decisão numa visão integrada das políticas públicas. São espaços ainda de discussão de projectos de “ancoragem estratégica” assentes no desenvolvimento de projectos inovadores os quais permitam conectar cidades de média dimensão, parcerias estratégicas com outras cidades, nacionais e internacionais, em distintos nós e redes, o que lhe inscreve também a função de programação de cidades.
Autores: Paula Cristina Gonçalves Correia; Paula Correia; Cláudia Madeira;
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Adoptando como referente empírico um observável privilegiado, designadamente os congressos portugueses de sociologia, e como matriz teórico-metodológica estudos da sociologia da ciência, o presente estudo pretende trazer inteligibilidade à estrutura do campo da sociologia do ambiente em Portugal para, desta forma, restituir a esta disciplina uma certa consciência de si própria. Com vista a esse desiderato, submeteu-se a prática da sociologia do ambiente a uma análise sociológica, de modo a perscrutar os mecanismos sociais que a orientam, atentando, sobretudo, para três eixos centrais: protagonistas e respectivas pertenças institucionais; linhas temáticas predominantes; e estratégias metodológicas privilegiadas.
Autores: André Rodolfo da Silva Freitas; André Freitas;
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O principal objectivo deste estudo foi avaliar as percepções que ambos Nalú e Balanta têm do ambiente que os rodeia: a fauna, os hábitos de caça, as diferentes paisagens, entre outros aspectos. O estudo foi conduzido em 4 tabancas em meio rural e marcadamente isolado (Floresta de Cantanhez, Tombali) na Guiné-Bissau. Este projecto, financiado pela FCT, visa a longo prazo, contribuir para a produção de estratégias de conservação da biodiversidade eficazes. Para atingirem o seu público-alvo, estas estratégias devem ser planeadas tendo como referência o millieu social que é o das comunidades locais que o compõe (a etno-esfera). A recolha de dados teve lugar em 2007 e foram utilizados o inquérito por questionário (N=240) e a observação. Os dados sugerem que as percepções sobre a fauna e hábitos de caça obedecem a critérios utilitários e estéticos, sendo os 1ºs sobrepostos aos 2ºs. Embora as florestas sagradas possam ter um efeito positivo na conservação da biodiversidade (uma vez que se constituem espaços interditos à caça, com regras próprias aceites por todos) e no desenvolvimento sustentável, não são numericamente suficientes para proteger espécies carismáticas.
Autores: Catarina C. N. Casanova; Catarina Casanova; Cláudia Sousa; Susana Costa;
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35 - Resíduos Sólidos Urbanos e Espaço Púbico
No âmbito de um projecto de investigação-acção - SEPARA® - Sensibilização e Mudança Comportamental Relativamente à Recolha Selectiva de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) - pretendia-se conhecer os factores sociais que influem na adesão à prática da separação de RSU e desenvolver um modelo de acção para a mudança de comportamentos a esse nível. A pesquisa desenvolvida - recorrendo a um conjunto de metodologias quantitativas e qualitativas articuladas entre si - conduziu à identificação de vários factores que promovem ou inibem a adesão à separação dos RSU na esfera doméstica. A presente comunicação tem como objecto a análise de um dos factores que se revelou da maior importância: a necessidade de um espaço público qualificado. A existência de infra-estruturas adequadas à separação é um elemento incontornável para favorecer a mudança de comportamentos, mas não se pode desprezar, bem pelo contrário, o estado de conservação e limpeza dos próprios Ecopontos, nem o espaço público onde se inserem.
Autores: Susana Rosa Valente; Susana Valente;
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594 - Risco ambiental e agricultura de regadio
O projecto de que resulta esta comunicação tem por objectivo conhecer, em função da vulnerabilidade sócio-técnica das explorações agrícolas, a percepção social do risco ambiental por parte dos agricultores que praticam uma agricultura de regadio. A base empírica do projecto é constituída pelos resultados de um inquérito aplicado a uma amostra de agricultores de regadio do concelho de Ferreira do Alentejo, concelho este que é um dos primeiros a receber água para fins agrícolas (Infraestrutura 12) proveniente do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva. Na comunicação analisam-se: (i) a experiência do risco ambiental por parte dos agricultores e os níveis técnicos presentes nas respectivas explorações agrícolas; (ii) o modo como o agricultor identifica e hierarquiza os seus problemas e que estratégias acciona para os resolver, partindo, para este efeito, da relação entre a experiência/percepção do risco e os níveis técnicos da exploração agrícola.
Autores: Aida Valadas de Lima; Edgar Rocha; António Durão;
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O presente trabalho reconstitui os pontos de vista de diversos atores coletivos que interagem na cena socioambiental no sul do Estado do Pará, no Brasil. Problematiza-se o fenômeno das queimadas na Amazônia como parte de uma equação da sustentabilidade que articula as variáveis sociológicas da pobreza e as desigualdades sociais enraizadas. Nesse sentido, utiliza-se de dados sobre a qualidade de vida da região estudada.
Autores: João Vicente Ribeiro Barroso da Costa Lima; João Vicente R. B. da Costa Lima;
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Desporto, Turismo e Lazer
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Enquanto estância de cura, lazer e prazer, torna-se importante conhecer a estruturação da cidade termal por permitir perceber a fisionomia dos lugares onde a cidade se encontra implantada. No que concerne à mobilidade, tenta-se perceber a sua dinâmica e como afirma (Benévolo, 1987:14), “…à medida que aumenta o número de habitantes, muda a sua distribuição no território…”. Interessa perceber a sua localização na proximidade de praias: fruição, turismo, lazer, cura terapêutica e centro de repouso.
Autores: Maria Margarida Dinis Rézio Faria Quinteiro; Margarida Rézio;
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492 - A construção social de um destino turístico: Coimbra, cidade e imaginário
Hoje em dia, o turismo apresenta-se como uma das principais actividades económicas do mundo moderno e o turismo urbano, em particular, se inicialmente não era massificado, desenvolveu-se de tal forma, depois, que as cidades e os seus centros históricos, se transformaram num dos grandes destinos de férias. Esta comunicação visa reflectir sobre o desenvolvimento da actividade turística nos centros antigos das cidades, considerando as noções de promoção turística e estratégias de promoção, em relação com símbolos, imagens e narrativas sobre as cidades. Tendo como referente empírico a cidade de Coimbra, identifico os actores intervenientes na promoção turística da cidade, e construo o seu mapa de acção e de estatutos; assinalo as estratégias promocionais usadas por esses intervenientes na procura de vantagens competitivas para a cidade; e identifico os elementos, imagens e símbolos, mobilizados por essa classe de profissionais criadores e promotores, para promover turisticamente a cidade.
Autores: Carina Gisela Sousa Gomes; Carina Sousa Gomes;
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O estudo em questão pretende apresentar duas perspectivas de abordagem do ensino politécnico em Portugal: enquanto possibilidade de ser tratado enquanto diferenciação funcional ou constituir-se em uma hierarquização simbólica. A ideia de diferenciação funcional remete à teoria de Niklas Luhmann, no qual enfatiza que a sociedade se divide em sub-sistemas que assumem funções específicas na reprodução da sociedade. Por outro lado, a lógica da hierarquização simbólica, onde o ensino politécnico é visto como uma espécie de par menos glorioso, relegado àqueles que não possuem suficiente capital (Bourdieu: 1999, 95), sendo um sistema hierarquizado a partir de trajetórias alternativas que foram rejeitadas ou abandonadas. Tal perspectiva encara o ensino politécnico enquanto processo pelo qual coletividades sociais procuram maximizar recompensas, restringindo o acesso a recursos e oportunidades, limitadas a um círculo de eleitos (Weber in Parkin, 1979, 44). Enquadrar o ensino superior politécnico e universitário em Portugal enquanto possibilidade de explicação compreensão a partir das teorias da diferenciação funcional e da hierarquização simbólica é um desafio, no qual o presente estudo se propõe.
Autores: Willame Carvalho e Silva;
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77 - PERCURSOS ALTERNATIVOS – O PARKOUR ENQUANTO FENÓMENO (SUB)CULTURAL
Com este trabalho, propusemo-nos analisar um grupo de praticantes de parkour para tentar entender se se constituem, ou não, como parte de uma subcultura. Recorremos à observação participante como meio de obter a informação que necessitávamos, complementando com entrevistas semi-estruturadas. Como principais conclusões, podemos dizer, que no parkour encontrámos uma identidade própria; um carácter de resistência social que se manifesta especialmente na luta por um espaço de expressão; uma dinâmica de grupo com normas e valores próprios; uma estética relacionada, com a forma como o espaço é explorado e com a funcionalidade do vestuário; um afastamento face à evolução do panorama global e, uma nova forma de relação com o espaço urbano.
Autores: Rui Gonçalves de Carvalho; Rui Carvalho; Ana Luisa Pereira;
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7 - Samurais na modernidade europeia: motivações e entendimentos dos karatecas portugueses
Fora da sua instrumentalização militar-policial, o karaté moderno integra-se num processo civilizacional analisado pelo sociólogo alemão Norbert Elias (2006), em que a violência se transforma em convenções controladas. É veiculado por práticas convencionais, mas expresso através de discursos e símbolos adaptados do Japão para o “Ocidente”. O karaté constitui, assim, uma linguagem própria e possui uma cultura identitária, partilhando sentimentos de pertença e possui significados estruturadores, concepções de vida e de normas de conduta. O karaté que se pratica e a maneira de o praticar (alta competição, forma lúdica desportiva ou budô) constitui, na esteira do pensamento de Pierre Bourdieu (2001: 9), um habitus, ou seja, o princípio gerador e unificador que retraduz as características intrínsecas e relacionais de uma posição num estilo de vida unitário. O objectivo da comunicação visa traçar um perfil sociológico dos praticantes de karaté em Portugal: das representações dos actores, dos significados da sua prática, da identidade social daí derivada, e, assim, das culturas das comunidades de praticantes. Procura-se desenvolver uma análise das motivações e entendimentos dos praticantes. Para além da observação-participante, a análise empírica baseia-se em resultados de um inquérito por questionário a praticantes avançados de karaté. Com a realização desta investigação sociológica, esperamos contribuir para perspectivar o significado e interesse desta modalidade, extremamente rica e variada em contos e narrativas, que a tradição budista e shintoísta não deixou de engrandecer com as suas histórias, lendas e mitos, desfazendo alguns preconceitos ou estereótipos que se estabelecem sobre si.
Autores: Vítor Alberto Valadas Rosa; Alan Stoleroff; Vítor Rosa;
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Direito, Crime e Dependências
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126 - Abordagem sócio-ecológica do comportamento anti-social em meio urbano
A abordagem sociológica sobre o comportamento anti-social e, especificamente, sobre a criminalidade, tem tido dificuldades em sacudir a influência dos paradigmas criminológicos e em constituir uma mais-valia de conhecimento científico sobre este tipo de fenómenos sociais disruptivos. Os contributos clássicos, designadamente de Émile Durkheim, foram fundamentais para revelar a relação entre o crime e a sociedade, demarcando-se de um positivismo que se escudava nas concepções individualistas. A própria contribuição dos chamados estudos da Escola de Chicago foi bastante relevante para a compreensão da criminalidade urbana e para o estabelecimento de uma relação “consagrada” entre as chamadas desvantagens sociais e a prática de crimes. Porém, há hoje sinais de que a sociologia precisa de afirmar a sua relevância no quadro das contribuições multidisciplinares existentes para a compreensão do comportamento anti-social contemporâneo. A comunicação propõe-se demonstrar essa necessidade, através da apresentação de uma resenha de eixos interpretativos da anti-socialidade, e defende o desenvolvimento de uma abordagem sócio-ecológica do comportamento anti-social em meio urbano, com a apresentação de dados empíricos que pretendem validar o contributo da perspectiva ecológica em sociologia para a compreensão desse mesmo comportamento.
Autores: Paulo Filipe de Sousa Figueiredo Machado; Paulo Machado;
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O acesso à justiça, condição fundamental para o exercício da cidadania, constitui uma preocupação de qualquer sistema democrático. Num momento em que, quer nas sociedades do sul, quer nas sociedades do norte global, os tribunais judiciais enfrentam sérias dificuldades (inacessibilidade, morosidade, ineficiência, custos, entre outros), mostrando-se incapazes de enfrentarem sozinhos a tarefa de administrar a justiça, o debate acerca da definição do papel a dar às diversas formas de justiça extra-judicial é pertinente à esfera global. Em África, as particularidades históricas e sócio-culturais conferem contornos próprios à discussão. Se, por um lado, as justiças comunitárias, pelos baixos custos, pela proximidade com as populações e pela celeridade podem mostrar-se mais adequadas aos seus contextos culturais específicos e uma referência à criação de modelos mais democráticos de justiça em todo o mundo; por outro, não estão isentas de problemas, enfrentando críticas severas. Com base no trabalho de campo desenvolvido em Moçambique, esta comunicação pretende analisar o papel das instâncias comunitárias de resolução de conflitos moçambicanas, em contexto de pluralismo jurídico, na democratização do acesso à justiça.
Autores: Sara Araújo;
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322 - Cidadania e Justiça: o Ministério Público nas áreas sociais em Portugal
O Ministério Público desempenha, desde há muito, um conjunto de competências muito diversificado no âmbito dos Tribunais de Família e Menores e do Trabalho, que vão muito mais além do que lhe é reconhecido publicamente, em particular na área criminal. Contudo, as funções exercidas não se confinam às de “acusador público” ou de “coordenador de investigação”, tipicamente relacionadas essencialmente com as competências penais. O Ministério Público, no âmbito destas duas áreas de grande sensibilidade social, ocupa um espaço de interface entre as diversas partes e entidades envolvidas nos litígios, facto que lhe confere, em termos profissionais, características atípicas para o ideal-tipo de magistrado e os situa num grau de grande proximidade com o cidadãos. Deste modo, a partir de um estudo de caso desenvolvido nos Tribunais de Família e Menores e de Trabalho de Coimbra, iremos procurar desenvolver um roteiro de funções, formais e informais, exercidas que o catapultam para um patamar de importância, provavelmente, muito superior ao expectável. E isto é tanto mais assim, quando nos deparamos com a inexistência de alternativas realmente credíveis e efectivas para o exercício do acesso ao direito e à justiça dos cidadãos.
Autores: João Paulo Dias;
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No âmbito do Projecto “Crianças e Jovens nas Notícias”(POCI/COM/60020/2004) desenvolveu-se uma pesquisa que teve por objectivo conhecer o lugar que os media ocupam no universo de jovens de ambos os sexos, entre os 12 e os 20 anos, que por práticas delinquentes se encontram internados nos Centros Educativos da Direcção-Geral de Reinserção Social, do Ministério da Justiça. Para tal, realizou-se uma pesquisa de carácter exploratório articulando-se metodologias quantitativas e qualitativas recorrendo-se a dois instrumentos: inquérito por questionário e entrevista semi-estruturada individual. O estudo registou uma elevada adesão (N=150, 56,1% do universo) e os resultados mostram tratar-se de uma população particularmente interessada em notícias da imprensa e televisão, essencialmente por aquelas cujos protagonistas são crianças ou jovens em risco social. Muitos tiveram já um contacto directo com os media numa dupla vertente -actor delinquente vs actor social- emergindo das experiências significados diametralmente opostos. Violação de direitos das crianças/jovens, quebras de deontologia profissional e de princípios éticos na abordagem destes casos são alguns dos pontos que evidenciam na acção dos órgãos de comunicação social. Percepcionam também a prevalência de imagens de uma condição de juventude negativa e estigmatizante, fundamentalmente “problemática”, o que desencadeia uma crítica forte e sustentada não só relativamente ao papel dos jornalistas como aos media no seu todo.
Autores: Maria João Leote de Carvalho; Maria João Leote de Carvalho (Socinova/Cesnova-FCSH-UNL); Juliana Serrão;
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504 - Direitos Humanos e Prevenção da Tortura
O objectivo civilizacional de abolir a tortura no mundo está inscrito em Convenção própria aprovada na ONU. O Protocolo Adicional à Convenção entrou em vigor em 2007. Este prevê a expansão do sistema internacional de inspecções para o interior de cada Estado nacional, com a colaboração de entidades autónomas e empenhadas nesse combate. Uma tal operação passa pelo reconhecimento da existência de tortura. Se o objectivo já está cumprido, para que serve o Protocolo Adicional?
Autores: António Pedro Dores; João Areosa; Mário Caeiro; Ana Sousa Pais;
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O tema "Tráfico de Pessoas", em especial para fins de exploração sexual comercial, é um tema atual e oportuno. Por ser um tema interdisciplinar, poderá ser estudado com outras áreas de saberes, como por exemplo, a Sociologia, o Direito, o Serviço Social, a Criminologia, a Educação, a Psicologia, a Antropologia, a História etc. ou, ainda, de forma unidisciplinar. O "Tráfico de Pessoas" é um crime hediondo, e assim está definido pelo Protocolo de Palermo. Na maioria das vezes, essas mulheres saem do País em busca de melhoria de vida, em busca de dias melhores, mas terminam por entregar-se à prostituição - por vício de consentimento ou não - e muitas vezes sofrem cárcere privado, no exterior. Acreditamos que o “Tráfico de Pessoas” ,no século XXI, alimenta-se das desigualdades sociais, em especial da feminização da pobreza, das mulheres do “terceiro mundo”, e explora as necessidades econômicas das cidadãs mais vulneráveis. È crime, e uma violação aos direitos humanos que está inserido no contexto criminológico em que a mulher traficada sofre lesões diretas, como “sujeito de direitos”: de não ser escravizada e não ser submetida à servidão involuntária ou a condições praticamente de escravidão; de estar livre de explorações; de estar livre de tratamento desumano e cruel; de estar livre de violências e torturas; da garantia da liberdade de ir e vir e outras formas de liberdade; do respeito à dignidade da pessoa humana e tantos outros direitos que não poderão ser violados. Dada a importância e atualidade do tema “Tráfico de Pessoas”, analisaremos os diversos documentos jurídicos firmados pelo Brasil ao longo da história
Autores: Tânia Teixeira Laky de Sousa;
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A partir de um estudo de caso que incidiu sobre o Tribunal de Família e Menores de Coimbra, procurou-se reflectir sobre o modelo de acesso ao direito e à justiça que temos e aquele que se pretende para o futuro. Numa área tão importante e complexa como é a referente à família e aos menores, em que os obstáculos e as fragilidades são muitos, verificámos que a capacidade de resposta das entidades estatais é ainda bastante reduzida. A apresentação começará, deste modo, com uma observação geral sobre o regime de acesso ao direito em Portugal e sua evolução, passando, num segundo momento, à análise da oferta existente na área da família e dos menores, da visão dos actores intervenientes nesta área (em especial o Ministério Público, a Segurança Social e as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens) e da articulação que se estabelece entre os mesmos. Num terceiro e último momento, iremos questionar a actual organização do modelo de acesso a direito e à justiça nesta área.
Autores: Eliana Patrícia Carvalho Branco; Eliana Patrícia Branco; João Pedroso;
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A compreensão da criminalidade e a sua prevenção demandam esforços coletivos, interdisciplinares e interinstitucionais. A UNESP (Universidade Estadual Paulista), um pouco pela localização das unidades espalhadas em todo o estado de São Paulo, possui uma estrutura acadêmica fragmentada e/ou organizada em espaços territoriais específicos, por iniciativas individuais, pontuais, com raros projetos multicampi. O mundo globalizado e a velocidade da informação exigem uma universidade flexível e dinâmica que tanto ajude a fluir o conhecimento já alcançado quanto a gerar novas reflexões. Sendo a criminalidade um fenômeno universal e com matizes um tanto aproximadas, as reflexões teóricas coletivas são desejáveis, além de relevantes para aumentar a credibilidade dos resultados perante os administradores e suas políticas públicas de prevenção que vislumbrem, em última instância, a qualidade de vida humana. O LEVS (Laboratório de Estudos da Violência e Segurança) é uma evolução e uma ampliação do Grupo de Pesquisa GUTO/UNESP, recebe apoio da FINEP/MCT (Financiadora Nacional de Estudos e Projetos) para a produção do conhecimento em escala global, multidisciplinar em base cooperativa. Está aberto à participação de pesquisadores interessados em desenvolver projetos em parceria, dialogar com seus pares e divulgar resultados de pesquisas. É um espaço coletivo de consulta e interação global pela web site (http://www.levs.marilia.unesp.br) e Revista Virtual.
Autores: Sueli Andruccioli Felix; FELIX, Sueli Andruccioli; DAURA, Sandra Paula; RAVAZZI, Marina Monteiro Q.;
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396 - Mediatização da investigação criminal no caso Maddie - entre a ficção e a realidade
O funcionamento rotineiro dos sistema judiciais é por vezes interrompido por casos altamente mediatizados que exacerbam tensões entre os media e a Justiça. Por um lado, a conversão do potencial dramático do exercício da função judicial em dramas mediáticos contribui para a amplificação da noção de uma justiça lenta, débil e ineficaz na sua função de identificar e castigar os trangressores. Por outro lado, os media podem exercer funções concorrentes do exercício de justiça em moldes de uma justiça meta-popular, assente no imediatismo, dramatismo e apelo à emoção, contribuindo para aos designados “julgamentos mediáticos” que, por vários factores, resultam num esbatimento entre a ficção e a realidade.
Autores: Filipe José da Silva Cardoso Santos; Helena Machado; Filipe Santos;
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345 - Violência e Performance nos Assaltos contra Instituições Financeiras
O trabalho analisa os assaltos contra instituições financeiras, apresentando-os como operações sofisticadas, resultantes de elaborados planos e que mobilizam complexa infra-estrutura. Eximindo-se da ênfase sobre o caráter criminoso e violento desta modalidade de ação, são privilegiadas as performances que os assaltantes acionam diante dos reféns, com o intuito de amedrontá-los e levá-los a colaborar com o roubo. O domínio sobre a dimensão expressiva do comportamento é apresentado como uma habilidade relevante aos “profissionais” em assaltos de grande porte.
Autores: Jania Perla Diógenes de Aquino; Jania Diógenes Aquino;
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423 - “A independência judicial na reforma do judiciário brasileiro”
Os tribunais vêm se constituindo em um dos pilares do Estado constitucional contemporâneo. O protagonismo que encenam na atualidade se dá na defesa dos direitos dos cidadãos e contra o abuso de poder. A questão da independência dos tribunais para um desempenho proativo é colocada já que o protagonismo das cortes brasileiras passa a receber limitações decorrentes da concepção de um judiciário mínimo. Este trabalho visa analisar as interferências e ameaças trazidas para a independência do poder judicial brasileiro com a concretização da reforma. As propostas de reforma lançadas na Câmara dos Deputados são avaliadas em seus principais eixos, agentes e tendências para, ao fim, serem investigadas as influências indevidas surgidas com a Emenda Constitucional n.° 45, para um desempenho jurisdicional independente no Brasil.
Autores: Élida de Oliveira Lauris dos Santos; Élida Lauris dos Santos;
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Educação e Aprendizagens Sociais
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40 - 9º Ano: E Agora? Um Olhar Sociológico sobre o Processo de Decisão à Saída do Ensino Básico
O presente artigo incide sobre o momento em que os jovens são levados a escolher uma área de estudos, que lhes dará (ou não) acesso a um curso superior e/ou a uma profissão. Esta escolha é perspectivada como o primeiro passo formal no processo de construção de um projecto vocacional, o qual se inscreve no processo mais amplo que é a construção de uma identidade pessoal e profissional. O processo de decisão é então analisado ponto de vista simbólico, isto é, do significado que lhe é atribuído pelos actores sociais em causa. No âmbito desta problemática as, diferentes formas de condução do processo de decisão são vistas como formas de expressão de diferentes racionalidades que se prendem com diferentes processos de construção identitária. Neste processo, encontramos um potencial emancipador e formas de ruptura com a reprodução social e cultural, fruto de diferentes trajectórias escolares, da influência das famílias e dos pares, mas também das expectativas e das representações que os jovens constroem. É aqui que acreditamos que a dimensão individual do projecto vocacional se cruza com a sua vertente social. Procuraremos então discutir estas diferentes racionalidades, a partir de um conjunto de tipos-ideiais que correspondem a temas presentes de forma mais ou menos explícita no discurso dos alunos e das famílias entrevistados.
Autores: Susana Manuela Franco Faria de Sousa; Susana Faria;
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Para compreender o contexto no qual se exerce a docência, considerando as novas demandas que pressionam os professores a redefinirem seus papeis, tarefas e identidades, realizamos uma investigação junto a alunos/as egressos do Curso de Pedagogia de uma universidade pública brasileira que atuam a pelo menos dois anos na Rede Municipal de P. Prudente, SP, Brasil. Procuramos demonstrar como as formas de inserção dos professores no mundo do trabalho podem ser fundamentais no fortalecimento da identidade docente e como a perda da autonomia, as dificuldades de relacionamento entre professores/alunos/pais de alunos podem fragilizar essa identidade.
Autores: Alberto Albuquerque Gomes;
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Em clara demarcação face aos grandes inquéritos realizados nos anos 60 sobre as desigualdades de oportunidades, como o relatório Coleman, onde se concluía que as variáveis escolares tinham pouco poder explicativo face ao meio social de origem dos alunos, a constituição da escola como objecto de análise, ao nível meso, procurou mostrar que “schools can make a difference” (Brookover et al. 1979), independentemente do recrutamento social da população escolar. Nestes estudos o desenho de investigação tem contemplado a apreensão das dinâmicas de funcionamento dos estabelecimentos, perspectivando-as em oposição à sua composição social. Embora, durante muito tempo, escamoteada pela corrente de investigação sobre efeitos de escola, um conjunto de factores no seio do qual se demarcam a intensificação e concorrência da procura de educação, e de forma não desligada desta, a defesa de políticas centradas nas escolas, com feições mais ou menos neoliberais, designadamente através da liberalização da escolha da escola e da divulgação de rankings de estabelecimentos, tem contribuído para que a composição social dos contextos de escolarização adquira uma renovada actualidade. Deste modo, numa nova abordagem aos efeitos de escola, tem-se dado ênfase à necessidade de analisar a articulação entre processos escolares e composição social, a fim de evidenciar de que forma os efeitos de composição são mediados pelos processos escolares.
Autores: Ana Isabel dos Santos Matias Diogo; Ana Diogo;
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585 - Aprender com a vida – Retratos e trajectórias de adultos portugueses pouco escolarizados
A comunicação pretende apresentar as fases já concretizadas de uma investigação em curso, no âmbito do programa de doutoramento em Sociologia do ISCTE. e indicar a planificação das fases sequentes. Centrando-se na abordagem sociológica das questões da literacia e da educação/formação de adultos em Portugal, foram analisadas a evolução dos sistemas de educação/formação de adultos em Portugal desde o início do século XX e a actual Iniciativa Novas Oportunidades, baseada no sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) adquiridas pelos adultos através das suas experiências de vida. A investigação tem por objectivo analisar as trajectórias de vida de adultos portugueses pouco escolarizados que tenham aderido ao sistema nacional de RVCC. Julga-se que, conhecendo melhor os percursos-tipo destes adultos, se consiga aferir da adequação ou desadequação do actual sistema nacional de RVCC, e respectivos referenciais de competências, à população portuguesa, podendo eventualmente contribuir com algumas pistas para a futuras intervenções a este nível.
Autores: Alexandra C.A. Nunes Aníbal; Alexandra Aníbal;
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176 - Aprendizagem ao Longo da Vida: entre a novidade e a reprodução de velhas desigualdades
A aprendizagem ao longo da vida tem emergido, ao longo dos últimos anos, como uma ideia central nos discursos políticos sobre a educação à qual se associa um conjunto alargado de expectativas. Na verdade a apologia da aprendizagem ao longo da vida, designadamente ao nível dos discursos políticos da Comissão Europeia, parece traduzir a crença de que se trata de uma nova orientação estratégica que permitirá solucionar muitos dos problemas que se vêm colocando aos sistemas de educação e formação, como por exemplo o da questão das .desigualdades sociais de acesso e sucesso escolares. Com a presente comunicação pretendemos, por um lado, questionar a ideia de que a aprendizagem ao longo da vida corresponde a uma novidade no plano dos processos de educação, formação e aprendizagem. Por outro lado, procura-se indagar em que medida a difusão da ideia de aprendizagem ao longo da vida tem contribuído para atenuar as desi-gualdades que têm marcado o desenvolvimento dos sistemas educativos. Para tal iremos recorrer aos resultados de um projecto de investigação financiado pela FCT/MCTES (PDCT/CED/60425/2004) centrado nas temáticas da aprendizagem ao logo da vida e das políticas educativas europeias, designadamente a informação empírica recolhida através de análise documental (de um corpus constituído por textos da Comissão Europeia que enqua-dram orientações estratégicas no campo da educação/formação) e à análise de alguns dados estatísticos sobre o acesso à aprendizagem ao longo da vida.
Autores: Mariana Gaio Alves;
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316 - As desigualdades sociais na escola em contexto de massificação
A aceleração da massificação dos sistemas educativos operada nas últimas décadas coloca à sociologia da educação um conjunto de questões que são simultaneamente teóricas, metodológicas e empíricas na análise das desigualdades sociais na escola. Nesta comunicação procuraremos sucintamente realizar um balanço dos bloqueios que os quadros teóricos produzidos nos anos 1960/70 evidenciam e debater algumas propostas para a sua ultrapassagem.
Autores: João Sebastião;
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121 - Causas e consequências da distância entre ciclos do ensino básico
A presente comunicação pretende discutir os principais resultados do projecto de doutoramento que se encontra em fase de conclusão, subordinado ao tema das transições dos alunos entre ciclos de ensino. Combinando dados estatísticos e etnográficos, parte-se do estudo das relações e distâncias existentes entre ciclos de ensino para uma análise do modo como estes momentos se tendem a converter em “turning points” identitários, accionando poderosos processos de individualização, regulação e exclusão social, no âmbito de uma educação básica frequentada pela quase generalidade das crianças e adolescentes. Procura-se, desta forma, discutir também as políticas educativas actuais, em particular, aquelas que têm impacto na (re)configuração dos ciclos de ensino, através de uma exploração acerca seus efeitos sociais previstos e imprevistos.
Autores: Pedro Abrantes;
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A tendência para a mudança no papel do Estado, ou seja, de um Estado-educador para um Estado-regulador fundamenta-se no discurso da racionalização, o qual é contraditório visto ser conjuntamente o discurso da recentralização, originando dinâmicas próprias mas também tensões entre o local e o centro. A territorialização das políticas educativas marca uma ruptura ideológica e cultural com a tradição centralista e universalista, e produz novas formas de articulação entre o nacional e o local. Ela associa-se a uma dupla vontade política do Estado, ao redistribuir o poder entre o centro e as periferias, e ao lutar contra as desigualdades sociais. Assim, certos municípios desenvolvem (ou tentam desenvolver) sobre o seu território, numa lógica subsidiária, as políticas educativas que são as políticas sociais locais de tipo compensatório. Por sua vez, outros municípios através de uma lógica de liderança assumem uma aproximação liberal, sem fazerem necessariamente de bandeira dos princípios da competitividade, da concorrência ou da eficácia que a fundamentam, mas dos princípios mais consensuais como a diversificação, a abertura ou a modernização do sistema escolar.
Autores: António João Francisco Baixinho; António Francisco Baixinho;
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306 - Educação e contextos significativos de acção: representações e experiências juvenis
Situando-se no campo sociológico da educação, o nosso itinerário de pesquisa tem privilegiado o estudo e a reflexão em torno dos mais variados contextos e processos que tendem a pautar os quotidianos juvenis. Assumimos como pressuposto orientador que a educação, na sua amplitude e complexidade, só é significativa quando ocorre em contextos significativos de acção, não sendo, por isso, apenas redutível aos espaços e tempos da instituição escolar. Nesta linha, enveredámos por uma abordagem mais consentânea com uma sociologia da educação não-escolar, a partir da qual procuramos compreender o papel das aprendizagens não-formais e informais na construção dos sentidos da experiência juvenil. A leitura que produzimos da realidade social, enfatizando-se, agora, uma perspectiva holística dos fenómenos educativos, permitiu, entre outros aspectos, o confronto crítico sobre a influência e o lugar dos contextos/instituições tradicionais na construção das cidadanias e das subjectividades juvenis, bem como a percepção de que a coexistência de velhos e novos sítios de educação e de formação vem enfraquecendo as noções clássicas de socialização. A nossa comunicação reflectirá, então, este olhar sociológico, capitalizando, para o efeito, dados empíricos provenientes de investigações por nós realizadas na última década junto de públicos e associações juvenis.
Autores: José Augusto Branco Palhares; José Augusto Palhares;
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196 - Entre actos e relatos de violência escolar e de género
A problemática da violência em contexto escolar constituiu o objecto de estudo de uma investigação-acção levada a cabo numa escola situada numa zona de exclusão social (Escola Básica 2/3 Manoel de Oliveira - Porto), no âmbito de uma tese de licenciatura em Sociologia e de um projecto de prevenção da violência escolar e de género levado a cabo pela associação UMAR. Conciliando a investigação com a leccionação em diversas sessões de Formação Cívica, este trabalho permitiu uma reflexão sobre as práticas de violência escolar no quadro da sala de aula – espaço de lutas simbólicas entre professores (transmissores de um leque de conhecimentos e de “saber-estar”) e alunos (receptores de um arbitrário cultural unilateralmente imposto) e de focos de conflitualidade entre alunos – e no quadro dos espaços recreativos, locais onde se tecem sociabilidades por vezes atravessadas por dinâmicas disruptoras. Interessou-nos, então, aferir se a representação de escola enquanto espaço de conflitualidade e violência socialmente construída pelo senso-comum é, realmente, vivenciada pelos alunos deste estabelecimento. Norteados pelas variáveis “género” e “classe social”, analisámos ainda as representações sociais dos discentes sobre as dinâmicas de violência – escolar, mas também de género, dada a nossa integração num projecto dinamizado por uma associação feminista cujas intervenções privilegiam o combate à violência contra as mulheres.
Autores: Maria Luísa da Rocha Vasconcelos Quaresma; Maria Luísa Quaresma;
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280 - Expectativas de socialização entre professoras de uma escola pública do Rio de Janeiro/Brasil
O relato resulta de pesquisa sobre a socialização e a escola. Os dados decorrem da questão que suscitou a discussão entre as professoras sobre a função da escola hoje. Procurou-se compreender suas expectativas em relação à socialização das crianças, apontada como um pré-requisito para a aprendizagem de conteúdos. Tem por base os dados coletados em um grupo focal. Foram discutidas as transformações da escola, a perda da função social e as mudanças na função educativa. Há estranhamento e desconforto pela complexificação do trabalho escolar, marcado por uma nova multiplicidade de funções Destaca-se a visão que têm do aluno, sujeito central na educação e sujeito em abandono.De forma direta, atribuem às famílias as dificuldades vividas na escola, uma vez que os alunos são vistos como portadores de déficits de socialização que provocam novos déficits, os conteudistas. A análise sinaliza como as deficiências identificadas pelas professoras tornam a escola um campo que é síntese de tensões de diferentes naturezas, porque surgem das relações entre diferentes sujeitos, especialmente as famílias e as professoras.
Autores: Léa da Cruz;
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O texto apresenta resultados de pesquisa realizada com mães de crianças que freqüentam uma escola da rede pública do Estado do Rio de Janeiro/Brasil. Analisa expectativas de socialização na escola considerando estratégias instrumentais e identitárias. As mães entrevistadas revelaram distinções em relação às expectativas de socialização na escola. Um subgrupo não espera, não deseja e teme as experiências de socialização que seus/suas filhos/as vivem na escola. Para essas mães a escola deve ocupar-se, principalmente do ensino. Um segundo subgrupo, constituído de mães que vivem em favelas próximas à escola, revelou algumas expectativas de socialização na escola, em especial, ao tratar da comunicação. Há uma expectativa que une o grupo das seis mães: a de que a escola se responsabilize pela guarda dos filhos durante o horário escolar. A compreensão dessa expectativa entre as mães obriga a colocar em pauta transformações porque passam as relações entre escola e uma sociedade onde diferentes formas de perigo, em especial, o tráfico de drogas, ameaçam as crianças. Uma sociedade aonde a socialização das crianças vem sendo ela própria, objeto de socialização.
Autores: Lea Pinheiro Paixão;
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No âmbito de um projecto de investigação sobre trajectórias de sucesso escolar em jovens no ensino superior, a quem foram atribuídas bolsas de estudo por uma autarquia, oriundos de famílias com baixos níveis de escolaridade, dificuldades económicas e profissões pouco qualificadas, procuraremos compreender sociologicamente realidades que se confundem com o mérito individual e que aparentemente contrariam a pesada estrutura social, estudando a contribuição específica das famílias de meios populares para o sucesso escolar dos filhos, os sentidos atribuídos pelas famílias e pelos jovens à escolaridade prolongada destes, as relações intersubjectivas estabelecidas entre ambos no decorrer das trajectórias de sucesso, os custos subjectivos desta mobilidade e as representações face ao futuro.
Autores: Elsa Maria Guedes Teixeira; Elsa Guedes Teixeira;
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O uso de novas tecnologias de informação e comunicação no ensino superior inovou práticas educacionais, modificando principalmente o paradigma da educação à distância. A utilização do microcomputador e da Internet propiciou o desenvolvimento de um modelo pedagógico mais interativo na educação à distância. Tal modelo permite modos de interação síncronos e assíncronos. Contudo, observa-se que não há um consenso em torno da viabilidade da educação à distância ou sobre o uso de novas tecnologias de informação e comunicação nas práticas educacionais. Resultados parciais de investigações realizadas no Brasil e em Portugal evidenciam controvérsias entre os educadores em torno da educação à distância e do uso de novas tecnologias de informação e comunicação nas práticas educacionais. O presente estudo tem como objetivo analisar as inovações na educação à distância com a inserção de novas tecnologias de informação e comunicação no ensino superior, os problemas e controvérsias em torno da educação à distância e do uso de novas tecnologias de informação e comunicação nas práticas educacionais. Para tanto, tomar-se-ão como referências as experiências da Universidade de Brasília, da Universidade Federal do Mato Grosso, da Universidade Federal do Ceará e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, bem como da Universidade Aberta de Portugal, com a educação à distância.
Autores: Guilherme Paiva de Carvalho Martins; Guilherme Martins;
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599 - O campo improvisado - a prática docente nos relatos de professores
O trabalho trata da prática docente a partir dos relatos que os próprios professores fazem de seu trabalho. Neles vêm à tona manifestações de prática pedagógica marcada pelo improviso. A partir da análise dos relatos, ressaltamos a recusa aos modelos teóricos e o apego à opinião como balizas do fazer pedagógico. Atribui-se tal procedimento à formação recebida nos cursos de formação e a prática docente.
Autores: Wilma de Nazaré Baía Coelho; Mauro Cezar Coelho;
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O modo como o ensino politécnico, nas últimas décadas, se tem visto obrigado a se (re)construir em função de alterações institucionalmente impostas, como foram as adaptações dos cursos de bacharelato para licenciaturas e a alteração face a Bolonha, leva a procurar conhecer melhor os alicerces em que assentam tais alterações, de que forma a estrutura do politécnico é atingida e que estratégias são utilizadas para se continuar a afirmar como um corpo, sólido ou não, uniforme ou não. Esse interesse acresce se tivermos em conta o elevado índice de competitividade que o ensino politécnico conseguiu ganhar nas últimas décadas, lutando de igual para igual em termos de oferta e procura com o ensino universitário. Perceber como a identidade do ensino politécnico se constrói, através dos seus discursos, das suas estratégias no campo, da mobilização de influências, do seu poder de atracção, da sua afirmação enquanto ensino específico (e não alternativo ou recurso) serão a base da nossa reflexão.
Autores: Cláudia Valadas Urbano;
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228 - O grupo de discussão e os estudos sociológicos em contextos escolares
O trabalho que agora se apresenta resulta de uma pesquisa que teve lugar numa escola de Ensino Secundário e que privilegiou como técnica de investigação o grupo de discussão. Num primeiro momento serão evidenciados o interesse assim como a relevância da utilização da metodologia qualitativa em investigação e algumas das potencialidades inerentes ao grupo de discussão para a recolha de dados, sobretudo quando os interlocutores são jovens alunos. Num segundo momento, dar-se-á conta de algumas das dimensões em que se centrou o trabalho de campo. Estas acabaram por sublinhar a difícil conciliação e equilíbrio entre dois mundos aparentemente opostos (mundo juvenil e mundo escolar). Por fim, se um por lado, a construção da experiência social e escolar dos jovens na escola parece determinar uma acção estratégica assumida e levada a efeito por esses mesmos jovens, por outro lado, essa acção parece depender, na maioria dos casos, do seu meio familiar de origem.
Autores: Maria Cecília Pereira dos Santos; Cecília Santos;
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Partindo dos resultados de uma pesquisa realizada em Winston Parva, nome fictício de uma cidade da Inglaterra, Norbert Elias e John L. Scotson, produziram um trabalho, publicado no Brasil com o título de “Os estabelecidos e os Outsiders”. Tal estudo, explica as relações conflituosas desenvolvidas entre dois grupos residentes na cidade. Um grupo, reconhecido como establishment local, exclusivamente pelo critério de antiguidade, o outro composto por moradores novos, reconhecido como outsiders. Analisando detidamente essa relação, Elias descreve a forma como as relações de poder são construídas, identificando que “a estigmatização dos outsiders exibe traços comuns numa vasta gama de configurações de estabelecidos-outsiders”. Portanto, o trabalho aqui apresentado debruça-se sobre tal estudo objetivando compreender as relações entre deficiência e normalidade construídas no interior no espaço escolar. Questões apontadas por Elias como coesão grupal, autopercepção e reconhecimento, são identificadas nas práticas cotidianas da escola e ajudam a desenhar a idéia de normalidade e de deficiência em que se baseiam as relações instituídas nesse espaço.
Autores: Geovana Mendonça Lunardi Mendes; Geovana M. Lunardi Mendes;
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660 - Os Métodos Quantitativos no Ensino Superior: Uma Tipologia de Representações
É recorrente concluir-se que níveis mais elevados de autoconfiança dos alunos, relativamente às suas capacidades para interagir com a matemática, associados a uma maior utilidade percebida da mesma concorrem para os alunos terem representações positivas da disciplina. Pretendeu-se averiguar se no contexto universitário se mantém esta tendência linear na relação entre as duas dimensões (afectiva e instrumental) estruturantes das representações das disciplinas de métodos quantitativos. Um segundo objectivo consistia em perceber como é que os alunos de diferentes cursos (de áreas científicas distintas) gerem as suas representações relativamente a essas disciplinas. Foi aplicado um inquérito por questionário a uma amostra de alunos numa instituição universitária. Para a definição dos padrões de representações foi usada a Análise de Correspondências Múltiplas e para a identificação de factores explicativos dos perfis dos alunos foi usada a Regressão Categorial. Os resultados evidenciam que o espaço das representações dos métodos quantitativos em contexto universitário é um espaço marcado pela heterogeneidade, mas cuja complexidade ultrapassa essa tendência linear na relação entre a dimensão da utilidade e a dimensão afectiva. Outra das conclusões é a não sustentabilidade da tese que aponta (pelo menos em contexto não universitário) para a feminização da falta de auto-estima e da auto-confiança para lidar com disciplinas desta área científica. Concluímos ainda que parece existir uma certa cultura de curso, na medida em que os cursos tendem a reflectir um padrão predominante de representações dos métodos quantitativos.
Autores: Madalena Ramos; Madelena Ramos; Helena Carvalho;
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A comunicação decorre de um projecto de investigação em curso, “Etnicidade, trajectórias escolares e orientações profissionais: jovens descendentes de imigrantes no finalizar da escolaridade obrigatória”, que analisa de que modo as múltiplas diferenciações de condição social, origem nacional das famílias e o género se cruzam e concorrem na definição quer das trajectórias, quer das aspirações e expectativas escolares, prefigurando distintos destinos individuais e configurações sociais mais amplas. Os dados apresentados têm como suporte um inquérito por questionário a todos os alunos do 9º ano de 13 escolas dos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro, seleccionados em função da elevada concentração de estrangeiros. Inquiriram-se 1197 alunos, sendo 789 “autóctones” e 405 “descendentes de imigrantes” (318 com origem nos PALOP). Os resultados indicam que a ascendência, quando controladas as variáveis de caracterização sócio-demográfica não têm um impacto importante nos percursos escolares dos alunos inquiridos. Ao contrário, as habilitações literárias dos pais dos alunos e o sexo prefiguram-se como mais determinantes na modelação do desempenho escolar. Tanto as aspirações como as expectativas escolares parecem ser mais enformadas pela trajectória escolar dos alunos do que por qualquer outra das variáveis em análise. Quanto à coerência dos projectos escolares desenhou-se uma tipologia reveladora da existência de uma menor indecisão dos alunos com ascendência luso-PALOP; de projectos mais sonhadores para as raparigas; e projectos mais realistas para os alunos com trajectórias de sucesso.
Autores: Teresa de Jesus Seabra de Almeida; Teresa Seabra; Sandra Mateus; Elisabete Rodrigues;
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Esta investigação sobre a transição dos jovens a escola para o mundo do trabalho entende as experiências de transição como vivências subjectivadas e centra a análise na reconstrução da relação com o saber e na reconstrução identitária operada no período de transição através da frequência de um dispositivo de transição – o sistema de aprendizagem. Na “remobilização” de jovens de meios populares para a formação enquanto sistema baseado na aprendizagem para o trabalho, não só esteve presente a capacidade de antecipação de projectos profissionais, como constituiu a condição para que os jovens pudessem também remobilizar-se para a escola, permitindo-lhes aceder a um certificado escolar mais elevado. O tempo de transição abre um espaço de possíveis, sendo a relação com o saber um processo e a construção identitária permanente. Duas grandes tendências foram identificadas nos percursos de transição dos jovens: “os herdeiros de uma forte relação com o aprender a fazer e de um forte valor do trabalho – a dominância da lógica de ofício na remobilização dos jovens para a aprendizagem”; “os caminhos dos estudantes ou dos trabalhadores estudantes que voltaram à escola regular – uma lógica de ofício associada a uma lógica de nível ou uma lógica de nível na remobilização dos jovens para a aprendizagem.”
Autores: Maria Sidalina Almeida;
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675 - Violência e agressividade juvenil – podemos falar de escolas violentas?
As questões de violência escolar têm sido objecto de crescente visibilidade social e mediática, correspondendo a uma área de investigação onde escasseiam os estudos e reflexões de cariz sociológico. Face a este panorama apresentam-se, na presente comunicação, alguns resultados do trabalho que vem sendo desenvolvido pelos autores no âmbito do Observatório de Segurança Escolar. A análise do registo da totalidade das ocorrências comunicadas ao Ministério da Educação pelas escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) no ano lectivo 2006-07 constitui a base empírica para uma reflexão em torno da complexidade e multidimensionalidade que o fenómeno em estudo encerra. Tendo em conta estas características do fenómeno optou-se, no plano metodológico, por combinar uma análise quantitativa das ocorrências com uma análise qualitativa das descrições das situações.
Autores: João Sebastião; Mariana Gaio Alves; Joana Campos; Tiago Caeiro;
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Estado, Segurança e Defesa
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O fracasso das políticas públicas permitiu um aumento vertiginoso do número de habitações precárias e marginalização dos moradores destas regiões ampliando o clima de medo, insegurança e instabilidade social. Um terreno fértil para a proliferação da violência promovido pelo tráfico de drogas e armas. Analisando o caso particular do Rio de Janeiro, como resultado da ineficiência da chamada “polícia convencional” o Estado fluminense criou o BOPE, uma tropa de elite das polícias, como alternativa do monopólio estatal da violência para combater o narcotráfico. No cenário de uma verdadeira guerra civil travada nos morros e favelas é possível destacar uma tríade de atores: os traficantes com táticas de guerrilha, as milícias formadas por grupos de policiais passíveis a corrupção e a truculenta ação do BOPE. O embrutecimento da ação policial é ainda apoiado por uma parcela da sociedade civil que defende o autoritarismo como panacéia contra a violência. Uma cadeia de interesses ilícitos move uma economia subterrânea que se nutre de uma modernidade excludente, além de contar com a conivência ou omissão de agentes estatais. A barbárie cotidiana é representada pelo desmantelamento do Poder Publico expondo visceralmente uma profunda crise do Estado impregnada de uma violência endógena na sociedade e a ampliação da exclusão social geratriz de centenas de mortes anuais por armas de fogo que atingem com mais rigor jovens pobres das áreas de risco.
Autores: Wellington Fontes Menezes;
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429 - Criminologia e feminismo: um casamento necessário.
Sem a pretensão de estabelecer uma etiologia do crime feminino ou do crime praticado contra mulheres, propomos um olhar sobre o lugar que a mulher ocupa em práticas delituosas. Na esteira do pensamento feminista contemporâneo, questionamos a lacuna de estudos sociológicos sobre a relação entre crime e gênero, sobretudo quando observamos a disparidade entre a freqüência de delitos praticados por mulheres e por homens, o que aponta para a necessidade de pesquisas empíricas no campo da Sociologia.
Autores: Elaine Cristina Pimentel Costa; Elaine Pimentel ;
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503 - Jovens e Forças Armadas – contornos de uma nova relação
Nas sociedades actuais qualquer instituição, entre elas a militar, não é mais julgada pelo que se propõe fazer, mas pelo que efectivamente faz. Tratadas pela sociedade e pelo mercado como qualquer outra instituição, as Forças Armadas estão, assim mais sujeitas ao escrutínio e controlo social. Cultivar a legitimidade tornou-se cada vez mais uma necessidade, tendo em vista a prevenção de possíveis situações de banalização institucional. Para além desta atitude de cariz pró-activo na manutenção da legitimidade social, os pressupostos da profissionalização, enquanto novo modelo de organização, também lhes exigem uma permanente capacidade para conseguir obter os recursos humanos necessários ao desenvolvimento das suas missões. Para contribuir para a construção de estratégias solidificadas de intervenção neste domínio, torna-se necessário recolher elementos que permitam traçar um diagnóstico da situação, o que implica, forçosamente, considerar como objecto de análise, as inter-relações estabelecidas entre as Forças Armadas e a sociedade envolvente. É neste quadro que se insere este estudo que, a coberto da realização do Dia da Defesa Nacional, procura apreender e caracterizar o que pensam das Forças Armadas e das suas ofertas de emprego um dos segmentos populacionais mais importantes no contexto da profissionalização, ou seja, a população jovem.
Autores: António Valdemar Ideias Cardoso; José Manuel Resende ; Luis Vicente Baptista; António Ideias Cardoso; Francisco Sousa Marques; Isabel Madeira; Paulo Antunes Ferreira; Cristina Vilhena;
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Nesse artigo são esboçadas reflexões sobre três pulsantes temas de debate no século XX: Democracia, Direitos Humanos e Instituições de Segurança. Aponta-se como o modelo hegemônico de democracia (liberal-representativa) constitui-se como uma democracia de baixa intensidade, que permite inclusive sua coexistência com sociedades fascizantes. Sobre os Direitos Humanos são apontados fatores históricos e contraditórios para sua promoção, respeito e reconhecimento. E a respeito das instituições de segurança, analisa-se o caso da polícia militar no Brasil, rememorando sua história, seu presente através da política de segurança pública em vigor no Brasil e sua relação ambígua com os Direitos Humanos. As reflexões sobre esses temas anseiam serem contributivas para reinvenção dessas concepções e dessas instituições no século XXI.
Autores: Cristiane do Socorro Loureiro Lima; Cristiane Lima;
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100 - Repensando o Exterminismo
Percebendo a existência de “uma dinâmica interna e de uma lógica recíproca que requerem uma nova categoria de análise”, E. P. Thompson sustenta ser necessária uma categoria nova para definir esse momento de confronto nuclear e elabora o conceito de exterminismo, para examinar a lógica e a dinâmica dessa nova realidade. Em termos teóricos, os aspectos mais instigantes da interpretação de Thompson sobre o sistema da guerra fria, e em relação a essa proposta, são sua proposta da política como teatro (as relações de poder, as contradições entre guerra e paz, e seu teatro), a abordagem do conceito de luta de classe, e sua rejeição às noções de imperialismo e militarismo, insuficientes para a análise da guerra fria. Buscamos discutir a importância das idéias de Thompson, relacionar teoricamente as categorias e localizar sua atualidade e relevância política.
Autores: Ricardo Gaspar Müller;
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Família e Género
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136 - A construção social das identidades de género nas crianças: um estudo intensivo em Viseu
A comunicação surge no âmbito da tese de doutoramento “Processos de Construção Social das Identidades de Género: um estudo intensivo dum grupo de pré-adolescentes em Viseu”. O trabalho de campo deixou antever uma diversidade de lógicas subjacentes a esses processos, podendo destacar-se duas grandes tendências na construção das identidades de género nas crianças: uma de incorporação do que lhes é transmitido nos contextos de socialização e outra de individualização e negociação dos papéis de género, emergindo tensões e ambiguidades nos vários actores interactuantes.
Autores: Patrícia Isabel Martins Miranda; Patrícia Miranda;
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222 - A família (d)escrita pelos jovens: permanência e mudança de modelos de paternidade
O presente estudo teve como principal objectivo identificar as imagens que os jovens portugueses têm acerca das suas famílias e sobre os modelos e papéis parentais que as enformam. Baseia-se numa análise qualitativa e integrada de 792 composições escritas por jovens estudantes de todo o país, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos. Com esta metodologia adoptou-se uma perspectiva raramente utilizada nos estudos sobre a família: captar a realidade familiar através dos discursos dos jovens. Enquanto agentes activos que contribuem para a construção da vida familiar e social, as suas opiniões e perspectivas sobre os processos de construção e mudança dos papéis parentais são fundamentais para compreender as famílias contemporâneas e as relações de género. Do conjunto de material analisado destacam-se as representações dos jovens relativamente à complexidade cultural dos modelos e “papéis” parentais que os homens põem em prática quotidianamente, encontrando-se na confluência de imagens múltiplas e por vezes contrastantes do que significa ser pai.
Autores: Maria das Dores Guerreiro; Ana Caetano; Eduardo Alexandre Rodrigues;
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264 - A Parentalidade na Adolescência
A parentalidade na adolescência tem sido tratada nas ciências sociais como uma experiência e um percurso femininos, ignorando que os rapazes também podem vivenciar este fenómeno. Com efeito, observamos que os estudos existentes nas ciências sociais se centram na maternidade ocorrida nas classes sociais mais desfavorecidas e realizam uma abordagem de curto prazo que ignora, não só a forma como os rapazes vivenciam este acontecimento, mas também os impactos desta experiência a médio e longo prazo. Falamos de impactos que ocorrem, sobretudo, na carreira escolar-profissional e nas sociabilidades juvenis e que podem diferir em função da classe social, do género, da situação na conjugalidade e do suporte familiar. Revela-se, portanto, de extrema importância para a compreensão do fenómeno da parentalidade na adolescência abordar a maternidade e a paternidade de forma articulada e no contexto das diferentes classes sociais onde este fenómeno ocorre, sendo igualmente importante perspectivar os impactos a médio prazo no percurso de vida destes jovens. Em suma, pretende-se dar a conhecer a diversidade de percursos que podem ser vivenciados pelos jovens e desconstruir ideias feitas sobre a linearidade deste fenómeno, ou seja, de que se trata de uma experiência vivida da mesma forma pelos jovens, um acidente de percurso, necessariamente problemático e negativo.
Autores: Ludmila Maria Fernandes; Ludmila Fernandes;
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591 - Agressão Física e Gênero: O público e o privado
Pesquisa domiciliar de vitimização feita em 2006 mostrou que a agressão física tem percentual baixo na cidade do Rio de Janeiro. Nos últimos doze meses, 2% de moradores da cidade com 15 anos e mais foram agredidos fisicamente, e 8,9% agredidos na vida toda. Mas há diferenças nas proporções de agressões entre homens e mulheres, brancos, pardos e pretos, categorias de renda e de escolaridade. Este texto focaliza homens e mulheres. A diferenciação se torna mais clara quando se estuda o padrão com que estas agressões acontecem entre os diferentes grupos de idade e de sexo. Entre os homens, os locais predominantes são as ruas do bairro onde moram, as ruas fora deste bairro ou bares e casas noturnas, perfazendo 74% de agressões em locais públicos. Entre as mulheres é a residência da entrevistada, de parentes e vizinhos, somando 57,8% em ambientes domésticos e privados. 77% das mulheres são agredidas por homens; 92% dos homens são agredidos por outros homens. O grau de proximidade com o agressor também é revelador: 70% das mulheres conhecem seus agressores, o que comprova o caráter familiar ou privado das agressões sofridas; 40% dos homens não conhecem seus agressores.
Autores: Alba Zaluar;
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708 - Amor bandido: as teias afetivas que envolvem a mulher no tráfico de drogas.
Tomando por base a teoria das representações sociais, que aponta a forte ligação existente entre representações e práticas sociais, entendemos que a forma como as mulheres compreendem os seus papéis nas relações de afeto pode ser determinante para práticas ilícitas relacionadas às drogas, principalmente porque elas não se reconhecem como criminosas quando se tornam traficantes em nome do amor que sentem por seus companheiros e pela família.
Autores: Elaine Cristina Pimentel Costa; Elaine Pimentel;
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A violência contras as mulheres, em particular a doméstica, é hoje assumida como um problema social, cuja investigação a Sociologia não pode ficar alheia. Na última década, das várias pesquisas desenvolvidas em Portugal, destaca-se o estudo dos custos resultantes da violência exercida contras as mulheres. Os resultados que nos propomos apresentar nesta comunicação, correspondem à primeira investigação realizada em Portugal sobre os custos económicos com a saúde resultantes das situações de violência doméstica. A análise da vitimação será contextualizada em função do espaço e tempo em que ocorrem os actos, bem como das dinâmicas e processos sócio-culturais que estão subjacentes à produção e reprodução da violência. Além das consequências ao nível da saúde física e psicológica em geral, o estudo permitiu ainda quantificar os custos económicos relacionados com a saúde, tanto ao nível do Serviço Nacional de Saúde como de outros serviços.
Autores: Sara Dalila Aguiar Cerejo; Manuel Lisboa; Pedro Pita Barros; Dalila Cerejo;
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Apresentam-se alguns resultados do Inquérito Social Europeu – European Social Survey-2004 – relativos à autoavaliação do estado de saúde, ao sentimento de bem-estar e à frequência de ida a consultas médicas da população inquirida em Portugal Continental, com 15 e mais anos. Reflecte-se sobre i) a maneira como é percepcionado o estado de saúde pelo próprio, ii) como é qualificado o sentimento de bem-estar, iii) com que frequência se recorre a cuidados de saúde (através da ida a consultas médicas) e a sua articulação com o género e as classes sociais. Os resultados revelam a importância do género e das classes sociais, enquanto factores distintivos, na forma como cada pessoa avalia, positiva ou negativamente, o seu próprio estado de saúde, como afirma o seu sentimento de bem-estar e no número de vezes que recorre ao médico para resolver um problema de saúde. Evidenciam-se algumas das assimetrias existentes na saúde e doença, em Portugal Continental, entre homens e mulheres e entre classes sociais.
Autores: João Manuel Cabecinha Vintém; João Manuel Vintém; Maria das Dores Guerreiro; Helena Carvalho;
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366 - Dinâmicas territoriais de género: alguns resultados de estudo
O objectivo da presente comunicação reside na partilha de alguns resultados alcançados numa investigação sociológica sobre dinâmicas territoriais de género. A investigação ocorreu no âmbito de um projecto de intervenção social designado por “Agir +”, cuja responsabilidade de prossecução esteve a cabo da Comissão Para a Igualdade e Para os Direitos da Mulher (CIDM) e da Associação Famílias, e foi denominada como “(Des)Igualdade Entre Faces: representações e vivências – Retratos de uma sociografia aos Distritos de Braga e Bragança”. O seu ponto de partida consistiu no favorecimento de uma leitura multidimensional das vivências e representações de género e de igualdade de oportunidade nas unidades territoriais alvo do projecto “Agir +”. Tendo por base a disposição dessas dinâmicas territoriais, no que concerne ao perfil sócio-demográfico e socioeconómico e à natureza da organização da vida familiar, da vivência da conjugalidade e das dialécticas da igualdade, foi possível agenciar um documento de trabalho proficiente, especialmente para os protagonistas da área social e/ou política.
Autores: Hernâni Veloso Neto;
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259 - Entre o dever e os afectos: os dilemas de cuidar de pessoas idosas em contexto familiar
Os processos relacionais presentes no contexto da prestação de cuidados a idosos dependentes são complexos e paradoxais, permitindo o delineamento de soluções de apoio que revelam a existência de fortes laços de entreajuda, mas, simultaneamente, o surgimento ou a perpetuação de conflitualidades comprometedoras do equilíbrio familiar. As famílias provedoras de cuidados confrontam-se com novos desafios e com novas solicitações, para as quais nem sempre têm as respostas mais ajustadas às expectativas dos vários actores envolvidos, mas as pesquisas sociais mostram-nos que a sua capacidade de regeneração e a sua criatividade são exemplares, possibilitando um ajustamento às novas exigências e a edificação de soluções que permitem fazer face a situações de grande vulnerabilidade. Nesta comunicação, propomo-nos apresentar algumas conclusões de uma pesquisa sobre os cuidados familiares a idosos dependentes nos concelhos de Coimbra e de Soure, concluída em 2006. Faremos uma breve reflexão sobre os princípios inerentes à assunção de responsabilidades e à repartição de encargos entre os membros das fratrias quando estas assumem a prestação de cuidados a idosos dependentes; analisaremos os processos de regulação que conduzem ao delineamento de estratégias de apoio e os modos de cuidar.
Autores: luisa maria gaspar pimentel; Luísa Pimentel;
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214 - Entre pais e filhos: aspirações recíprocas
Uma grande parte das crianças nas sociedades da super modernidade, como Portugal, nasceram mais por razões afectivas dos pais do que por razões económicas. Não nasceram para fornecer uma força de trabalho à família, o que era uma necessidade das sociedades agrárias e da actividade artesanal, baseados na subsistência dos membros da casa. Graças ao sistema de pensões de reforma, os filhos são menos chamados à vida para garantir a segurança social dos pais na velhice. Hoje, investe-se mais num filho projecto do que num filho recurso. Não admira, pois, que as aspirações dos pais em relação aos filhos e destes relativamente aos pais se vão transformando profundamente. Nesta comunicação, baseadas num trabalho de campo realizado no concelho de Braga, em 2007, junto de pais e respectivos filhos, procuramos realçar as singularidades desta dinâmica.
Autores: Maria Engrácia Leandro; Ana Sofia Leandro;
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215 - Falas de mulheres: narrativas de trabalhadoras rurais em musicas e poesias
A fala é uma das dimensões do sujeito político veicular o discurso do seu projeto. As mulheres trabalhadoras rurais em seu processo de produção social constroem uma narrativa que conduz significados e revelações que se personificam em expressividades como as poesias e musicas produzidas e praticadas na militância e pelos quais enunciam-se e narram a sua história. Partindo da conquista da fala, expressam em poesias a vida sofrida, a luta, o próprio movimento de mulheres e a utopia, e através de musicas motivam a ação política, por meio de ordens ritmadas instaurando o lúdico na militância.
Autores: Maria Dolores de Brito Mota;
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As mudanças ocorridas nas famílias do campo do nordeste brasileiro têm forte influência da questão fundiária, das novas tecnologias e conquistas de direitos das mulheres. As precárias condições de vida as impelem a lutar pela terra através do conflito. Isso dá uma nova configuração à família. A área estabelecida pelo Estado inviabiliza a permanência do grupo familiar extenso. No período do conflito, os grupos oriundos de diversas localidades experimentam uma vida colectiva e diferentes formas de sociabilidade. Agregada a essas questões tem a mobilidade da juventude nos sentidos campo-cidade-campo. Observam-se visíveis diferenças no modo de vida entre gerações e dispositivos de mudanças nas relações de género. Estariam as jovens e as famílias vivendo um processo de deslocamento de normas, papéis, comportamentos e valores sociais? Estariam abertos às novas visibilidades em relação ao sistema sexo/género?
Autores: Celecina de Maria Veras Sales;
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550 - Fratrias e Género: Contributos para uma análise sociológica das relações fraternais
Esta comunicação pretende apresentar os resultados de um estudo exploratório sobre fratrias na juventude. Tendo esta pesquisa colocado o enfoque nas dinâmicas de parentesco, numa abordagem analítica e reflexiva em torno das relações fraternais dos/as jovens, foi adoptada uma metodologia qualitativa de recolha de informação, assente na realização de 4 entrevistas de grupo e de 22 entrevistas individuais, num total de 47 entrevistados/as. Primeiramente, demonstrar-se-á, com base nos resultados obtidos, que elementos estão presentes na definição do conceito de irmão/irmã e de que forma esta representação encontra paralelo ao nível das práticas e dinâmicas relacionais, de acordo com o sexo dos/as entrevistados/as. Serão, também, exploradas as percepções dos/as jovens face às estratégias educativas diferenciadas dos pais perante filhos e filhas, identificando-se as lógicas de construção e desconstrução do tratamento igualitário, e que impactos se verificam, por um lado, nas relações estabelecidas no interior das fratrias, e por outro, na vivência do quotidiano. Por fim, analisando as perspectivas dos/as jovens face às suas vidas familiares futuras, apresentar-se-ão os cenários que rapazes e raparigas concebem no que respeita ao cuidado dos pais na sua velhice, evidenciando-se as formas de organização das fratrias em torno da assistência aos ascendentes.
Autores: Ana Margarida Barroso; Margarida Barroso;
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A presente comunicação baseia-se na pesquisa Género e poder local realizada entre 2006-2008 para a obtenção do grau académico de mestre com a orientação da Professora Doutora Anália Torres. A investigação visou estudar a relação entre género, suas representações, influências, limitações e expectativas; e poder político ao nível local, com especial enfoque na trajectória e enquadramento políticos, representações e práticas, liderança, conflito e negociação. Sem contudo esquecer a importante relação que se estabelece entre a vida familiar e a participação activa na vida política. Foi com estes objectivos que se entrevistaram doze Presidentes de Câmara Municipal da Área Metropolitana de Lisboa, cujos resultados são aqui apresentados. MACIEL, Diana Mestranda em Sociologia da Família e Sociedade CIES/ISCTE diana.maciel@iscte.pt
Autores: Diana Miriam Mateus Maciel; Diana Maciel;
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174 - Género Masculino e a Profissão do “Cuidar”
O “cuidar” das crianças e a perspectiva educativa da infância são (ainda) reconhecidas como competências social e culturalmente relacionadas com o género feminino. O presente estudo pretende contribuir para uma reflexão do processo de construção das imagens pessoais e sócio-culturais ligadas à inserção do género masculino numa profissão tradicionalmente considerada como feminina - a Educação de Infância. Utilizou-se uma conjugação de metodologias quantitativa e qualitativa, embora privilegiando esta última, recorrendo à técnica da entrevista formal e informal a profissionais masculinos em várias fases de desenvolvimento das suas carreiras nas redes de ensino pública e privada. Verificou-se que os docentes mais novos (número de anos de experiência profissional e/ou em idade cronológica), de ambas as redes de ensino, defendem um equilíbrio e paridade de perspectivas (educativas) de género. Os educadores de infância mais velhos e com maior antiguidade profissional, de ambas as redes, acentuam a sua diferenciação como elementos masculinos numa fusão entre as realidades individuais e as identidades sócio-culturais, reproduzindo na cultura escolar a valorização “universal” da condição de género masculina.
Autores: Mariana Isabel Maruta Grazina Cortez; Mariana Grazina Cortez;
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A existência de um crescimento significativo das respostas de acolhimento temporário para mulheres vítimas de violência doméstica, tanto em Portugal como na Europa, num contexto de diversidade institucional, tem suscitado uma preocupação crescente com o impacto dessa intervenção nas respectivas utentes. A presente comunicação apresenta os principais resultados de um projecto transnacional, - Refuges’ Evaluation Modelling (R.E.M.) – desenvolvido no âmbito da iniciativa comunitária DAPHNE, cujo principal objectivo foi o desenvolvimento de um modelo que permitisse avaliar os resultados do trabalho de intervenção desenvolvido com as mulheres nas casas abrigo, em três países europeus: Portugal, Irlanda e Escócia. Serão apresentadas as diferentes fases de desenvolvimento do modelo - desde a definição dos princípios orientadores de construção do modelo até à sua implementação experimental nos três países e respectiva validação. Finalmente, será discutido o potencial de disseminação do modelo e as perspectivas que se colocam ao seu desenvolvimento futuro, quer a nível nacional quer europeu.
Autores: Isabel Baptista; Alexandra Silva;
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612 - Mestrados em Portugal: tendências e modelos organizativos
Esta comunicação versa sobre os resultados de um projecto de investigação, financiado pela FCT e conduzido junto dos mestrandos inscritos no ano de 2005/2006 em universidades públicas portuguesas. A apresentação baseia-se numa análise da evolução do número de mestrados desde 1990, assim como nos dados obtidos no inquérito por questionário e nas entrevistas semi-directivas realizadas nesta pesquisa. Tendo em conta os enquadramentos teóricos sobre as tendências de evolução da formação pós-graduada na Europa, nomeadamente as alterações implicadas no modelo de Bolonha, a comunicação apresenta os traços principais das escolhas/percursos dos mestrandos relativamente à universidade de pertença, ao tema da tese, ao estilo de orientação e à satisfação com a evolução do mestrado. As tendências observadas permitem reflectir sobre as diferenças organizacionais no que respeita aos modelos de mestrado adoptado, assim como sobre algumas características diferenciadoras em termos de género.
Autores: Sofia Isabel Coelho Bento; Emília Araújo; Sofia Bento;
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Partindo do trabalho teórico-empírico realizado no âmbito de uma pesquisa sobre os processos de construção identitária nas (sub)culturas club (ligadas à participação nas festas de música electrónica), expõe-se a grelha de análise construída e apresentam-se algumas análises empíricas preliminares. O género é perspectivado como um conceito relacional. Contudo, a nossa proposta dirige-se especialmente à compreensão dos mecanismos de construção identitária das mulheres no clubbing. Este modelo está a ser aplicado em contextos físicos e sociais específicos (essencialmente na área do Grande Porto, mas também noutros pontos da zona Norte e Centro do país), mas deseja-se que o mesmo seja dotado de plasticidade para ser aplicado noutros contextos.
Autores: João Teixeira Lopes; Lígia Ferro; Paula Guerra; Pedro dos Santos Boia;
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160 - Mulheres Negras em movimento fazendo a diferença entre diferentes
No contexto dos movimentos sociais, mulheres negras, de Belo Horizonte - Minas Gerais/Brasil, conseguiram se movimentar para, pontuando suas diferenças. O trabalho configura-se como um dos resultados de uma pesquisa de mestrado que abordou as trajetórias de vida e política de seis mulheres negras, militantes nos seguintes Movimentos: Negro, Feminista e de Mulheres Negras. Esses sujeitos da pesquisa foram selecionados a partir de traços de suas trajetórias de vida, pessoal, social e profissional que pudessem caracterizar um perfil de militância atuante na perspectiva da raça e do gênero. Foi constatada a singularidade de suas vivências e trajetórias pessoais como elementos que influenciaram e influenciam suas atuações política e militante, marcadas por: tensão, ambigüidades, possibilidades, avanços e lutas. As mulheres negras entrevistadas assumiram um importante papel político ao levar a articulação entre a raça e o gênero para o interior dos Movimentos Sociais nos quais atuaram - e ainda atuam - e para as próprias práticas profissionais.
Autores: Michele Lopes da Silva; Michele da Silva Lopes;
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24 - Os percursos de jovens mães em IPSS
Comunicação baseada na tese de mestrado em Família e Sociedade, realizada no ISCTE, em 2006 sobre as vivências das mães adolescentes, dos 12 aos 16 anos, pertencentes a grupos desfavorecidos, acompanhadas/acolhidas por IPSS. Trata-se de uma pesquisa exploratória, a partir de dez casos, que recorreu ao método qualitativo para melhor captar as representações sociais da parentalidade, as vivências e percursos de jovens mães. Os resultados do estudo permitiram apurar 3 tipos de percursos: a vivência positiva, a vivência negativa e a vivência ambivalente. A aprendizagem do novo papel de mãe integra-se na ideologia que estabelece o que é esperado e desejável numa mulher, na interacção quotidiana com os outros, reproduzindo-se, reforçando-se a desigualdade de género, de classe social e de etnia.
Autores: Teresa Manuela Pires Rodrigues; Teresa Manuela Pires Rodrigues;
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450 - Os/As Cuidadores/as dos/as Doentes de Machado-Joseph: uma questão do Género
Este artigo procura abordar as questões de género na vivência da doença e na construção identitária dos/as doentes. Pretendemos mostrar que se verifica um processo de erosão biográfica e ruptura com o social, não só no caso dos/as doentes mas também no caso das “cuidadoras”. Para tal, utilizamos o exemplo da doença de Machado-Joseph nos Açores, procurando mostrar as graves implicações que a doença tem nas famílias afectadas.
Autores: Daniela Almeida de Medeiros de Sousa Soares; Daniela Medeiros Soares;
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251 - Padrões de Casamento entre os Imigrantes
Pretendemos com esta investigação perceber como casam os imigrantes em Portugal. Para o efeito foi feita a análise estatística dos micro-dados provenientes do INE, relativos aos casamentos em 2005, de forma a caracterizar e definir padrões nos casamentos em que estiveram envolvidos grupos de imigrantes em Portugal. A análise incidiu sobre cinco naturalidades, correspondentes aos grupos maioritários em Portugal e associados a fluxos distintos na história da imigração. Serão analisados os padrões de casamento existentes não só entre portugueses e não nacionais, bem como entre não nacionais entre si. Sendo a endogamia a nível das naturalidades um tema importante nesta investigação, outras características como a nacionalidade, as habilitações, a idade, o estado civil anterior, a existência de filhos, entre outros factores, poderão também estruturar diferentes tipos de estratégias de nupcialidade na sociedade actual, sendo por isso igualmente objecto de análise. A análise, feita por naturalidade e por sexo, permitiu concluir pela existência de estratégias matrimoniais distintas entre os grupos de imigrantes correspondentes aos fluxos de imigração mais antigos e os mais recentes, sendo entre estes últimos onde se registam níveis de endogamia mais baixos. Factor igualmente importante parece ser a nacionalidade, tendo sido encontrados indícios de que os casamentos com indivíduos fora do grupo de origem podem revelar estratégias para a obtenção da nacionalidade. Por outro lado, nalgumas questões, o género parece funcionar como moderador, não ocorrendo as relações da mesma forma para os homens e para as mulheres de uma mesma naturalidade
Autores: Madalena Ramos; Ana Cristina Ferreira;
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394 - Perfis de Coabitação no Portugal Contemporâneo
Através de uma metodologia qualitativa que teve com suporte empírico 48 entrevistas em profundidade, realizadas, na sua maioria, na região da grande Lisboa, descobrimos oito perfis de coabitação conjugal: a coabitação moderna, circunstancial, de noivado, masculina, de transgressão, de tradição, instável e de experimentação. A presente comunicação tem como objectivo identificar os traços principais associados a cada perfil e apresentar algumas conclusões sobre a coabitação na sociedade portuguesa, nomeadamente quanto à pluralidade de significados, contextos, percursos e dinâmicas da conjugalidade conectados com a coabitação.
Autores: Filomena Santos;
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Se por altura do nascimento da sociologia portuguesa, os homens se mostravam maioritários na disciplina, cedo essa realidade se modificou e inverteu. São hoje sobejamente conhecidos os dados que dão conta da superioridade numérica das mulheres no ensino superior assim como os que revelam a feminização dos cursos de Ciências Sociais e entre eles os de Sociologia. Mas existirão diferenças de género na investigação sociológica portuguesa? Será que homens e mulheres se interessam pelas mesmas dimensões do social e elegem para objectos de investigação os mesmos temas e problemas sociológicos ou poder-se-á falar de áreas tendencialmente de domínio feminino ou masculino? Através da análise das participações femininas e masculinas nas comunicações dos cinco congressos de sociologia e dos campos temáticos de 359 teses de sociologia realizadas e reconhecidas por universidades portuguesas, pretende-se responder a algumas destas questões mas sobretudo trazer a debate a questão da diferenciação de género na produção sociológica portuguesa.
Autores: Sandra Mestre da Cunha; Sandra Cunha;
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Existem em Portugal cerca de 15.000 crianças a viver em meio exterior à sua família de origem, seja em instituições, seja em famílias de acolhimento. A protecção à infância tem suscitado, nos últimos tempos, grande interesse mediático e conduzido à alteração de leis e à implementação de novas medidas e metodologias de trabalho. Contudo, as reformas têm ocorrido sem que uma avaliação realmente isenta e aprofundada da realidade as preceda e sem a auscultação dos seus principais interessados e visados: as crianças. Esta investigação, realizada junto de 23 crianças e jovens institucionalizadas, provenientes de duas instituições de acolhimento, procurou colocar a criança enquanto real focus da análise e dar-lhes voz, fazendo jus à máxima «no supremo interesse das crianças». Foi assim solicitado às crianças que expressassem as suas opiniões, representações e expectativas em relação à família, à institucionalização e à adopção, no fundo, em relação às decisões que são, em nome do seu melhor interesse, tomadas sobre a sua vida e o seu futuro.
Autores: Sandra Mestre da Cunha; Sandra Cunha;
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742 - Trabalho, família e género
O Objectivo da apresentação é o de dar a conhecer os principais resultados do projecto “Trabalho, família, Género e Políticas sociais, numa perspectiva comparada”, em que pretendemos relacionar variadas vertentes da realidade social. Como sejam nomeadamente a parentalidade, a conjugalidade, o trabalho, a relação trabalho/família e a divisão das tarefas domésticas. Com as transformações sociais, económicas, culturais e valorativas que a sociedade tem sofrido nas últimas décadas questionamo-nos sobre a forma como os indivíduos, hoje em dia, sentem a sua conjugalidade e a sua parentalidade, de que forma se relacionam, como estes dois planos da vida interpenetram na realidade profissional e que influência esta última tem nas primeiras; e de que forma essa relação trabalho/família molda a divisão das tarefas domésticas. Embora, a pesquisa tenha uma vertente quantitativa fundamental, que se debruça sobre os diversos países da Europa, nesta apresentação vamos centrar-nos, sobretudo, na sua vertente qualitativa; apresentando alguns dos resultados obtidos com as entrevistas realizadas em Lisboa, Porto e Leiria, a casais com filhos, de diferentes classes sociais e de diferentes durações de casamento.
Autores: Ana Cristina Henriques Marques; Diana Maciel; Cristina Marques; Anália Torres;
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597 - Violência nas Relações Amorosas
Esta comunicação resulta da síntese dos principais resultados de um estudo sobre violência de género nas relações amorosas, realizado no âmbito da tese de Mestrado da autora. Face à complexidade do tema elegemos como referencial teórico a categoria de género, que postula a construção histórica das relações sociais entre os sexos e a de representação social, que analisa a construção do indivíduo enquanto sujeito social e cultural. A metodologia adoptada consistiu na consulta de processos clínicos de 1183 mulheres com 18 ou mais anos, vítimas de violência por parte do parceiro, que recorreram ao Instituto de Medicina Legal de Coimbra e Porto, em 2000. A pesquisa permitiu analisar um tipo de violência de maior gravidade legal, visto que os processos que lhes dizem respeito têm em vista o prosseguimento judicial. A partir da análise destes casos e comparando-os com actos violentos exercidos noutro contexto (total de 977 casos), destacamos características próprias da vitimação que ocorre nas relações amorosas e reflectimos sobre o seu carácter paradoxal, como espaço de afectividade e violência, onde as diferenças de género se revelam relações de poder e de desigualdade.
Autores: Zélia Maria Barroso; Zélia Barroso;
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9 - “A Família na Hemodiálise”
Para poder aliviar o homem dos males que padeceu e padece, o conhecimento científico, palmilhou um longo caminho até chegar à nossa era, apenas com a certeza de que muito há por percorrer. Um dos exemplos, mais completos e marcantes na história da ciência, é a descoberta terapêutica de substituição renal - a Hemodiálise. Perante um universo que se reveste de características muito particulares, não só porque se encontra subjacente à experiência de doença de longa duração, o que envolve e implica a ausência de um dos valores fundamentais da nossa sociedade – a saúde. Mas por se tratar de um tratamento prolongado que estabelece e impõe duras limitações em todos os domínios. Propusemo-nos, assim, fazer uma aproximação ao universo das mulheres em hemodiálise, analisando a forma como descrevem, organizam e dão sentido ao constructo de família. Pela vivência e através da voz destas mulheres verificou-se que os discursos remeteram as suas construções de significado para o universo de sentimentos e emoções... Cabe-nos, por fim, reflectir nas vivências descritas, pela voz de mulheres em hemodiálise, que se centraram em torno de sentimentos, emoções, necessidades e influências. Ficou claro, também, o espírito de luta evidenciado pelas mulheres em hemodiálise, a esperança, a determinação em continuarem a viver e, sobretudo, a vontade de continuarem a ser mulheres. Podemos, assim, dizer que quando a família possui uma influência positiva que favorece a vivência em hemodiálise, essa influência assume particular significado ao assentar na compartilha. Esta situação, revela a proximidade de relações no seio familiar e o forte elo de ligação entre as mulheres em hemodiálise e os membros das suas famílias.
Autores: Virginia Barroso Henriques; Virginia Henriques;
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548 - “Dissidência sexual, género e identidade”
A compreensão das vivências da sexualidade está intimamente ligada às representações do género, que tem como parâmetro central de definição a atracção erótica pelo “outro” sexo. Neste quadro, a experiência homo-erótica feminina – que englobaremos na noção lata de “dissidência sexual” – surge como transgressão das fronteiras do feminino e as mulheres que são os seus sujeitos vistas como não-mulheres – algo especialmente evidente na figura problemática e fantasmagórica da “lésbica máscula”. Porém, como o género não é um “feito”, mas um “a fazer” – e atravessado por outras variáveis, como a pertença geracional ou a classe –, a relação entre homo-erotismo, género e identidade gera configurações de conjunto distintas. Partindo das histórias de vida de um grupo de mulheres, mostramos como a experiência homo-erótica, porque contraria noções convencionais do feminino, revela um processo de reconstrução – nalguns casos, de redefinição – identitária que ilustra diferentes modos de (re)fazer o género e de conceber a sua relação com a preferência erótica e a identidade sexual.
Autores: Ana Maria Brandão;
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Globalização, Política e Cidadania
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Reflexão sobre uma perspectiva de compreensão da emergência do movimento do Comércio Justo numa era de globalização. Apresentação de alguns resultados provenientes de um estudo de caso que incidiu sobre uma instituição que detém como objectivos a divulgação dos princípios do Comércio Justo, assim como a comercialização de produtos oriundos desta forma de comércio alternativa, a Associação Reviravolta. Destacam-se os domínios de acção e formas de actuação desta organização, bem como a acção que nela desenvolvem os seus protagonistas: dirigentes, associados e voluntários. Isto é, enuncia-se o modo como se estruturam os seus elementos, e qual o tipo de interacção existente entre os diferentes agentes que a compõem, ou seja, assinalam-se os seus elementos culturais e simbólicos, e caracteriza-se a organização enquanto corpo socializado.
Autores: Sandra Lima Coelho;
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243 - A miragem do e-governo e a questão da cidadania: Uma perspectiva sociológica
Neste trabalho, analisamos um dos elementos da chamada e-democracia: o e-governo que desempenha um peso crescente nos discursos e nas justificações de modernização do governo e na reformulação da noção de cidadania. O e-governo é geralmente considerado como uma extensão da e-democracia, outro conceito ambíguo, e ambos merecem uma análise sociológica apurada, é o nosso intuito dar um contributo ainda que modesto neste sentido. Depois de uma breve discussão das noções de democracia, e-democracia, Estado e cidadania e das opções metodológicas, na primeira parte, passaremos, na secção seguinte a uma primeira análise crítica da noção de e-governo, sobretudo no que toca a um elemento central: a distinção entre cidadania e serviço público transferível pura e simplesmente para o mercado ou, ainda, em moldes flexíveis e híbridos mas essencialmente através do mercado. Baseamos esta distinção numa investigação sobre dois projectos que tratam da questão da e-democracia e dos serviços públicos (e do e-governo) em que se destacam os problemas da cidadania e da crise do sistema político representativo. O problema do e-governo, tal como do e-learning, é de negligenciar aspectos cruciais do funcionamento das democracias. Facilitar ou agilizar a prestação de serviços online, não basta para resolver os problemas da participação nas nossas democracias. O e-governo não pode ser confundido com uma mera prestação de serviço, seja ele público ou privado. Ele se insere num contexto sociopolítico mais vasto e que engloba os cidadãos. Esta é uma das nossas principais conclusões. O e-governo aparece cada vez mais como um mito e se assemelha a uma miragem que promete “montes e maravilhas” enquanto os problemas fundamentais não são tocados senão à margem.
Autores: Marc Jacquinet; João Carlos Relvão Caetano; Henrique Curado;
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134 - A participação electrónica como uma nova relação entre Estado e cidadãos.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a participação activa dos cidadãos é "vista como uma relação baseada numa parceria com o governo, na qual os cidadãos se envolvem activamente na definição e conteúdo das políticas públicas". Esta forma de envolvimento pretende ser uma nova fronteira nas relações entre governo e cidadãos para todos os países da OCDE, que tem exigências de comportamento do governo, mas que requer também uma aceitação por parte dos cidadãos de um nível elevado de responsabilidade pelo seu papel, implicados nos direitos de participação. Tal como já havia acontecido com outros media, as TIC aumentaram a esperança sobre a possibilidade de superar os problemas de eficiência e igualdade política na participação. Contudo, algumas precauções são necessárias. Para além das questões relacionadas com a divisão digital, deve ser considerada a sobre-representação de participantes com posições extremistas e a sua consequente manipulação de resultados da participação. Após algumas considerações sobre cidadania, democracia e participação, nesta comunicação pretendo discutir o tema da "democracia electrónica", analisando em particular a sua definição ao nível de políticas públicas. Segue-se um apontamento sobre o caso português, e termino enfatizando a necessidade da definição clara de que democracia se pretende alcançar, independentemente da questão tecnológica.
Autores: Patrícia Olinda Loureiro Dias da Silva; Patrícia Dias da Silva;
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Este ensaio é um primeiro esforço de sintetizar dados de uma pesquisa que ainda não foi concluída. Trato aqui de como o período eleitoral é vivenciado em uma pequena cidade do interior do Nordeste brasileiro - Santana do Acaraú - CE. O caso é fecundo para pensar como a sociedade se reconfigura social e espacialmente diante de tal situação. Dessa forma, procuro compreender como é construído socialmente o lugar da política, atribuindo a ela territorialidade, uma linguagem e temporalidade especificas, enfim, um período onde ela é permitida, “o tempo da política”, e como isso reforça e constrói a política como o lugar dos políticos profissionais. Acredito que, atentando para os bastidores da política, para as suas redes, seus valores e práticas, compreenderei quais são as regras e valores na produção e reprodução do poder político naquela cidade.
Autores: Clódson dos Santos Silva;
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104 - A «síndrome do fundador» revista pela análise do movimento de consumidores
O conceito de «síndrome do fundador» é pouco explorado pela literatura científica relativa às associações não lucrativas. No entanto, este conceito corresponde a um fenómeno social conhecido nas associações portuguesas, onde a permanência de fundadores em cargos sociais por vários mandatos é recorrente (Lucena, 1985; Freire, 2004; Rego, 2007). A síndrome do fundador manifesta-se pela defesa, de modo pouco democrático, da identidade original da organização e é entendida habitualmente pela literatura científica como um obstáculo à mudança (Huff, 2003). Com base numa investigação sociológica focalizada num estudo longitudinal sobre o envolvimento dirigente numa associação nacional de consumidores, onde a perspectiva internacional do movimento não pode deixar de ser considerada, esta comunicação procura mostrar que, pelo contrário, a síndrome do fundador pode constituir uma garantia de crescimento da associação na medida em que a identidade original da associação é instrumentalizada pelos actores sociais.
Autores: Raquel Rego;
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Tendo como pano de fundo a questão social e sociológica sobre quais as condições necessárias para a emergência (ou não) da acção colectiva, a comunicação pretende equacionar esta questão confrontando diversas posições a este respeito, enriquecendo-a com os resultados empíricos obtidos num estudo de caso num assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado de Pernambuco (Brasil). Metodologicamente, visando uma abordagem compreensiva-interpretativa e explicativa, privilegiaram-se as técnicas de cariz qualitativo (observação participante e entrevista) sem contudo descurar dados de ordem quantitativa pela via do inquérito. Estes trabalhadores, no âmbito de um processo histórico de resistência/luta contra a excludente concentração da terra no Brasil – surgem pelo MST com uma organização própria, questionando inclusive a lógica global inerente ao actual estádio do desenvolvimento capitalista. Recolhendo contributos de diversos autores (neo)marxistas e (neo)weberianos sobre movimentos sociais (vg Lucàks, Touraine, Giddens, Offe), assumimos todavia como básico o imperativo da sobrevivencia e segurança (Scott) e combinamos, na esteira de Bader, os diversos níveis de análise da acção colectiva: as condições socio-estruturais e situações objectivas de vida dos actores sociais e o potencial de recursos designadamente organizacionais (vg assentados do MST), hábitos, cultura e estilos de vida, experiências/vivências e trajectos de vida, lideranças e capacidade de mobilização, ideologias/utopias, oportunidades externas (vg tipo de governo). Por fim, damos conta dos avanços, oportunidades e limitações do MST, assim como eventuais recomposições e perspectivas no futuro próximo.
Autores: Manuel Carlos Ferreira da Silva; Manuel Carlos Silva; Ana Margarida dos Reis Jorge;
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362 - Activismo em rede: dinâmicas locais e globais nos movimentos sociais portugueses
A presente comunicação baseia-se numa tese de doutoramento em curso sobre a constituição de redes entre movimentos sociais e pretende reflectir sobre a participação de activistas e colectivos portugueses em redes transnacionais ligadas a movimentos sociais e nomeadamente ao denominado movimento anti-globalização. A análise desenrola-se em três níveis, abarcando (1) a participação em plataformas inter-associativas internacionais, (2) as trajectórias de mobilidade dos activistas e (3) o processo de mobilização, organização e convergência em determinados eventos que se tornaram emblemáticos do activismo transnacional. A partir de um cruzamento entre dados estatísticos, incursões etnográficas e depoimentos biográficos, procurar-se-á perceber de que forma as redes activistas portuguesas se imbrincam num quadro transnacional mais amplo, o que permitirá trazer a lume processos de negociação identitária; dinâmicas glocais; e padrões de mobilidade específicos. A articulação entre estas diferentes dimensões permite também discutir de que forma e através de que mecanismos e instrumentos se constituem e ampliam estas redes sociais.
Autores: Inês Conceição Farinha Pereira; Inês Pereira;
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716 - As políticas públicas da cultura e a participação de novo tipo no Brasil
Apresenta-se o processo de construção das políticas públicas para a cultura, desde o Estado Novo (37-45) até à instituição do Sistema Nacional de Cultura (2005) e defende-se que ocorreu um processo de luta social pela transformação dessas políticas, pela inclusão de novos atores sociais e pela alteração dos modos de formação das políticas. Contudo, a redemocratização neoliberal deu origem à participação concedida e a uma nova experiência na gestão pública; sob tutela estatal, espaços e formas de participação não abrangeram os efetivos palcos de decisão. O artigo trata das formas de articulação da sociedade civil para uma participação conquistada em um processo de emancipação e de auto-organização. Disserta sobre a contradição entre o discurso institucional e a execução dos programas de ação. A institucionalização das conquistas indica um cenário de perdas e ganhos. A participação ampliada, inscrita nos discursos construídos articuladamente cristaliza-se progressivamente em instituições, políticas, programas e formas de economia que já se apresentam, aos sujeitos sociais mais dinâmicos, limitadas e excludentes.
Autores: Cristina Amélia Pereira de Carvalho; Cristina Carvalho; Rodrigo Gameiro ; Sueli Goulart;
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326 - Bairro da Relvinha (1974-1976): De Barracas a condições condignas
A presente comunicação refere-se ao movimento de moradores na cidade de Coimbra (1974-1976). Procurar-se-á perceber a acção do programa governamental Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) no Bairro da Relvinha, bem como a acção do movimento de moradores deste bairro, que conseguiu substituir o seu bairro de barracas por um bairro de casas. Esta exposição constitui também uma reflexão acerca dos movimentos sociais e dos novos movimentos sociais em Portugal e na cidade de Coimbra.
Autores: João Luís Correia Baía da Costa; João Baía;
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116 - Cidadania ou vitimização? Mobilização política e militantismo público – Questões preliminares
As transformações ocorridas durante o período da modernidade, aliada à emergência da sociedade civil, contribuem para a renovação do espaço público em Portugal. Esta renovação é marcada pelo desenvolvimento de uma consciência crítica e prática colectiva, só possível num Estado de direito democrático, onde exista liberdade de expressão e de opinião para debater de forma contraditória e autónoma o «bem comum». Assiste-se a uma alteração das sensibilidades, promovendo um emergente interesse em torno dos «sofrimentos e de compaixões» verificáveis em diferentes formas de manifestação, podendo apresentar olhares diferenciados consoante o quadrante político ou o sentir colectivo relativamente a certos aspectos da vida social. A indignação que se constitui em torno das vítimas, vistas como vulneráveis e como tal carecidas de protecção (em que assenta uma nova categoria social) é denunciada publicamente pelos novos movimentos sociais, originando controvérsias, disputas e conflitos.
Autores: Pedro Francisco Rodrigues Pais Duarte; Pedro Duarte;
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709 - Cidadania, Política e Educação: o caso inglês
Esta comunicação assenta no relacionamento íntimo entre cidadania, política e educação no contexto da sociedade inglesa. Basicamente, será realçado como a cidadania tem sido uma área que recentemente recebeu por parte da esfera política um renovado interesse, concretizando-se no sistema educativo público inglês, através da área Educação para a Cidadania. Tal constituiu um marco educativo histórico, corolário da existência de um intenso debate social e político sobre os desafios de uma complexa sociedade multicultural integrada num mundo global. Eis os objectivos específicos: a) Indagar as razões que conduziram o governo a introduzir a Educação para a Cidadania em 1997. b) Analisar a conceptualização da educação para a cidadania, invocando os seus eixos constituintes e metas inerentes. Particularmente dois aspectos merecerão uma atenção privilegiada: a. O conceito chave da cidadania activa - o reconhecimento de que as gerações mais novas podem ser formadas de tal modo, que desejem intervir no mundo (globalizado) visando efectivas mudanças. b. Equacionar a introdução recente por parte do governo de um quarto vector na conceptualização da área da Cidadania, a saber: Diversity and Identity: Living Together in the UK.
Autores: Eduardo Nuno Fonseca;
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281 - Democracia Política e Jornalismo
A pesquisa teve como objetivo identificar a visão de alunos de cursos de Jornalismo da Região Metropolitana de Campinas (RMC) – São Paulo, Brasil, sobre a imagem dos políticos e a qualidade da democracia brasileira. A proposta era verificar como os futuros formadores de opinião entendem o papel da política e dos políticos na consolidação da democracia no espaço público. Este trabalho é um desdobramento da pesquisa “Qualidade da Democracia na RMC”, que estuda o papel dos diferentes atores sociais para a formação do imaginário popular sobre a democracia política. Estudo quantitativo, de caráter exploratório, tomando por base dados coletados por meio de questionário estruturado. Os resultados preliminares da pesquisa apontam para a falta de confiança nos políticos, corroborando assim resultados de outras pesquisas de opinião, além de desconhecimento dos futuros jornalistas sobre o papel da política na manutenção do sistema democrático.
Autores: Lara Andréa Crivelaro Bezzon; Graça Caldas; Luciana Bernardo Miotto; Maria José da Costa Oliveira; Wagner Maurício Rodrigues de Souza;
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Possivelmente uma das particularidades de nossas sociedades ocidentais atuais seja a constatação de que certa representação do Estado democrático de direito se nutre, em tantos momentos, de excessos de autoridade e de poder. No caso brasileiro, que certamente reflete uma tendência de governança latinoamericana, temos presenciado a sistemática instalação de dispositivos estatais de segurança que ameaçam atingir não apenas o governo direto das populações mas também o frágil equilíbrio das instituições de Estado, base de legitimação de valores como a liberdade, a igualdade e a justiça social. Assim, aos poucos, vemos a condensação de um "super-executivo" que governa por meio de medidas provisórias, que controla o parlamento e encerra publicamente o judiciário em sua própria crise de legitimidade institucional. Em outros termos, instituições políticas, populações inteiras ou parte delas correm o risco de serem lançadas em "zonas de indeterminação" nas quais, paradoxalmente, suas dinâmicas e vidas passam a condição de total insegurança. Nessa comunicação, com base nas pesquisas genealógicas de Michel Foucault e Giorgio Agamben, procuramos analisar alguns recentes fenômenos institucionais e sociais no Brasil, acenando para a possibilidade de revelação de uma nova, e até então inaudita, Razão de Estado.
Autores: Nei António Nunes; Alexandre Vieira;
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426 - ESTADO, DIREITOS HUMANOS E INTEGRAÇÃO ECONOMICA LATINO-AMERICANA
O título desta comunicação pode ser considerado como uma invocação a princípio, à integração latino-americana, é um dado da realidade e a nós cabe apenas estudar a influencia deste fato nas relações internacionais. Indiscutivelmente o desafio a que nos deparamos nos dias hodiernos é o de encontrar um meio de influenciar o processo de globalização de maneira que se possa eliminar a pobreza, a exploração, a exclusão, a discriminação etc. O comércio, é considerado o motor da globalização, é imperioso que as normas que o governam não contrariem os direitos fundamentais, mas que ao contrário, eles os favoreçam e os protejam. As regras do comércio deveriam estar inscritas dentro de um processo aberto a todos, transparente, democrático e participativo. Nesse sentido, as instituições financeiras e comerciais internacionais deveriam estender o convite à sociedade civil internacional a participar desse processo ao lado dos governos, das organizações intergovernamentais e dos representantes do setor privado.
Autores: Elian Pereira de Araujo; Elian Pereira de Araújo; Luis Gutierrez Sanjuan;
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A análise tem, como fio condutor, a tentativa de pensar a questão da emancipação em tempos contemporâneos, buscando consubstanciar um pensamento em processo, aberto e crítico. Delineia-se, como horizonte analítico, determinados pressupostos que se articulam na tessitura da cosmovisão orientadora das reflexões. Na construção do percurso argumentativo, o ponto de partida é uma contextualização do momento presente da civilização do capital, focalizando crise e transição, como chaves analíticas do desvendamento do capitalismo mundializado. No assumir do desafio de discutir a emancipação tem-se, como fontes inspiradoras, as formulações marxianas da “Teoria Crítica Radical” e as teses de Boaventura Sousa Santos, ao circunscrever dimensões fundantes de um pensamento pós-colonial. Assim, empreende-se o esforço de partilhar a atualização e ampliação do debate, configurando elementos definidores do que vem sendo denominado de experiências emancipatórias, concebidas como encarnações da utopia democrática. Por último, a discussão incide em questões-chave, de caráter estratégico, emergente das resistências e lutas. Destaca-se a exigência de construção de um pensamento alternativo das alternativas, configurando, como uma das suas expressões, as teorizações da transição. Ao circunscrever uma agenda estratégica de transição, o foco recai na articulação política dos coletivos em diferentes escalas, através de alianças. A busca é delinear uma socioeconomia política de transição.
Autores: Alba Maria Pinho de Carvalho; Alba Carvalho;
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640 - Movimentos de Saúde na Sociedade Portuguesa: Uma Primeira Abordagem Exploratória
A presente comunicação procura compreender as causas, processos e dinâmicas sociais fundamentais que resultaram nos protestos verificados um pouco por todo o país contra o encerramento de Maternidades, Serviços de Urgências, alteração dos horários dos SAP’s, ou outras mudanças organizacionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A análise sociológica exploratória que aqui se apresenta procura focar-se na relação (teórica, problemática e empírica) entre acção institucional e acção colectiva, ou seja, entre a governação, os domínios institucionais da sua actuação, o desempenho dos actores colectivos nos campos profissional da saúde e político, até à formação das identidades colectivas e quadros de interacção actuantes no plano das mobilizações locais.
Autores: Nuno Filipe Pombo Soares Nunes; Nuno Nunes;
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462 - O Movimento Manguebeat na mudança da realidade sociopolítica de Pernambuco
O artigo analisa o movimento cultural Manguebeat e sua articulação com as manifestações culturais da periferia da cidade de Recife, no Brasil. Investiga como ele articulou manifestações tradicionais e modernas e mudou a realidade local ao despertar a participação política. Para analisar as práticas coletivas de participação e as estratégias de organizar dos agentes, o trabalho apóia-se no referencial conceitual de Bourdieu e em tipologias de participação. Constrói uma narrativa histórica do campo que permite inferir que o Manguebeat foi importante na reconstrução da identidade cultural local, na construção de novas práticas coletivas de participação ao agir independentemente dos poderes públicos instituídos. Pela articulação com os movimentos da periferia, esses agentes sociais adquiriram recursos de poder que se revelaram um indício da constituição de um outro princípio de diferenciação nesse campo - nova forma de poder, capital de novo tipo ou capital revalorizado - pois agentes, antes marginais, agora participam de pleno direito, ainda que limitados a certos espaços e arenas políticas.
Autores: Cristina Amélia Pereira de Carvalho; Rodrigo Gameiro ; Cristina Carvalho;
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Utilizando o caso do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal como objeto empírico, nos interessamos pela questao das transformações qualitativas ocorridas no interior desse partido durante sua intitucionalização e sua expansão na arena institucional. A partir de uma análise da evolução das modalidades de recrutamento de seus filiados e de seleção de seus candidatos, pretendemos mostrar de que forma o PT foi transformado face à « perspectiva do poder ». No âmbito dessas transformações pouco homogêneas, observa-se as tendências ao declínio do vínculo « militante », da dimensão ideológica do engajamento partidário e notadamente do peso dos recursos coletivos no funcionamento da organização. Observa-se em contrapartida uma valorização dos recursos individuais detidos pelos candidatos, assim como do peso do capital social como forma de legitimação dos líderes partidários. O material empírico que dá corpo a essa análise comprende um conjunto de 40 entrevistas realizadas com dirigentes e candidatos do PT/DF, 380 questionarios realizado com os filiados escolhidos aleatoriamente (2000) e uma série de observações diretas (1999-2005).
Autores: Daniella de Castro Rocha;
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Tendo por base uma investigação sobre o impacto dos Conselhos de Empresa Europeus em Portugal (realizada ao abrigo do projecto “Os Conselhos de Empresa Europeus: entre a responsabilidade social da empresa e a participação laboral”, financiado pela FCT, POCI/SOC/59689/2004), são aqui privilegiados 4 eixos de análise: a) a expressão quantitativa da constituição de Conselhos de Empresa Europeus (CEEs) em Portugal; b) um retrato dos acordos formais de CEEs onde participam representantes portugueses; c) as experiências de representantes de trabalhadores portugueses em CEEs; d) o espaço que as entidades empregadoras dedicam aos CEEs.
Autores: Hermes Augusto Costa; Pedro Araújo;
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528 - Os espaços de participação das pessoas mais velhas na sociedade portuguesa actual
Neste trabalho, procuraremos perceber de que forma as esferas de participação social, económica, política e cultural dos mais velhos poderão contribuír para a discussão sobre o aprofundamento da democracia e a disputa de espaços de poder e de participação nas sociedades ocidentais, ao mesmo tempo que despontam, em Portugal e Europa fora, novos debates em torno da promoção de um envelhecimento activo.
Autores: Ana Sofia Maia da Silva; Sofia Maia Silva;
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Este artigo tem por objetivo apresentar o resultado da primeira exploração analítica do estudo comparativo entre Brasil e Portugal sobre a atuação empresarial baseada na solidariedade social, através da estratégia corporativa denominada por responsabilidade social empresarial. O intuito desta pesquisa é focar em ações sociais desenvolvidas por empresas e/ou instituições empresariais portuguesas para com comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade social e econômica e, que estão social e ambientalmente impactadas pela ação das atividades econômicas dessas empresas.
Autores: Maria Alice Nunes Costa;
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256 - Políticas Ambientais em Portugal – processos e insucessos entre o “global” e o nacional”
Num país que conta 20 anos de adesão à UE, não é possível reconhecer em matéria ambiental o efeito dessa integração. Apesar do crescente edifício administrativo e da acumulação de um notável corpo legislativo, o persistente insucesso das políticas ambientais revela razões de natureza social e em grande parte comunicacional. Este paper incide sobre os resultados de uma pesquisa continuada ao longo de 10 anos no âmbito do OBSERVA sobre ambiente, sociedade e opinião pública. No quadro deste programa, têm sido acompanhadas as dinâmicas da sociedade civil em torno de várias políticas públicas, quase sempre lançadas à escala europeia. Este trabalho tem permitido identificar para alguns temas, o sistema de obstáculos sociais que mais contribuem para a ineficácia das políticas, mesmo quando acompanhas de uma situação favorável em termos legislativos e financeiros. Serão apresentados alguns exemplos elucidativos, em particular o caso das políticas de saneamento básico e das politicas de energia.
Autores: Luísa Schmidt;
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587 - Quando a ajuda chega por mail: o voluntariado online como oportunidade e realidade
Escassamente (re)conhecido em Portugal, o voluntariado online (ou voluntariado virtual) é hoje uma opção já seguida por muitas organizações da sociedade civil, encarado não só como forma de cooptar novos voluntários (jovens, reformados, profissionais e pais de família), mas também de satisfazer necessidades emergentes no seio dessas organizações (nos domínios da tradução, da assessoria, do desenho de projectos ou do e-learning). Distingue-se num tal panorama, não só pela credibilidade da organização mas também pela sua abrangência, a iniciativa de voluntariado online desenvolvida pelas Nações Unidas e a partir da qual se estabelece uma definição “oficial” para esta nova dimensão do voluntariado: “tarefas completadas, no seu todo ou em parte, via Internet a partir de casa, do trabalho, da universidade, de um cibercafé ou telecentro”. À luz das experiências já desenvolvidas um pouco por todo o mundo e documentadas online, o presente texto visa enunciar as condições de adopção de projectos de idêntica natureza por parte das organizações do Terceiro Sector em Portugal, a partir das oportunidades e constrangimentos que rodeiam o voluntariado online.
Autores: Alcides A. Monteiro;
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209 - Trajectórias políticas das mulheres, em Portugal: Alguns dados preliminares
Apesar dos últimos anos terem sido muito importantes, em termos da generalização da cidadania política às mulheres, continua a haver um défice de género nesse contexto, a nível mundial (Inter-parliamentary Union, 2008; World Economic Forum, 2007). A literatura tem salientado vários factores que podem contribuir para esta realidade, desde factores socioeconómicos, culturais e institucionais (Norris & Inglehart, 2001) a factores ideológicos (Espírito-Santo, 2006). No âmbito de um projecto de investigação, realizámos um estudo com questionários e entrevistas individuais a 20 deputado(a)s dos principais partidos políticos portugueses, onde procurámos, nomeadamente, abordar o percurso escolar e profissional, a experiência no exercício da política, e a ligação entre a esfera privada e pública, procurando reconstituir a sua trajectória e identificar os factores críticos da vida pessoal e partidária que estão ligados, sobretudo, à ascensão das mulheres. Esta comunicação apresenta alguns desses resultados.
Autores: Maria Helena Ramos da Costa Santos; Maria Helena Santos;
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667 - Transformações legais nas transferências internacionais de jogadores de futebol
Parte de uma pesquisa mais ampla que investiga as transferências internacionais de jogadores de futebol brasileiros para Portugal, esta proposta pretende problematizar as modificações nas prerrogativas legais que balizam as transações internacionais entre clubes. No âmbito da legislação brasileira, o marco relevante é estabelecido com a instauração da Lei 9.615/1998, conhecida como Lei Pelé, que transformou o estatuto dos atletas profissionais e sua relação com os empregadores ao substituir a vigência do passe e privilegiar os contratos como instrumentos de regulação. Na União Européia, o veredicto concedido em favor do jogador de futebol belga Jean-Marc Bosman condenou a diferenciação de atletas da comunidade pelo critério de nacionalidade. Apesar de não afetar diretamente as transações internacionais com o Brasil, o caso Bosman solidificou uma hierarquia de jogadores que tem como base a origem dos passaportes – isto em meio à crescente limitação do número de atletas estrangeiros por time impostas pelas federações européias. As modificações legais investigadas parecem todas tender para a construção de uma representação jurídica do futebol como uma prática primordialmente econômica, no qual as transações internacionais de jogadores assumem plenamente seu caráter capitalista.
Autores: Lennita Ruggi;
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Grupo Trabalho
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Pretende-se com esta comunicação dar a conhecer os contornos gerais da problemática teórica central de uma linha de investigação sobre o conhecimento profissional, sedeada no norte de Portugal, desde 1999, e que privilegia estudos de carácter qualitativo e etnográfico. Para este efeito faremos uma descrição dos nossos principais estudos e publicações e situaremos a nossa linha de investigação na relação com os estudos sociológicos sobre profissionalismo. Durante a intervenção será feita uma curta apresentação das 3 comunicações que se seguirão relativas aos nossos três últimos estudos.
Autores: Telmo Humberto Caria; Telmo H. Caria;
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Os técnicos de educação de adultos que desenvolvem as suas actividades em contextos associativos têm vindo a assumir um relevo cada vez maior no nosso país. A comunicação que se apresenta aborda o trabalho etnográfico realizado junto de uma equipa técnica de educação de adultos de uma associação de desenvolvimento local do norte de Portugal. O seu principal objectivo é, assim, realizar uma reflexão centrada na metodologia empregue e em questões várias a ela ligadas: como se foi penetrando no contexto de trabalho dos técnicos? Que estratégias de recolha, registo e organização dos dados foram usadas? Que interpretação foi sendo feita acerca das estratégias usadas e da metodologia empregue no seu conjunto? Como é que a presença do investigador foi sendo interpretada pelos técnicos ao longo do tempo? Que tipo de contributo poderá ter tido para aquele local de trabalho a presença do investigador e a metodologia usada?
Autores: Armando Paulo Ferreira Loureiro; Armando Loureiro;
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295 - Aqui ninguém reza por ele! Trânsitos fúnebres entre o Bangladesh e Portugal
Uma das mais recorrentes narrativas sobre migrações é ver os seus agentes como os “novos” cosmopolitas e os representantes de culturas desterritorializadas, viajantes. Estes permitiriam pensar novas formas de cidadania assentes noutros laços que não o Estado-nação bem como na criação de novas paisagens, as etnopaisagens. Em suma, os migrantes seriam as figuras da contemporaneidade por representarem os fluxos e um mundo sem fronteiras. Mas será de facto assim? O que pretendo com esta apresentação é complexificar estes discursos através de uma pesquisa sobre a morte e a sua gestão entre migrantes bangladeshis em Lisboa. O argumento central é que num contexto transnacional a morte é uma forma dos sujeitos pensarem a sua relação com os lugares de pertença e a fixidez. Isto é, a gestão da morte revela que nem tudo é fluxo, que as pessoas continuam fortemente apegadas a lugares, lugares estes cuja própria (re)produção, enquanto territórios de pertença e identidade, se relaciona, dialecticamente, com os fluxos transnacionais em que muitos dos meus interlocutores participam.
Autores: José Mapril;
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Com uma abordagem essencialmente etnográfica e pela análise de narrativas e reflexões feitas por grupos focais, a reflexividade institucional no âmbito de Equipas de Educação Especial nos anos 80 e 90 (quando as políticas governamentais visavam a expansão do acesso ao sistema educativo e assentavam em discursos sobre a integração educacional e a escola inclusiva) é comparada com a que ocorre em escolas dos ensinos básico e secundário nas condições criadas por uma política governamental que assenta numa definição organizacional da escola pública e visa optimizar, num quadro de restrição orçamental, o controlo social das populações jovens.
Autores: José Manuel Cravo Pombeiro Filipe; José Filipe;
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778 - As crianças e a comunidade: uma perspectiva intergeracional da educação
Nesta comunicação analisa-se criticamente o modo como a escola e a organização pedagógica que a suporta, baseada no critério da segmentação etária, se tornaram historicamente hegemónicas no pensamento e nas práticas educacionais, e defende-se a requalificação e a imaginação de outras modalidades educativas, do tipo associativo, cooperativo e comunitário, capazes de resgatar a participação e a cidadania para o espaço público da educação. Com efeito, existe hoje uma grande diversidade de instituições, organizações, serviços e projectos que consubstanciam processos sociais, culturais e educativos que questionam a organização pedagógica segmentada, ora porque neles estão envolvidos profissionais e voluntários de diferentes áreas, como a educação, a cultura, o serviço social, a saúde, a justiça e outras, ora porque abrangem diversas valências, como a animação de tempos livres, apoio social a idosos, educação e formação de adultos, promoção do artesanato local e regional, apoio a imigrantes, etc., ora ainda porque ao integrarem crianças e idosos, jovens e adultos propiciam a emergência de actividades intergeracionais e socio-comunitárias. É esta perspectiva que se aborda nesta comunicação, tomando-se como exemplo um projecto de animação infantil e comunitária desenvolvido desde a década de 1980 em Paredes de Coura – o Projecto OUSAM – no qual as crianças assumem um papel mediador e animador em actividades intergeracionais.
Autores: Fernando Ilídio Ferreira;
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A presente comunicação tem por base a participação dos autores no projecto europeu EU Kids On-line. Com esta reflexão pretende-se, em primeiro lugar, propor e discutir o modelo adoptado pelo presente projecto para o estudo comparado dos usos da Internet e dos novos media, considerando o país tanto como “objecto de estudo” como enquanto “unidade de análise”, contribuindo, desta forma, para delinear algumas coordenadas possíveis do campo de investigação que se tem vindo a constituir em torno do tema em apreço. Em segundo lugar, propomo-nos ilustrar o modelo apresentado tomando como base o estudo comparado preliminar (a três países), já efectuado. Finalmente, pretende-se discutir as lacunas detectadas a partir da comparação em curso e apontar eventuais reformulações para futuros programas de pesquisa.
Autores: Maria Cristina Mendes da Ponte; Cristina Ponte; José Alberto Simões;
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Nos últimos tempos temos assistido, como aponta Livingstone (2002), a uma mudança do público para o privado na vida dos mais jovens, o que se relaciona, por uma lado, com o declínio da "cultura de rua" e a retirada para a casa ou o apartamento, em especial, em contextos urbanos, por outro lado, com o declínio do convívio familiar em torno da televisão e a emergência da "cultura do quarto de dormir". Através de dados de dois inquéritos, um efectuado face-a-face e outro realizado na Internet, queremos demonstrar em que moldes essa "cultura do quarto de dormir" tem emergido entre os jovens portugueses. Pretende-se também ligar estas questões a outras mais gerais sobre o significado do estatuto de "jovem" e do estatuto da família.
Autores: Rita Espanha; Gustavo Cardoso ; Rita Espanha ; Tiago Lapa;
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Esta comunicação pretende reflectir sobre o modo como a questão espacial tem sido abordada pelas ciências sociais, mais particularmente, pela sociologia. Tendo por base uma série de estudos empíricos e teóricos que temos vindo a desenvolver, tentaremos desmontar algumas das concepções que perspectivam a produção social do espaço a partir de sistemas analíticos demasiadamente abstractos e hierarquizados em segmentos escalares (por ex.: do local ao global). Para tal, avançamos com uma proposta analítica que enquadra o espaço social não como um mera composição a diferentes escalas, mas como um campo de tensões no qual os vários segmentos que o constituem tanto se colidem, como se associam. Uma dessas tensões é precisamente a que resulta do confronto entre os diferentes tipos de mobilidade e a incessante construção de ‘novas’ espacialidades.
Autores: Renato Miguel Emídio do Carmo; Renato Miguel do Carmo;
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788 - Experiência de Participação Pública nos Conselhos Municipais de Saúde no Brasil
Os conselhos de saúde são mecanismos legais e institucionais de controle social da política de saúde no Brasil, que têm a sua organização e funcionamento iniciado com o processo Constituinte de 1988 e com as leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde. São fóruns e espaços democráticos de decisão e participação social na construção da política nacional de saúde, de forma deliberativa. Passado os vinte anos de constituição legal dos conselhos de saúde, é hora de analisar, por meio deum balanço crítico, a qualidade da participação pública nos conselhos de saúde. Nesta perspectiva e de acordo com pressupostos democráticos partimos a analisar, em um estudo qualitativo, qual o papel político dos conselhos de saúde. A análise envolveu dezessete conselhos municipais da Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal ( RIDE-DF), onde se avaliou a qualidade formal e política da participação pública nestes conselhos municipais de saúde. As referências foram as teses sobre a democracia participativa discutidas nos pressupostos teóricos desenvolvidos por Boaventura Sousa Santos, na perspectiva crítica de Reinvenção da Emancipação Social.
Autores: Márcio Florentino Pereira;
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261 - FESTAS TRANCE: EVENTO, ORDEM SENSORIAL, MOBILIDADES
Local e global tendem a ser caracterizados como domínios distintos e relativamente autónomos, sujeitos a dinâmicas diversas: o primeiro constituir-se-ia como um reino marcado pela co-presença e pela consequente marca de intensidade das relações sociais, o segundo pela mobilidade das pessoas postas em relação e pela consequente fluidez dos respectivos contactos. Dicotómicas, as relações entre tais domínios seriam assim caracterizadas por uma mera lógica de fronteira. Através da análise etnográfica de uma festa trance – evento de música electrónica, comummente designado por rave, com ocorrência em lugares afastados de centros urbanos – argumentar-se-á que não só a intensidade relacional não é exclusiva de uma co-presença prolongada – ela pode, pelo contrário, resultar da mobilidade – mas também que a realização de uma festividade deste tipo resulta não da oposição entre ‘local’ e ‘global’ mas da cooperação entre um nível e o outro.
Autores: Luís Maria Chaves de Almeida e Vasconcelos; Luís Almeida Vasconcelos;
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795 - Homens que vendem sexo em Portugal
Em Portugal, a visibilidade da prostituição masculina é muito reduzida. Em primeiro lugar, sabe-se que existem determinantes que modelam a entrada e a permanência na venda de sexo, nomeadamente a toxicodependência, o abuso sexual, as questões da identidade sexual e a natureza das práticas sexuais com os clientes. Este tipo de oferta sexual existe em dois grandes locais no nosso país: os Classificados de jornal e da Internet; e as ruas (principalmente nas grandes cidades); Assim, e com o objectivo de conhecer melhor esta realidade em Portugal, e por razões de facilidade de acesso aos trabalhadores sexuais, desenvolveu-se um estudo junto dos homens que oferecem o seus serviços através da Internet. Neste sentido, foram tratados os conteúdos dos anúncios de 72 homens trabalhadores sexuais. Este estudo apresenta-se apenas como uma primeira abordagem ao estudo dos trabalhadores sexuais em Portugal e assume-se como um ponto de partida para investigações mais aprofundadas, nomeadamente aos seguintes níveis: a exploração da qualidade das relações interpessoais, a psicopatologia, a exclusão social, a discriminação e a falta de suporte social, a dinâmica psico-sócio-económica da carreira dos trabalhadores sexuais masculinos, as práticas sexuais e a exposição ao risco de infecção por DST’s, a toxicodependência, etc.
Autores: Henrique Pereira;
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A mobilidade internacional dos cientistas é um exemplo recorrentemente mobilizado quando se discute temas como a migração de quadros qualificados, a atracção das “cidades criativas”, os desequilíbrios mundiais da globalização, a ascensão do cosmopolitismo. Mas mais além das questões clássicas das trajectórias (pontos de origem e de destino) e justificações (factores de push e pull) da mobilidade, é pertinente explorar as ligações que os cientistas que partem mantêm com o país e o sistema científico de onde procedem. São as redes que se tecem entre investigadores expatriados e colegas e instituições no sistema de origem que permitirão a transferência de conhecimento, a formação de parcerias e a mesmo a circulação de recursos humanos (envio de estudantes para o estrangeiro, retorno de investigadores experientes). Assim, com base numa investigação em curso sobre os investigadores portugueses no estrangeiro, procurar-se-á explorar à natureza, frequência e finalidades dos contactos com o sistema científico português.
Autores: Ana Delicado;
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561 - Mediação no uso da Internet por crianças e jovens: Contornos do problema
A utilização das novas tecnologias por crianças e jovens tem levantado questões sérias e complexas, tanto a nível social como educacional. A relação entre riscos e oportunidades de estar online suscita um dilema: como proteger as crianças e jovens de novos perigos, sem impedir o acesso a uma ferramenta indispensável na sociedade actual? A questão diz respeito aos pais e à escola mas, apesar de estar instalada no meio académico, continua pouco definida. Neste contexto, a pressão exercida pela comunicação social parece estar a formatar o problema de uma forma bastante poderosa e a gerar estratégias de reacção pouco claras. É esta problemática que se propõe abordar nesta comunicação, discutindo, através da análise de casos, alguns dos seus contornos.
Autores: Ana Francisca da Cunha Monteiro; Ana Francisca Monteiro; António José Osório;
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98 - Movimentos da imagem no Graffiti. Das ruas da cidade para os circuitos digitais
O graffiti é uma forma expressão visual, com as suas convenções, técnicas e materiais, vinculada a uma cultura com mais de três décadas de história. Das suas origens o graffiti que encontramos actualmente mantém uma série de princípios, regras e modelos de conduta, todavia, revela-se cada vez mais uma cultura em mutação, permeável aos circuitos globais e às inovações tecnológicas. As tecnologias de registo e tratamento de imagem, nomeadamente de natureza digital, foram apropriadas pelos protagonistas desta prática cultural que usam estes recursos de forma criativa, induzindo alterações importantes no modo como esta comunidade se estrutura e atribui sentido às suas produções culturais. Esta é uma transformação com repercussões evidentes ao nível do estatuto da imagem, que se reproduz e multiplica, que se funde com novos suportes e conteúdos, migrando para outros media e territórios de comunicação. A desmaterialização da imagem comporta uma reformulação das práticas uma nova condição para imagem-graffiti. Argumento que o graffiti representa, deste modo, um bom exemplo da cultura visual contemporânea. Uma linguagem de natureza global, tecnologicamente mediada, suportando conteúdos híbridos e em constante mutação, na intersecção de diferentes territórios comunicacionais (Banda Desenhada, Desenhos Animados, Fotografia, Televisão e Cinema, Artes Plásticas, etc.).
Autores: Ricardo Marnoto de Oliveira Campos; Ricardo Campos;
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199 - O Jogo,a Internet e o Mundo das Crianças
Para as crianças mais jovens, a literacia computacional e o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação na escola são quase sempre precedidos de uma aprendizagem informal, em casa e com os amigos. Estamos perante um novo conceito de literacia, que junta e integra imagens, sons e palavras, símbolos visuais e artefactos. O nível de conhecimento exigido para lidar com esta nova realidade parece a muitos educadores muito complexo. Por que é que às crianças não parece? A maioria das crianças são muito práticas, querem experimentar e explorar. Na realidade, elas fazem isso com uma finalidade que não é exactamente a mesma que os adultos valorizam, fazem-no para seu prazer, para brincar e jogar. E uma característica interessante desse brincar é que ele é também uma aprendizagem, um conhecimento, uma experiência natural da vida. Neste sentido, é preciso que os educadores conheçam a cultura infantil e tentem perceber o que é que as crianças descobrem através dela. Esta comunicação resulta do trabalho que tem vindo a ser realizado, no âmbito de um programa de doutoramento, com crianças entre os 7 e os 10 anos de idade em contexto escolar e com os educadores/as que com elas convivem diariamente
Autores: Maria José Araújo; Maria José Araújo ;
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495 - O sentido procedimental / procedural dos assistentes sociais com os utentes
Esta comunicação resulta de um projecto de investigação etnográfica desenvolvido em Portugal Brasil e Canadá sobre o saber de acção profissional dos assistentes sociais. Aborda os repertórios de actos profissionais e seus princípios orientadores, que permitem enfrentar os problemas da acção e se constituem como plataformas provisórias que asseguram confiança a energia para o “querer” agir profissional. Os arranjos profissionais destes actos, são definidos (re) inventados e ajustados num fluxo de actividade sem fronteiras delimitadas, administram processos de difícil codificação e formalização quer pela complexidade da acção e seus contextos quer pela uso do saber tácito, com as suas componentes de experiência e de estruturas inconscientes, numa tensão permanente entre afectos, emoções e valores, intrínsecos às características teleológica, normativas e relacionais e por isso dramatúrgicas da acção. São ainda abordadas as perturbações e os princípios de saber nas interacções com grupos sociais cujo poder, voz, recursos e energia estão enfraquecidos devido a situações de exclusão e fragilidade social.
Autores: Berta Pereira Granja; Berta Granja;
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570 - Os Blogues como Contexto de Participação Juvenil
Apresentam-se os resultados de um trabalho de pesquisa com jovens que envolveu a construção colectiva de um blogue com objectivo é propiciar a participação cívica e política a partir da discussão de assuntos correntes. O projecto emergiu da constatação da relevância da Internet na vida dos jovens e do reconhecimento de que, apesar das potencialidades deste média, a sua utilização como forma de participação cívica e política é ainda escassa. O projecto iniciou-se com a realização de um grupo de discussão focalizada sobre a relevância dos média e, em particular, da Internet. Envolveu, depois, a construção de um blogue com os jovens e a sua animação por um período de cerca de quatro meses.
Autores: Ana Bela Ribeiro; Isabel Menezes;
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308 - Redes, Internet e hip-hop: redefinindo o espaço dos fluxos
A progressiva desvinculação dos fenómenos e das relações sociais do espaço, desencadeada pela intensificação do processo de globalização, tem conduzido a leituras que tendem a “esvaziar” o espaço dos lugares, onde as práticas supostamente se deveriam inscrever. A proposta que aqui se faz é a de examinar esta tese à luz de uma investigação realizada nos últimos anos (2003-2006), sobre a chamada cultura hip-hop em Portugal. No estudo realizado, procurou-se analisar o hip-hop não só como um fenómeno que se configura em torno de lugares específicos (contextos, práticas, protagonistas), construindo desta forma um dado universo cultural, mas também averiguar como este se prolonga e emerge na Internet, através das redes e dos circuitos que se constituem em torno das diferentes manifestações desta cultura. Tal análise permitiu-nos questionar até que ponto o espaço se “desterritorializou” ou, dito de outro modo, em que medida os fluxos “anularam” os lugares. Na verdade, e como veremos, entre os lugares, os fluxos e as redes, estabelece-se uma dinâmica interactiva e complexa, que deve ser examinada e que, em última instância, permitirá reabilitar a própria importância do espaço na análise sociológica.
Autores: José Alberto de Vasconcelos Simões; José Alberto Simões;
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780 - The female prostitute as “the other”
The unconventional character of sex work often engenders images of prostitutes as being anomalous persons. The professional activity then is believed to affect all aspects of life and personality of the (female) sex worker. Inversely, the conviction may exist that just specific types of women, with certain physical and mental characteristics, will enter this trade. The notion of the female prostitute as the Other was particularly powerful in western thought at the end of the nineteenth century and the beginning of the twentieth century, and in our paper the ideas of that period about the “otherness” in its various layers will be explored. This period was also the zenith of imperialism, the domination of Other people and inherently the sexual encounter of occidental men with oriental and African women. The images of these “exotic” women and the practice of prostitution in a colonial context will be an additional topic in this paper, to be related with the ideas in Europe about sex work.
Autores: Maria Johanna Schouten;
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Com a expressão white slave traffic – tráfico de escravas brancas designava-se no final do século XIX e o início do XX, a prostituição coerciva e o tráfico com este fim de meninas e mulheres. A preocupação para com este fenómeno teve origem na Grã-bretanha, mas espalhou-se rapidamente por toda a Europa e os Estados Unidos. Hoje em dia, a maioria dos historiadores concorda com a ideia de que a preocupação para com o white slave traffic ia muito para além de qualquer tráfico de mulheres que possa realmente ter ocorrido. Apesar disso, o ‘tráfico de escravas brancas’ é a origem da forma como entendemos hoje o tráfico de seres humanos, e da legislação contemporânea relacionada com o tráfico de mulheres. Alguns autores até chegaram a falar, em relação à preocupação contemporânea para o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, de uma re-emergência do pânico da white slavery’, apontando para uma interessante coincidência entre os dois fenómenos relativamente às retóricas utilizadas nas campanhas bem como nas medidas políticas adoptadas. Numa altura em que em Portugal, na sequência do grande interesse e preocupação que o fenómeno de tráfico de pessoas tem suscitado na União Europeia e no mundo, temos vindo assistir a um cada vez maior enfoque mediático e político sobre este assunto, achamos importante reconstruir a genealogia da noção de tráfico, evidenciando a sua inicial ligação com as campanhas abolicionistas da prostituição, a moralidade vitoriana, e o incremento da migração autónoma feminina dos finais do século XIX.
Autores: Lorenzo Bordonaro; Filipa Alvim ;
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Procura-se, nesta comunicação, realizar uma avaliação crítica de várias iniciativas de Orçamento Participativo. Partindo de uma análise comparativa das iniciativas seleccionadas, privilegia-se a identificação de sistemas alternativos de accountability (prestação de contas) de “alta intensidade” no domínio da gestão e planeamento urbano, também designadas pelas instituições e pelos actores sociais nela envolvidos como formas de controlo social, e a avaliação da forma como, a partir de contextos específicos, se promovem novas formas de conhecimento e de capacitação no domínio da participação cidadã orientados para a redução das desigualdades e a resposta às formas de vulnerabilidade. A investigação que sustenta a comunicação está integrada no projecto ResIST (Researching Inequality through Science and Technology), financiado pela Comissão Europeia. Este projecto tem como objectivo geral compreender o modo como a Ciência e a Tecnologia podem contribuir tanto para a mitigação como para o aprofundamento de desigualdades sociais em diferentes contextos sociais. Os casos a apresentar cobrem um leque de situações e processos desenvolvidos em dois continentes (Europa e América Latina) e três países (Portugal, Espanha e Brasil), mais especificamente, reportam-nos às experiências de São Brás de Alportel, Sevilha e Belo Horizonte.
Autores: Ana Raquel Borges Barros de Matos; João Arriscado Nunes; Marisa Matias; Ana Raquel Matos; Daniel Neves ;
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Originários de um processo alargado de participação pública associado ao debate constitucional brasileiro na década de 1980, os Conselhos de Saúde emergem como espaços institucionais de participação e deliberação, promovendo a criação de uma responsabilidade colectiva entre os múltiplos actores – estatais e da sociedade civil - intervenientes no Sistema Único de Saúde. Partindo de uma concepção de prestação de contas fundada num “controlo social” da Sociedade Civil sobre o Estado estes conselhos permitem a emergência de construções distintas de Estado e Sociedade Civil, transformando o relacionamento que entre eles se estabelece. A sua arquitectura institucional, que se baseia numa composição paritária entre representantes da sociedade civil (50%) e representantes dos órgãos institucionais e trabalhadores (25% cada) e que se configura como um espaço exemplar no plano dos órgãos de decisão no domínio da saúde pública, permite aos Conselhos de Saúde assumirem-se como experiências que ilustram tanto a riqueza como os dilemas da democracia participativa.
Autores: Daniel Neves da Costa; João Arriscado Nunes; Marisa Matias; Daniel Neves; Ana Raquel Matos;
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Identidades, Valores e Modos de Vida
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Neste artigo, é apresentada a comunidade piscatória da Nazaré, uma vila piscatória no centro litoral de Portugal. A Nazaré, desde o princípio do século XX apresentada ao mundo como a mais típica praia portuguesa devido à imponente paisagem física e ao exotismo da paisagem humana, é aqui revelada nos seus aspectos menos visíveis, e que mostram a importância do mar como arquétipo estruturante da vida e cultura nazarenas : uma organização social e uma dinâmica familiar em que a mulher assume o comando; uma mundivisão marcada pela nítida separação entre o mar e a terra, que se estende da divisão da divisão sexual do trabalho aos mitos de origem.
Autores: José Maria dos Santos Trindade; José Maria Trindade;
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70 - A Identidade como Sacrifício
O processo identitário, na contemporaneidade, assume uma índole fundamentalmente diferente da identidade moderna. A identidade pluraliza-se ao mesmo tempo que se constrói de acordo com práticas simbólicas alargadas. Ela caracteriza-se, não tanto pela descoberta de si, como pela produção e invenção de si. Esta comunicação propõe-se examinar a identidade contemporânea segundo a figura do sacrifício. Examinando as afinidades entre ambos os conceitos e singularizando as modalidades sacrificiais da identidade, sugere-se que a identidade e o sacrifício partilham a mesma lógica estrutural de perpetuação da relação social. A identidade deve ser compreendida não tanto como projecto individualista e privado mas um projecto reflexivo de cariz público que faz da dimensão pessoal e da dimensão colectiva fronteiras permissivas da sua definição no indivíduo hodierno.
Autores: Samuel Mateus;
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285 - A invisibilidade social, uma perspectiva fenomenológica
No império visual da sociedade ocidental contemporânea ser invisível tende a significar ser inexistente ou insignificante. Este sentimento de invisibilidade é provocado pelo não-reconhecimento de outrem sendo esta atitude um produto da cultura e do passado biográfico daquele que-não-vê. Existem duas possibilidades para que um individo seja invisível quando na realidade objectiva é físicamente visível. Por um lado pode ser o resultado de um acto voluntário. Por outro lado pode ser a consequência de uma intersubjectividade constituinte, o que implica que o acto de “não-ver” é uma perspectiva colectiva e partilhada dando origem a uma alteridade invisível
Autores: Julia Catarina de Sá Pinto Tomas; Júlia Catarina de Sá Pinto Tomás;
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443 - As Artes e Ofícios Tradicionais na Contemporaneidade – Práticas (in) Populares?
Uma análise das culturas populares recomenda que nos desfaçamos da suposição de que os seus espaços próprios sejam comunidades isoladas de agentes modernos – indústrias culturais, turismo, relações económicas e políticas com o mercado nacional e transnacional de bens simbólicos – que as configuram. O artesanato, na forma como ele é pensado, produzido e consumido assume-se como ferramenta crucial para o estudo da (re)formulação da cultura, permitindo-nos problematizar como os sectores populares aderem e procuram a modernidade, misturando-a nas suas tradições. Partindo da análise comparativa de dois contextos classificados “Património da Humanidade” – Alto Douro Vinhateiro e Centro Histórico do Porto – este artigo procura desvendar o(s) modo(s) como o processo artesanal se transforma, reformulando modos de produção, consumo e representação simbólica, adequando-a a uma paisagem cultural em constante reestruturação. A (re)conceptualização das transformações globais do mercado simbólico deverá levar em conta os cruzamentos e a natureza híbrida destes processos.
Autores: Denise Gayou Lima Reis Esteves; Denise Gayou Lima Reis Esteves ;
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403 - Auto-ajuda e gestão do comportamento e das emoções
A comunicação que aqui se apresenta é uma aproximação ao arquétipo de ser humano produzido pela literatura de auto-ajuda. Como tal, num primeiro momento, analizar-se-á o modelo de gestão do comportamento e das emoções contido em diferentes publicações deste género, tendo em conta os valores e os argumentos propostos para uma adequada regulação da conducta e dos afectos. A literatura de auto-ajuda, desde a segunda metade do século XX, possuí uma função análoga à desempenhada pelos manuais de urbanidade tradicionais no marco do processo da cilivização; nomeadamente, a configuração da estrutura anímica e condutual nos seus leitores. Esta análise será desenvolvida seguindo os pressupostos teóricos de Norbert Elias (1897-1990). Num segundo momento, propõe-se uma caracterização das bases sociais (racionalidade política e relações com o Estado-Providência e o mercado) deste arquétipo humano a partir das contribuições dos teóricos neo-foucaltianos da ‘governamentalidade’ (governmentality).
Autores: Fernando Ampudia de Haro;
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181 - Brasília: uma história contada
“Brasília: uma história contada” é resultado de pesquisa desenvolvida sobre as imagens, os significados e as representações construídas sobre a capital federal a partir de entrevistas com diferentes segmentos sociais representativos da cidade. Neste artigo destaca-se as entrevistas realizadas com um grupo social específico – os escritores brasilienses -, tendo em vista a arte literária apresentar-se como expressão privilegiada para a compreensão do imaginário social. Cidade nova, Brasília tem sido inspiração de vários autores que a retratam por meio de diversas formas literárias: poesias, contos, crônicas, romances e ensaios. Escritores que tiveram oportunidade de estar presente em vários momentos de sua história e que são fontes orais importantes para recuperar a memória coletiva da cidade desde a sua criação, reconstruindo as formas de interação social, os valores e as identidades sociais.
Autores: Maria Salete Kern Machado;
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712 - CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ: MEMÓRIAS DE UMA UTOPIA COMUNISTA NO NORDESTE BRASILEIRO
Na formação da sociedade brasileira há confrontos entre organizações de trabalhadores rurais e forças repressivas do Estado, nos quais destaco a experiência do Caldeirão – CE, 1926 – 1936. O confronto que se materializou em invasão, mortes e destruição do Caldeirão, seria marcado nas distintas versões memoriais que explicam o mundo social. O objetivo da comunicação é discutir os confrontos de memórias nas quais o Caldeirão se constitui para os remanescentes como uma irmandade, “um céus na terra”, e para o Estado como uma célula comunista.
Autores: Domingos Sávio de Almeida Cordeiro;
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138 - Datas e Práticas Festivas no(s) Espaço(s) Público(s) Lisboeta(s) (1974-2005)
Atendendo ao actual contexto de globalização e com ele ao (re)nascimento de uma profusa e constante “necessidade” de as comunidades se (re)afirmarem, esta comunicação visa dar uma retrospectiva e reflectir sobre o modo como têm sido vividas e dinamizadas certas datas comemorativas de carácter político, cultural, e religioso (católico), no(s) espaço(s) público(s) lisboeta(s), nas últimas décadas. Tendo em consideração as entidades promotoras dos festejos, o tipo de práticas empreendidas, os contextos temporais e espaciais da sua realização, tentar-se-á apreender as memórias sociais e espaciais que têm (re)emergido em tais datas, algumas das sociabilidades suscitadas pelas mesmas, e por fim, a urbanidade que estes quadros comemorativos têm assumido na cidade de Lisboa. Os eventos político-culturais estudados respeitam às comemorações do 25 de Abril, do 1.º de Maio, do 10 de Junho, do 5 de Outubro, e do 1.º de Dezembro. Os eventos de cariz cultural concernem aos desfiles de Marchas Populares (promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa e por outras entidades). Quanto aos eventos católicos estes reportam-se a práticas religiosas despoletadas em datas importantes do calendário católico universal, nacional, regional, e local (ou seja, celebrações da Quaresma, da Semana Santa, da Solenidade do Corpo de Deus, de padroeiros, marianas, etc.).
Autores: Patrícia Alexandra Pascoal Rodrigues;
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339 - Desafios Identitários Associados ao Internamento em Lar
Este estudo qualitativo de um Lar, pretendeu avaliar os efeitos específicos que a instituição produz sobre a identidade dos internados. Partindo do princípio de que o processo de internamento pressupõe perda de autonomia, a ruptura com os modos de vida anteriores e com a sua residência, importa perceber se, e até que ponto, a instituição do Lar poderá contribuir para a "mortificação do eu" ou preservar, e até reforçar, a sua estrutura identitária. Através da observação participante e de entrevistas semi-estruturadas, procurou-se analisar a instituição tal como os idosos a experienciam. Destacando o conceito de "carreira", foram analisadas várias etapas de integração dos indivíduos ao Lar e suas estratégias adaptativas. Várias estratégias identitárias foram mobilizadas pelos idosos, desde o retraimento sobre si próprio à intransigência para com a instituição, passando pela instalação, conformização, assimilação e conversão até à diferenciação. Face à rigidez de horários e regras quotidianas, à devassa de privacidade e intimidade, à ausência de espaços privados, à imposição de actividades triviais, ao progressivo afastamento de papeis e funções que asseguram o sentimento de utilidade social, ao empobrecimento dos relacionamentos…o lar pode contribuir para uma progressiva ameaça à identidade pessoal e social dos indivíduos e conduzi-los à sua morte social.
Autores: Joana Madalena Tavares Martins Guedes; Joana Guedes;
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Pretendemos partilhar e colocar à discussão os resultados da análise realizada aos dados do Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF), de 1967 a 2006, e da Eurostat (1999). Através dela actualizamos e identificamos o que mudou ao nível das estruturas de consumo em Portugal (Continente e Região Norte), e contextualizamos a estrutura do orçamento familiar em Portugal relativamente às suas congéneres europeias. Esta análise insere-se no projecto de doutoramento que tem, ainda, como objectivo enquadrar o cruzamento da pluralidade disposicional e da sociologia dos indivíduos atendendo a quadros/cenários de interacção. O enquadramento teórico que sustenta a análise do consumo enquanto prática social engloba os contributos da sociologia clássica em termos de consumo, designadamente Bourdieu, Elias, Kaufmann e Veblen e os defensores da sociologia do indivíduo, nomeadamente Goffman, Lahire, Featherstone e Bauman, entre outros. Ancorados nestes contributos discutiremos a unicidade e heterogeneidade do habitus e os conceitos de reflexividade e identidade. Os resultados parciais obtidos até ao momento confirmam uma das grandes teses da sociologia do gosto e dos estilos de vida. A reorganização das rubricas de consumo, em função do gosto influenciado pela necessidade e do gosto pelo exercício da distinção deliberado, torna-as ainda mais discriminativas. Um conjunto de hipóteses laterais, resultantes da investigação empírica, centra-se na capacidade de reflexão e de mudança do orçamento familiar.
Autores: Isabel Maria Fernandes da Silva Cruz;
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O presente trabalho aponta o surgimento dos movimentos Punk e Hip Hop, na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil, no final dos anos 70 e início dos anos 80, enquanto criação original de um espaço de atuação social e política, por parte de setores excluídos da população (jovens das periferias) e ao mesmo tempo registra suas cosmovisões, suas análises da cidade e do mundo, revelando suas intervenções no campo do social, suas formas de se organizar e sua criação enquanto sujeitos históricos. Suas letras são utilizadas para apontar como a manifestação musical aos poucos se tornou elemento de substantivação da experiência juvenil e de sua intervenção sócio-política-cultural, uma das mais marcantes na cidade de Fortaleza hoje em dia
Autores: Francisco José Gomes Damasceno;
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177 - Identidades Fracturadas: Consumidores e Abstinentes de Droga em Meio Universitário
O uso de “drogas” ilícitas tem sido enclausurado na esfera do privado ou para uma territorialidade semi pública. Esta investigação em estudantes do ensino superior em Portugal relaciona representações sociais e práticas de uso de drogas. A análise de correspondências Múltipla (ACM) e a análise dos resíduos ajustados das tabelas de contingência evidenciam elevada consistência entre práticas de consumo de cannabis, tabaco, heroína ou cocaína e imagens simbólicas associadas a hedonismo individual – prazer, bem como a locais de lazer , necessidade de políticas públicas de intervenção – acção política e a rituais de uso ou a substâncias. Entre os abstinentes as associações à palavra “droga” situam-se em simulacros de anomia, moral e julgamento, dependência e a morte. A circularidade em mimesis das métaforas atribuídas à “droga” por consumidores em oposição a não consumidores revelam elevada consistência interna na reprodução das representações nas segundas e terceiras evocações à palavra droga. Num contexto de reflexividade social a elevada dissonância cognitiva entre consumidores e não consumidores amplifica códigos fracturantes de comunicação, codificando práticas de consumo a contextos e universos silenciosos de “insiders”.
Autores: Maria Vitória Graça Pinto Guerra Mourão; Maria Vitória Mourão;
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254 - Juventude, juventudes: pelos outros e por elas mesmas
Com base em dados da pesquisa "Juventude, juventudes: o que une e o que separa", realizada pela Unesco, em 2004, trabalho que inaugurou, no Brasil, a incorporação da faixa etária de 25 a 29 anos nos estudos sobre as juventudes, o artigo busca contrapor os diversos modos como os jovens são vistos socialmente (modos estes considerados fundamentalmente depreciativos, porque produto de uma sociedade “adultocrata”) com as também múltiplas visões que eles têm de si próprios, percepções estas que sinalizam, entre uma série de outros aspectos positivos, que tal estrato populacional se encontra impregnado de otimismo tanto com o seu presente quanto com o seu futuro. Argumentando que vivenciar a condição juvenil não é tão-somente ser/estar na moda, os autores reivindicam um espaço para as juventudes nas sociedades contemporâneas que, para além da esfera meramente estética, também implique em sua participação numa dimensão sobretudo ética.
Autores: Luiz Carlos Gil Esteves; Luiz Carlos Esteves; Miriam Abramovay;
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Pretende-se problematizar o(s) lugar(es) do museu no imaginário social – seus sentidos nas representações coletivas. Investigar esse lócus museal enquanto espaço institucional-simbólico porque nele imaginários engenham-se. Ao concebê-lo como lugar mental – porquanto espaço imaginário sem fronteiras que nos apodera e é por nós apoderado – é plausível questionar repercussões nas formas representativas e identitárias a fim de considerar a experiência ou prática museológica em face da variedade sociocultural das coletividades que pretende envolver. Far-se-á a aproximação a partir do que instiga a reflexão de Malraux: ao propor uma concepção de museu enquanto lugar mental. Espaço imaginário sem fronteiras que nos habita. Uma vez que nosso espírito retém formas por nós admiradas. Mas é também capaz de abarcar aquelas que afastamos ou rejeitamos. Logo, essa idéia do lugar do museu no imaginário dilata-se. Ao comportar memórias em (e por) nós contidas. Não seria mais museu conformado (ou até deformado?) por reproduções, mas estaria para além, porque se pode concebê-lo mentalmente e discutir quais afetos e/ou desafetos estão imaginariamente nele investidos? Esta comunicação apóia-se em projeto de pesquisa em desenvolvimento.
Autores: Helena Ponce Maranhão; HELENA PONCE MARANHÃO;
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349 - O discurso de Estado como reflexo do confronto entre teorias de representação social do poder
Com que teorias do poder se estão a confrontar neste início de século os Estados? Que tipo de teoria da organização ou compreensão social está a potenciar os valores com mais sucesso no processo de socialização? Os que potenciam os valores de cidadania e de entendimento de bem comum universal dos indivíduos ou pelo contrário os que insistem num entendimento realista do processo de racionalização social baseado na ideia de interesse?
Autores: Isabel Salema Morgado;
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348 - O Transporte Universitário e a Constituição da Identidade Estudantil
A Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sediada na cidade de Sobral, no estado brasileiro do Ceará, congrega mais de 6000 alunos oriundos de pelo menos 54 cidades circunvizinhas a Sobral. A origem dos estudantes traz uma situação peculiar à vivência da condição estudantil nesta universidade: a dos jovens que, para freqüentar as aulas, viajam diariamente em ônibus alugados. Os transportes universitários, dependendo da duração do percurso (até 3 horas de viagem), tornam-se espaços onde tomam lugar o lazer, o debate, os estudos, as amizades, os namoros e o uso de drogas lícitas ou ilícitas. Tomando os ônibus como campo empírico, analiso, a partir de notas etnográficas e entrevistas, o modo como as práticas e as sociabilidades estabelecidas nesses espaços conferem sentido ao ser estudante universitário e transformam em lugar (identitário, relacional e histórico) o meio de transporte que, de acordo com Marc Augé, seria um exemplo de não-lugar, ou seja, ponto de passagem, destinado à individualidade solitária, ao provisório, ao efêmero e por isso mesmo desprovido de todas as referências que caracterizariam os lugares.
Autores: Isaurora Claúdia Martins de Freitas; Isaurora Cláudia Martins de Freitas;
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531 - QUE VIDA VIVER? UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DA FELICIDADE
Esta comunicação pretende apresentar resultados de uma investigação desenvolvida no âmbito de Mestrado. Apresenta a felicidade enquanto representação social, condicionadora das práticas dos actores sociais. Foram identificadas e analisadas as dimensões estruturais, socioculturais e individuais com influência na valorização da felicidade e na estruturação de projectos de vida. A metodologia seguida privilegiou uma articulação entre uma abordagem macro, a partir de indicadores estatísticos quantificáveis, com uma análise centrada nas trajectórias dos actores individuais, recorrendo essencialmente a entrevistas sociológicas em profundidade. Foi construído um modelo de análise original para este objecto de estudo que orientou toda a pesquisa. Nesse sentido, foi possível aceder à compreensão dos processos sociais associados à construção da ideia de felicidade, à identificação dos valores transversais e também às expectativas, significados e sentimentos que orientam a acção.
Autores: Ana Roque Dantas;
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Considerando que a psicologia moral refere-se a valores inter e intrapessoais, realizou-se estudo sobre os valores preferidos pelos universitários. Foram inquiridos 148 sujeitos de Psicologia de uma universidade pública paulistana. Aplicou-se questionário, contendo questões, tais como: os valores que eles julgam serem prezados pela maioria dos universitários; o que eles mudariam e valorizam mais e menos neles próprios; do que tem mais medo e aspectos julgados necessários para serem felizes. Os resultados indicam que a maioria dos sujeitos prioriza valores privados e ligados à glória; não há discrepância em função do sexo; a maioria, independentemente da idade, opta por valores privados; conforme o poder aquisitivo é menor, aumenta o número de sujeitos que prioriza formas de glória, como prestígio econômico; as estudantes valorizam mais a amizade e a beleza. Conclui-se que os sujeitos estão mais preocupados com o Eu; aspecto contrário para o exercício da Psicologia (preocupação com o outro).
Autores: Nelson Pedro-Silva;
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598 - TRADIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO: Uma reflexão sobre as influências do Global no Local
Pretende-se refletir sobre questões relativas à tradição pesqueira, as mudanças ocorridas e os conflitos decorrentes destas, em uma vila de pescadores do litoral do Estado do Rio Grande do Norte. Trata-se de uma comunidade pesqueira que tem sofrido um processo de “modernização” em decorrência da pressão exercida em um mercado cada vez mais globalizado e pelo Capital que resulta do investimento turístico planejado e não planejado. Pretende-se também mostrar a especificidade das resistências locais, as mudanças, os conflitos, as redes de solidariedade e, enfim, as tensões entre saber tradicional e a insurgência de uma necessidade da reinvenção das tradições.
Autores: Winifred Knox; winifred knox;
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Mercados, Emprego e Desemprego
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Num momento em que o desemprego apresenta níveis bastante elevados é pertinente perceber se o fenómeno atinge de forma homogénea toda a população em idade activa ou se existem grupos mais vulneráveis em função, da idade, do sexo e do nível de instrução. O objectivo do estudo é a análise da evolução do emprego e desemprego em Portugal entre 1998 e 2004. Com base em análises logit aos Inquéritos ao Emprego dos 4os trimestre de 1998, 2000, 2002 e 2004, da responsabilidade do INE, verifica-se que o desemprego é superior nas mulheres face aos homens, atinge com maior incidência jovens e indivíduos de baixos níveis de instrução; no entanto atinge também níveis preocupantes entre indivíduos mais qualificados.
Autores: José Manuel Gameiro Rebelo Santos; José Rebelo Santos; Maria Filomena Mendes;
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206 - Entering the Occupation: the case of law and management graduates
This paper examines search strategies of law and management graduates and employers’ selection practices. It examines whether universities and social networks enhance graduates’ outcomes at entry-level positions. It draws on research conducted in 2005 involving graduates from three universities in Porto, in addition to business organisations and law firms. Interviews with graduates revealed different strategies to enter the occupation. Interviews with employers and senior lawyers in a range of organisations indicate that the widespread use of the university as a main selection criterion goes along with market closure practices. Prospective lawyers depend mostly upon contacts to find the mandatory internship, however, when applying to important law firms the university and grades dominate. Among management graduates, the university plays a key role in shaping access to the labour market. Management graduates seem prone to apply to large national or multinational companies, which favours organizations’ stringent selection strategies. At entry-level positions, the university seems to influence pay levels, work satisfaction in addition to career expectations. Increased participation in higher education has led to changes in occupations, but the outcomes of a university degree vary according to the university. In some cases, entering an occupation may represent a chain of precarious work experiences.
Autores: Maria Isabel de Castro Guimaraes; Isabel I. C. Guimaares;
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Esta comunicação apresenta os resultados preliminares do estudo ‘Globalização e Relações Laborais em Portugal’, que se baseiam na análise de dados estatísticos, literatura existente e entrevistas exploratórias realizadas com dirigentes sindicais e patronais dos sectores têxtil, automóvel, banca, telecomunicações e hotelaria e restauração. Estas entrevistas pretenderam colocar em confronto e reflectir sobre as transformações no sistema de relações laborais, decorrentes dos processos de globalização, com os vários actores sociais.
Autores: Marinús Pires de Lima; Ana Guerreiro; Marina Kolarova; Cristina Nunes;
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583 - Perfis Profissionais na área das TIC e evolução do emprego
Uma das características das chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação é a sua grande flexibilidade e transversalidade a um grande leque de actividades económicas. Este aspecto, associado a uma elevadíssima taxa de inovação tecnológica faz com que a definição formal do sector levante problemas de definição de categorias e etiquetagem para efeitos de contabilização estatística. Neste cenário, a análise do emprego na área das TIC levanta problemas acrescidos e interrogações sobre a identificação do que se convencionou chamar “profissionais TIC”. Neste texto discutimos as duas possibilidades de analisar o emprego na área das TIC a partir das tipologias e nomenclaturas da OCDE, incidindo a análise na evolução do emprego TIC em Portugal em sentido restrito – os chamados Especialistas TIC. Esta análise é feita com base nos Censos (1991 e 2001) e permite identificar o tipo de actividades profissionais que mais cresceu em Portugal neste período bem como um conjunto de perfis socioprofissionais-tipo de trabalhadores TIC.
Autores: Alexandra Isabel Francisco Duarte; Alexandra Duarte; Madalena Ramos; Luísa Oliveira;
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Este comunicação resulta duma investigação de doutoramento, concluída no início do presente ano em que, através da utilização da teoria e metodologia de análise de redes sociais, se identificou a estrutura de interacções que se desenvolveu entre as entidades que ministraram acções de formação profissional no Alentejo Central. A representação da rede das entidades formadoras, o tipo de interacções que decorreram do posicionamento dos actores, as dinâmicas que sustentaram os relacionamentos interorganizacionais e, por último, a identificação dos efeitos da rede no comportamento das entidades formadoras, constituíram as principais linhas estruturantes na investigação desenvolvida e aqui resumida em termos de comunicação.
Autores: Joaquim Fialho;
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453 - “O narcotráfico como fonte de emprego informal”
Este estudio está basado en una etnografía realizada en el ámbito de mi tesis doctoral. Se tarta de un análisis comparativo entre la organización del narcotráfico en Río de Janeiro y las organizaciones empresariales legales, a partir de perspectiva de la antropología de las organizaciones y de la teoría de redes sociales. Se analiza la estructura organizativa del narcotráfico y su sistema de trabajo, con relación a los puestos laborales y al sistema organizativo del trabajo, encuadrándolo en el ámbito del trabajo informal. Se verifica que la delincuencia y la actividad criminal son adyacentes a la actividad económica y cumplen una función de mantenimiento de la seguridad en el comercio de droga al pormenor. Intento demostrar que el éxito de la organización radica en su estructura empresarial, así como en las renovaciones técnicas, teóricas y tecnológicas, que responden al desarrollo del mercado. Por otro lado, también sustentado por la histórica discriminación y por las propias características sociales y laborales de la población que vive en las favelas.
Autores: Dalia Martín Mazo;
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Migrações, Etnicidade e Racismo
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360 - "La inmigración senegalesa en Galicia: las redes transnacionales"
La inmigración procedente de Senegal asentada en Galicia, a pesar de no ser voluminosa, (1115 personas, padrón de habitantes INE, 2007), posee una serie de especificidades que la hacen muy interesante para su estudio. En concreto, la presente comunicación analizará el elevado grado de conexión que existe entre estos/as inmigrantes senegaleses/as con su país de origen, que se manifiesta en los comportamientos transnacionales que este colectivo lleva a cabo. Las contínuas visitas a Senegal, el contacto telefónico cotidiano con la familia en origen y el envío regular del máximo de remesas son algunas de estas redes tejidas entre origen y destino. Estas redes son favorecidas por una serie de variables que presenta la inmigración senegalesa: su inserción laboral mayoritaria en Galicia en la venta ambulante, (lo cual permite largas visitas a Senegal), la importancia de la familia extensa que manifesta este colectivo, y el deseo de asistir a las celebraciones religiosas en Senegal debido al poder de las cofradías religiosas, hacen, entre otras causas, que la comunicación con Senegal sea una constante. Asimismo, se hará hincapié en las implicaciones que poseen estas redes transnacionales en lo que respecta al proceso de integración social de los/as senegaleses/as en Galicia.
Autores: Iria Vázquez Silva;
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Esta comunicação resulta de uma investigação de mestrado que teve como objecto de estudo a construção da imagem dos imigrantes e das minorias étnicas pela imprensa diária portuguesa. As questões relacionadas com a imigração e com a etnicidade são hoje uma realidade incontornável da sociedade portuguesa. A imagem que estas comunidades têm perante a opinião pública depende em grande medida das representações que os media delas transmitem. As notícias dos media, em particular, têm uma importância decisiva na construção social da discriminação étnica, ao sobrevalorizarem temáticas relacionadas com práticas desviantes. Esta análise versou sobre um período de seis meses: de Novembro de 2006 a Abril de 2007. Considerando que as lógicas que atravessam a construção noticiosa não são homogéneas, procedeu-se a uma análise comparativa de dois jornais, um dito de referência, o outro popular – o Público e o Correio da Manhã. Nesta exposição são apresentados os principais resultados da investigação realizada. Resultados em termos da caracterização formal das notícias, do seu conteúdo (temas abordados, perfis dos imigrantes e das minorias étnicas retratados, fontes de informação utilizadas) e quanto à importância que estas notícias têm em cada um dos dois jornais analisados.
Autores: Margarida Domingues de Carvalho;
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O texto mostra um dos graves problemas da educação no Brasil: o não enfrentamento da discriminação e do preconceito. Mais do que denunciar sua existência, ele analisa uma de suas matrizes: a ausência da discussão sobre Raça, Cor e Preconceito na formação do docente no Pará. Por meio da análise da formação oferecida pelo Instituto de Educação do Estado do Pará, uma instituição secular, referência para a formação docente no Estado do Pará, demonstra que boa parte das ações das professoras decorreu de uma formação que não tratou de aspectos fundamentais, como as narrativas sobre a constituição da nacionalidade brasileira. Conclui-se que, a despeito de sensíveis avanços advindos dos movimentos sociais em relação à questão racial desde a década de 1960, a formação de professores se apresenta como um fator que continua contribuindo na reprodução de estereótipos e discriminações.
Autores: Wilma de Nazaré Baía Coelho;
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150 - A integração dos “retornados” no interior de Portugal: o caso do distrito da Guarda
Em 1975, com o epílogo do Império Colonial, chegaram a Portugal cerca de meio milhão de indivíduos que ficaram conhecidos como “retornados” do ultramar. O posterior processo de integração que se pode contextualizar em fenómenos populacionais semelhantes, decorrentes das descolonizações protagonizadas pelas outras potências coloniais europeias, no nosso país, teve a particularidade de ter sido ultrapassado com maior rapidez. Uma das explicações para a agilidade com que estes indivíduos foram assimilados pelo tecido socioeconómico reside, precisamente, na distribuição deste numeroso contingente de pessoas por todo o território nacional. Justificação que, à primeira vista, parece paradoxal. Isto porque as regiões do interior do país, neste período, acumulavam factores repulsivos. Assumindo que para o interior terão rumado, essencialmente, aqueles que aí tinham raízes, neste trabalho pretende-se reflectir as incidências do processo de integração destas pessoas no distrito da Guarda, partindo da justificação e sentido que (três décadas depois) deram às suas acções.
Autores: Nelson Clemente Santos Dias Oliveira;
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95 - Acessibilidades limitadas no espaço metropolitano: o caso dos hindus da Quinta da Vitória
Desde os anos 1960 que a Área Metropolitana de Lisboa foi rendilhada de bairros de barracas. Uma parte da fronteira do concelho de Lisboa corresponde à antiga Estrada Militar, onde o crescimento dos bairros de barracas foi mais notado. Muitos estão localizados já nos concelhos limítrofes de Lisboa, mas os quotidianos dos seus moradores movem-se sobretudo para a capital. No entanto, as questões que se relacionam com a sua cidadania resolvem-se nos centros urbanos dos seus concelhos, implicando vários tipos de mobilidade na AML. Os passes sociais, por seu lado, ignoram estas dinâmicas. Parte das populações carenciadas da AML, apesar de viver junto à fronteira de Lisboa-centro, tem de adquirir várias modalidades de passe para preencher as necessidades de mobilidade urbana. A Quinta da Vitória, na freguesia da Portela (Loures), onde tenho desenvolvido investigação com a comunidade hindu local, é um desses bairros. Os hindus da Quinta da Vitória dependem dos transportes públicos da AML. Além dos percursos quotidianos associados ao trabalho e à cidadania, realizam trajectos relacionados com a sua rede cultural, visitando familiares e cumprindo rituais próprios do calendário religioso noutras zonas da AML. Nesta comunicação, daremos conta das dificuldades relacionadas com as necessidades de mobilidade urbana desta população e respectivas respostas encontradas.
Autores: Rita d´Ávila Cachado;
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248 - Artistas imigrantes, Profissões artísticas, Histórias de vida
A presente comunicação baseia-se no estudo desenvolvido no âmbito do ACIDI e já publicado, “Licença para Criar – Imigrantes nas Artes em Portugal”, que propõe uma análise à realidade socioprofissional dos artistas imigrantes a residir e desenvolver actividade artística em Portugal. Esta abordagem não só é estabelecida através da caracterização do emprego cultural desta camada da população residente em Portugal, mas também desenhando os seus principais estímulos e adversidades inerentes ao seu processo de inserção no mercado de trabalho português. Foi realizado um diagnóstico quantitativo de caracterização da distribuição profissional de artistas imigrantes em Portugal e um diagnóstico qualitativo da situação sócio-profissional de artistas imigrantes em Portugal onde se procedeu a um levantamento de lógicas de inserção laboral no campo artístico tendo em conta as trajectórias de vida dos artistas imigrantes e respectiva produção simbólica de significados em torno desse trajecto profissional.
Autores: Magda Nico; Natália Gomes; Magda Nico; Rita Rosado;
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Nesta comunicação pretendemos evidenciar, com base num estudo do bairro social de Atouguia em Guimarães, onde portugueses ciganos e portugueses não ciganos vivem lado a lado, algumas das imagens que cada um dos grupos tem de si próprio e do outro. Trata-se de comunidades em dificuldades, territorial e socialmente desvalorizadas, embora encontremos associados ao caso dos ciganos um estigma com raízes históricas profundas. Procurando saber até que ponto se têm ou não verificado avanços no interconhecimento e na proximidade social de ambos grupos, a coexistência inter-étnica, salvo casos pontuais ou excepcionais, está perpassada de preconceitos e interacções negativas e contactos raros entre ambos grupos. A relação entre estes colectivos vizinhos no espaço territorial, cruzando-se nos mesmos espaços (ruas, cafés, supermercados), está marcada pela distância social e relacional assente em imagens estereotipadas do Outro, preconceitos e representações interétnicas negativas, é marcada por conflitos latentes e, por vezes, manifestos.
Autores: Manuel Carlos Ferreira da Silva; Manuel Carlos Silva; José Manuel Sobral; Mariana Ramos;
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71 - De militantes negros a negros intelectuais
O artigo visa apresentar os resultados de uma pesquisa feita com os diretores e ex-diretores da a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). A partir desta pesquisa ou melhor dos perfis e trajetórias político-acadêmicas desses intelectuais, especialmente a partir das suas maneiras de sentir, pensar e agir no que diz respeito à questão racial no Brasil, bem como de suas condutas acadêmico-intelectuais, sustenta-se a hipótese de que é plausível fazer uma distinção entre intelectuais negros e negros intelectuais. Neste sentido, negros(as) intelectuais são em realidade os(as) intelectuais de origem ou ascendência negra que sofreram ou sofrem influência direta ou indireta dos Movimentos Sociais Negros, adquirindo ou incorporando destes uma ética da convicção anti-racismo que, associada e em interação com uma ética acadêmico-científica adquirida ou incorporada dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras, produz nestes(as) intelectuais um ethos acadêmico ativo que orienta as suas pesquisas, estudos, ações, bem como as suas atividades profissionais de professores(as) universitários(as).
Autores: Sales Augusto dos Santos;
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278 - Esporte e pós-colonialismos: transferências internacionais de jogadores de futebol brasileiros
Em 2006, 851 jogadores de futebol saíram do Brasil para atuar no exterior. Tal número denota um processo que tem se intensificado desde a década de 90, quando passaram a vigorar as novas leis sobre passes e transações internacionais. Neste cenário, uma “certa Europa” tem sido construída como a Meca do futebol mundial, concentrando os clubes mais ricos e célebres. O processo recíproco de constituição da brasilidade e do futebol contemporâneo, as políticas nacionalistas e de visibilidade são decisivas para a compreensão da dinâmica internacional das tranferências de jogadores de futebol.
Autores: Lennita Ruggi; Fagner Carniel; Flávia Valente;
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Nesta comunicação apresentam-se os resultados de um estudo de caracterização da população estrangeira, com estatuto legal, residente na freguesia de Almancil. Na investigação procedeu-se à elaboração e aplicação de um questionário, recorrendo-se a uma amostra por quotas, dividida em três categorias: os emigrantes dos PALOP e Brasil, os emigrantes dos Países de Leste e os emigrantes da Europa Ocidental. Após a análise dos resultados, concluiu-se que estas três categorias de emigrantes se distinguem pelos contrastes e continuidades que aduzem face ao conjunto da população portuguesa. Se exceptuarmos o traço comum que é a concentração geográfica na freguesia de Almancil, os três grupos diferenciam-se por múltiplas características, quer ao nível da composição social, estrutura etária e sexual, localização residencial, escolaridade, composição socioprofissional, quer ao nível dos traços culturais quer das relações de sociabilidade ou da língua. As realidades vistas apoiam e reforçam a necessidade de se variar as perspectivas de análise sociológica que contribuam para o conhecimento da população estrangeira residente em Almancil e na região do Algarve.
Autores: Luís Emanuel Freire Martins; Luís Emanuel Martins;
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302 - Imigração em territórios fronteiriços
A imigração fronteiriça pode ser compreendida como os deslocamentos populacionais nas zonas de fronteiras entre países vizinhos. Os imigrantes fronteiriços, com exceção das ocasiões de guerra ou outros conflitos diplomáticos entre a nação de origem e de destino, continuam mantendo muitos contatos com seu país. Alguns dos imigrantes brasileiros no Paraguai, por exemplo, visualizam o território nacional do outro lado do rio ou da rua em áreas de “cidades gêmeas”. Além disso, os sinais dos canais de televisão brasileiros alcançam a ampla zona de fronteiras onde vivem os “brasiguaios” (como são geralmente conhecidos os brasileiros que vivem no Paraguai) e ampliam os raios das “imaginação nacional”. Esses fluxos migratórios podem ser compreendidos a partir do conceito de fronteiras em movimento, noção que visa problematizar e sintetizar as concepções de frente de expansão, limites jurídicos, fronteiras políticas e culturais e hibridismo cultural. Diante da complexidade e heterogeneidade desta imigração fronteiriça, seleciono três tópicos de discussão para os fins deste trabalho: 1) a relação entre nação e migração fronteiriça; 2) a noção de fronteiras em movimento; 3) A relação entre nação, etnia, classe e civilização neste contexto específico de zonas de fronteiras.
Autores: José Lindomar Coelho de Albuquerque; José Lindomar Coelho Albuquerque;
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478 - Imigrantes brasileiros qualificados em Portugal: que inserção?
As migrações ligadas ao trabalho, sejam de carácter temporário ou permanente, cresceram significativamente em vários países da OCDE. No caso concreto dos profissionais qualificados oriundos do Brasil, verifica-se um fluxo significativo com destino à Europa e, em particular, a Portugal., o que facilmente se compreende por aspectos como a língua e outras semelhanças históricas e culturais. Esta comunicação pretende ajudar a compreender se Portugal se posiciona apenas enquanto “porta de entrada” na Europa destes imigrantes, devido a um fraco nível de atracção e retenção do nosso país no que respeita a profissionais qualificados, procurando ainda descrever os processos de integração ocorridos, social e profissionalmente. Tais conclusões decorrem da realização de 27 entrevistas a imigrantes brasileiros qualificados, ou seja, com habilitações acima do ensino secundário completo, residentes em Portugal em 2006.
Autores: Catarina de Matos Casimiro Egreja; Catarina Egreja; Luísa Oliveira;
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O artigo visa apresentar e analisar como renomados cientistas sociais brasileiros apresentam argumentos contrários as ações afirmativas negros, de ingresso nas universidades públicas brasileiras, que não têm nenhuma sustentação histórica.
Autores: Sales Augusto dos Santos;
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373 - O GÉNERO E OS MODOS DE INCORPORAÇÃO DA POPULAÇÃO HINDU RADICADA EM PORTUGAL
Este artigo tem como objectivo apresentar uma breve síntese de aspectos empíricos e conceptuais no âmbito de uma tese de doutoramento em Sociologia. A pesquisa incide sobre a população hindu radicada em Portugal, privilegiando as mulheres em torno de três espaços (doméstico, semi-doméstico e público) onde se procura equacionar a questão do poder feminino e a integração. Os dados recolhidos no decorrer do trabalho de terreno e de entrevistas em profundidade, realizadas à população hindu residente na região de Lisboa, procuram demonstrar algumas singularidades desta população radicada em Portugal: Enquanto as mulheres hindus se destacam como agentes integradores de características mais etnicizantes, os homens são agentes de integração de cunho mais marcadamente assimilacionista. A integração levada a cabo pelo grupo masculino é resultado da procura de uma certa solidariedade social e cultural na sociedade de destino, que lhes permita participar activamente em quadros de intenção preexistentes sem contudo abandonarem a suas pertenças identitárias. As mulheres por seu turno, promovem uma integração de tipo etnicizante ao assumirem como papel principal a manutenção da tradição religiosa e dos valores hindus. Esta diferenciação de género apresenta um carácter funcional e complementar, baseado na diferenciação de papéis sociais entre os géneros, de acordo com a estrutura sociocultural e religiosa hindu. As mulheres hindus da diáspora, neste caso concreto as que vivem em Portugal, adquiriram gradualmente um novo tipo de poder social, agenciando uma importância sem pretendentes. Estas mulheres actuam em diversas esferas de acção, participando nos processos de tomada de decisões, em assuntos fulcrais para a manutenção da coesão comunitária, na delimitação da fronteira étnica, nos domínios da patrilinhagem, nas alianças matrimoniais e económicas, através do exercício do poder informal.
Autores: Helena Maria Mauricio Caneca Sant´Ana; HELENA SANT´ANA;
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187 - O LUGAR DA POPULAÇÃO NEGRA NUMA CIDADE BRASILEIRA: Londrina espaço de segregação e resistência
A história da população negra no Brasil mostra que não houve uma preocupação com o seu processo de integração na sociedade moderna e nem com o seu desenvolvimento socioeconômico no período pós-abolição. A cidade de Londrina, região norte do Estado do Paraná tem 73 anos de existência, mas não menciona a presença de negros entre os seus pioneiros. A pesquisa tem como objetivo o resgate da presença e da contribuição da população negra na cidade de Londrina em sua formação e desenvolvimento a partir da sua territorialidade, pois uma das características das populações marginalizadas e excluídas é na ocupação de territórios que reforçam os estigmas e as desigualdades sociais e raciais. A pesquisa está sendo desenvolvida baseada na metodologia quantitativa, com a utilização dos dados secundários do Censo de 2000, IBGE e na metodologia qualitativa com a realização de entrevistas em profundidade para analisar as trajetórias de vida das famílias negras presentes em Londrina, desde a fundação da cidade. Também se utiliza o material iconográfico (fotografias) em posse das famílias que participam da pesquisa. Até o momento, a pesquisa mostra que os negros estão ausentes da história oficial, mas estão presentes nas histórias das famílias negras e foram fundamentais para a construção e desenvolvimento da cidade. Segundo o IBGE, 22% da população de Londrina é negra (afro-brasileira)
Autores: Maria Nilza da Silva; Pires Laranjeira;
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140 - Percursos de integração social de indivíduos de origem cigana: alguns dados preliminares.
Em Portugal, a integração social dos indivíduos ciganos tem sido um processo difícil. Quase sempre conotados com traços de exclusão social, vítimas de estereótipos negativos existem, no entanto, casos que se distinguem desse universo social, destacando-se por estarem integrados. Apresentamos alguns resultados preliminares relativos a uma investigação em curso, focada na análise dos factores, condições e contextos sociais e familiares em que se movem os indivíduos de origem cigana que se distinguem por percursos de vida diferentes dos tradicionais ciganos.
Autores: Olga Magano;
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380 - Percursos Estrangeiros na Justiça Penal
A comunicação insere-se numa área de estudo que, na nossa avaliação, tem concentrado insuficiente atenção em Portugal: a sobrerepresentação de estrangeiros e imigrantes nas instâncias oficiais de controle da criminalidade. Os dados estatísticos apontam para a existência de importantes disparidades, independentemente das diferenças nas respectivas taxas de criminalidade registada, no modo como o Sistema de Justiça Penal opera, na comparação entre estrangeiros e nacionais residentes em Portugal. Não pode, porém, ser, automaticamente, assumido que estas disparidades são sinónimo de discriminação. Diversas pesquisas sobre esta temática, muito desenvolvida nos Estados Unidos e em alguns países da Europa Ocidental, explicam parte significativa das disparidades em função de factores legais e sociais, com relevância jurídico-processual. Para se poder concluir pela existência, ou não, de discriminação é necessário demonstrar que, tendo todas as variáveis legalmente relevantes sido ponderadas e mantidas constantes, uma percentagem significativamente superior de estrangeiros é sujeita a um padrão de medidas penais mais grave, quando em comparação com nacionais residentes em Portugal. A comunicação proposta apresenta algumas reflexões sobre o estado da arte, no contexto nacional e internacional, sobre esta área de estudo e alguns resultados de uma análise quantitativa, no âmbito do Sistema de Justiça Português.
Autores: Graça Fonseca;
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498 - Políticas comparadas de integração de estrangeiros entre Espanha e Portugal
A questão principal desta comunicação é fazer uma comparativa entre as políticas migratórias espanholas e portuguesas em matéria de integração de população estrangeira. Para o que imos analisar e avaliar de forma comparativa o Índice de Políticas de Integração de Imigrantes realizado pólo Migration Policy Group. Concretamente, centrarémonos nos indicadores de acceso ao mercado lavoral, reagrupamento familiar, residência de larga duração, participação política, o acceso á nacionalidade, e as políticas de anti-discriminação.
Autores: Belén Fernández Suárez;
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541 - Que Cidadania? Etnicidade, Identidades Locais e Agenciamento na Periferia de Lisboa
Nas últimas décadas, a consolidação de bairros degradados multiculturais em Portugal tem estado associada a novas formas de segregação urbana. Esta realidade tem sido marcada pela crescente estigmatização destes bairros e pelo isolamento social e político dos seus habitantes. A presente comunicação pretende analisar a relação entre espaços urbanos marginalizados e o exercício da cidadania, tendo como pano de fundo o bairro do Alto da Cova da Moura, na periferia de Lisboa. Num primeiro momento serão identificadas as principais políticas urbanas adoptadas e o modo como o discurso dominante veiculou novas formas de categorização e hierarquização social Num segundo momento, serão examinados os processos de construção de uma identidade colectiva local, que surge num quadro complexo de relações inter-étnicas e de relações de poder institucional. Por último, discute-se as dinâmicas de agenciamento protagonizadas pelos residentes do bairro, cuja pertença local é um factor de mobilização e de reivindicação de um conjunto de direitos de cidadania associados à cidade e ao território e, consequentemente, a uma gestão urbana mais democrática e inclusiva.
Autores: Ana Paula Beja Horta;
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470 - Raça, Racismo e Etnicidade: Conceitos pouco visíveis num contexto pouco visível
A partir do momento em que se objectiva o que é subjectivo através de auto ou hetero-atribuições como os conceitos de “raça”, “etnicidade”, “estrangeiro” e da divisão abrangente entre “nacional” e “não nacional”, poder-se-ão estar a fazer demarcações rígidas, simplistas e falaciosas. Mesmo sabendo que estes classificadores possam estar enraizados no que poderemos designar enquanto colonialismo conceptual, o evitamento do uso de um, ou mais do que um, destes conceitos pode ser pernicioso na avaliação quantitativa e qualitativa das realidades sociais sobre as quais nos queremos debruçar analiticamente. Por sua vez, usar apenas um desses classificadores pode ser uma muleta conceptual que poderá resultar na imprecisão da análise. O valor acrescentado da minha comunicação será trazer esse mesmo debate no âmbito do sistema criminal de justiça, no contexto euro-americano. Demonstrar-se-á que a instrumentalização política e académica que se faz destes conceitos, por uso ou omissão, acaba por potenciar ou enviesar a forma como se pode estudar e / ou intervir (n)as instâncias formais de controlo do crime, nomeadamente, a prisional, nos seus critérios de selectividade e nas suas dinâmicas intrínsecas. Nessa medida, o contexto prisional português receberá particular atenção. A urgência de uma abordagem pluridisciplinar, entre a Psicologia Social, a Antropologia e a Sociologia, uma vez aplicada aos estudos prisionais, em Portugal, vai ser defendida.
Autores: Claudia Sofia Ramos Duarte Fortes Resende; Cláudia Resende;
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A comunicação que se pretende apresentar centra-se na análise das representações dos imigrantes russos e ucranianos e ciganos sobre domínios, práticas e situações percepcionados como discriminatórios no contexto das relações entre estes grupos e a sociedade maioritária. Neste estudo de carácter qualitativo confere-se um lugar de centralidade à entrevista em profundidade realizada aos ciganos portugueses e aos imigrantes russos e ucranianos a residir na Área Metropolitana de Lisboa. A nossa atenção focalizar-se-á em fenómenos designados pelos autores francófonos (Guillaumin, 1993 in Wieviorka; Balibar, 1990; Taguief, 1987 e 1991; Wieviorka, 1991, 1993 e 1995, entre outros), como racismo institucional que assenta em duas lógicas de funcionamento, indissociáveis entre si: a de diferenciação e a de hierarquização. O racismo institucional não se reporta necessariamente à organização político-administrativa, mas mais a práticas sociais que reflectem “la marque du racisme” e que podem assumir “la forme de pratiques sociales floues, presque incertaines…” (Bataille in Dewitt (dir.), 1999, p. 286). Ou seja, são práticas que assumem contornos difusos, pouco visíveis, banais, subtis, dissimulados; por isso mesmo, tais práticas são por vezes desvalorizadas e não reconhecidas pelas próprias vítimas, porque se lhes prefiguram como socialmente legítimas. O conhecimento de eventos mais associados ao racismo institucional leva a recentrar o olhar no funcionamento de alguns espaços sociais, como o mercado de habitação, o mercado de trabalho, a escola, a intervenção da polícia, entre outros domínios. Como refere Philippe Bataille (1999 in Dewitt (dir.)), estas práticas ao serem difusas e banais tornam-se socialmente legítimas porque acabam por ser aceites como normais. O objectivo é analisar as práticas sociais e não tanto os indivíduos, embora este estudo se centre nas experiências quotidianas vividas pelos imigrantes russos e ucranianos e indivíduos ciganos e captadas através das construções verbais relativas às suas experiências. Neste contexto, pedimos aos interlocutores ou narradores para situar as experiências contadas no contexto social que os envolve. O contexto é aqui determinante, atendendo-se às condicionantes, aos antecedentes e consequências inerentes aos eventos narrados pelos entrevistados. Neste âmbito, faz sentido retomar aqui a noção de “everyday racism” tal como é definida e usada por Philomena Essed (1991, p. 2). A autora considera que o racismo não se resume às estruturas sociais e às ideologias, sendo encarado antes de mais: “as a process it is routinely created and reinforced trough everyday practices”. É assim possível conciliar as dimensões ideológicas e estruturais do racismo com as componentes cognitivas, bem como as atitudes e experiências do dia a dia. Esta forma de manifestação é racismo “but not all racism is everyday racism” (Essed, 1991, p. 3), envolvendo práticas sociais sistemáticas, recorrentes, familiares e banais. O racismo quotidiano é um fenómeno multidimensional e a sua análise pressupõe a conciliação entre as perspectivas interaccionistas e de carácter micro-localizado com teorias de carácter macro e estruturalistas, procurando-se assim conhecer e compreender as experiências do dia a dia, explorando-se quer a dimensão experiencial, quer a cognitiva. Deste modo, e apostando numa análise mais micro-localizada, procurou-se conhecer os principais domínios de discriminação de que os ciganos e os imigrantes são alvo em diferentes sectores da vida social. Procuramos assim dar reposta a algumas questões, tendo em linha de conta a ideia de que a discriminação ocorre em situações e contextos de interacção. Neste sentido, importa conhecer as perspectivas dos grupos em estudo, em relação a algumas questões centrais, tais como: em que contextos ocorre a discriminação, quem são geralmente os agentes perpetradores e quais as suas motivações? Por outro lado, será que a situação de imigrante e a pertença a um grupo étnico e cultural minoritário se relaciona com a interiorização de uma posição social marcada por uma certa subalternidade, situação que poderá eventualmente implicar uma maior acomodação face às situações de discriminação, que poderão ser “naturalizadas” no seu quotidiano? Face à discriminação, os discriminados sobrevalorizam representacional e afectivamente o Eu, por comparação com os Outros (maioria e outras minorias) ou inferiorizam esses mesmos Outros?
Autores: Maria Manuela Ferreira Mendes; Maria Manuela Mendes;
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476 - Trajectórias de Mulheres Imigrantes em Portugal
A literatura existente tem privilegiado uma perspectiva masculina dos trajectos migratórios, considerando o homem como o principal breadwinner e a mulher enquanto membro dependente do agregado familiar. No entanto, novos padrões migratórios indicam-nos que um número crescente de mulheres emigra de forma independente, sendo que, nalguns casos, a mulher é o elemento pioneiro de estratégias migratórias de natureza familiar. Apresenta-se neste texto os resultados de um estudo sobre os três principais grupos de mulheres imigrantes em Portugal: cidadãs brasileiras, cabo-verdianas e ucranianas. Foi possível identificar dois principais padrões migratórios: mulheres integradas num projecto familiar e mulheres que migram sozinhas. A partir desta divisão, vários tipos de trajectos podem ser distinguidos ao analisarmos os percursos das entrevistadas.
Autores: Cátia Solange Soares Dias Nunes; Karin Wall; Cátia Nunes; Ana Raquel Matias;
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381 - Viver e conviver Além-Mar: A simpatia de imigrantes brasileiras em Lisboa
Esta investigação é parte de uma pesquisa com mulheres imigrantes brasileiras em Lisboa que trabalham com o atendimento ao público, o chamado mercado da alegria (MACHADO 2004). Tem como objectivo perceber como são estabelecidas as relações entre brasileiras e portugueses num contexto laboral. Busca-se compreender as estratégias de comercialização da simpatia e o reforço sistemático dos estereótipos de povo alegre. A metodologia consiste em investigar a experiência destas imigrantes sob uma perpectiva auto-etnográfica, um recurso em que o pesquisador documenta um grupo a partir da própria experiência individual relacionando-a com a história social.(ELLIS E BOCHNER 2000). Os dados até agora obtidos revelam que estes atores sociais usam a simpatia não só para inserção no mercado de trabalho, mas também como estratégia de aceitação na sociedade portuguesa. Comercializar simpatia é uma das formas de encontrarem segurança e acolhimento no contexto de incertezas que é a vida além-mar.
Autores: Gleiciani Maria de Oliveira Fernandes; Gleiciani Fernandes;
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Modernidade, Incerteza e Risco
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601 - A ilusão da felicidade: autofagia, angústia e barbárie na sociedade de hiperconsumo
Com o aperfeiçoamento das estruturas capitalistas dentro das mais variadas sociedades, o consumo de mercadorias vai além de sua mera aquisição de suporte à existência e a sobrevivência humana. No mundo ocidentalizado e globalizado pela complexidade de eventos e informações, trouxe o advento da “hipermodernidade”, marcada por dois pilares fundamentais: o mercado liberal e a democracia. O hiperconsumo vai além das necessidades básicas e transforma mercadorias em mecanismos de prazer individualista e egocêntrico. Nunca na história das sociedades ocidentais foi possível produzir uma miríade de bens materiais possibilitando a conquista de um elevado padrão de bem-estar. No entanto, com o hiperconsumo, tudo se configura em mercadorias consumíveis, onde não existem limites na busca frenética para a saciedade. Todavia, a possibilidade de chegar a mecanismos de satisfação pessoal nunca se concretiza e os indivíduos convertem um possível advento da felicidade em ansiedade e angústia. A “hipermodernidade” trás conseqüências deletérias para a constituição da sociedade e permite o aprofundamento do fosso social que gera e amplifica a barbárie.
Autores: Wellington Fontes Menezes;
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600 - clonagem humana: abordagem sociológica e jurídica
A História da Humanidade é a História da busca da imortalidade. Desde os egípcios os gregos e romanos, tal ideia povoa o imaginário colectivo de todos os povos antigos e modernos. A Clonagem, que é a temática desta apresentação será tratada sob três aspectos: o científico, o ético e o jurídico. Por se tratar de uma temática de grande controvérsia, suscita muito interesse por parte de profissionais de diversas áreas de estudo, buscando o aprofundamento e discussão desta matéria. Ao inciarmos a abordagem da clonagem em seus aspectos éticos, evidenciamos os motivos que levariam a clonagem , que seriam: - A ideia da imortalidade da alma; Reservas de órgãos para transplante; Reprodução de cônjuge falecido ou outros familiares; Tratamento de um irmão doente, e também impossibilidade de procriação natural.
Autores: Willame Carvalho e Silva; Valeria Cristina Ferreira;
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Pretende-se com este trabalho aprofundar o conhecimento sobre os processos sócio-técnicos presentes nas áreas (potencilamente) contaminadas por resíduos, que são uma consequência dos processos de produção e consumo voltados para uma cultura do tóxico. Estão sendo estudados casos de contaminação química em Portugal e no Brasil, devido às semelhanças que estes países apresentam no tratamento precário e recente da questão das contaminações químicas, onde a complexidade do problema não é considerada, as incertezas do conhecimento encontram-se ampliadas e as vulnerabilidades sociais e institucionais estão presentes e interligadas. Aborda-se aqui o referencial teórico do trabalho: a complexidade, as incertezas do conhecimento e as vulnerabilidades e questiona-se a ciência como única forma de saber legítimo e a exclusão dos conhecimentos locais dos processos decisórios.
Autores: Lúcia Fernandes;
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Nesta comunicação analisa-se a percepção social do risco em duas comunidades mineiras portuguesas (Panasqueira e Aljustrel). Esta discussão articula-se com o debate actual acerca da integração das preocupações ambientais na exploração mineira, assim como com os impactos desta actividade, essencialmente os associados ao declínio e encerramento da mesma, em termos sociais, económicos e ambientais. À semelhança do que tem sido apontado por diversos autores, a evidência empírica produzida permite concluir que, em termos das percepções sociais das populações locais, os riscos da actividade mineira são minimizados por referência aos benefícios económicos e sociais.
Autores: Elisabete Figueiredo; Sandra Valente; Elisabete Figueiredo; Celeste Coelho;
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A literatura sociológica enfatiza a forma como o risco é uma construção social destinada a legitimar determinadas práticas governamentais. O objectivo do nosso paper é o de debater a política portuguesa de inclusão social à luz da crescente teorização sobre a politização do risco social. Serão apresentadas três abordagens teóricas à politização do risco, nomeadamente as teses de Giddens e Beck sobre risco e modernidade reflexiva e a abordagem de Michel Foucault sobre risco e governamentalidade. Discutiremos o que cada perspectiva contribui ao nível do estudo académico da articulação entre riscos sociais, o recuo do ‘estado-previdência’ e a crescente individualização das políticas sociais. O nosso argumento é o de que as abordagens não cognitivistas do risco, designadamente as teorias pós-estruturalistas, oferecem instrumentos de análise mais consistentes, pois não reificam a noção, fundamental em Beck e Giddens, de que a individualização equivale ao empoderamento pessoal. Comprovaremos as nossas asserções teóricas com a discussão do conteúdo e efeitos das recentes políticas portuguesas de inclusão social.
Autores: Maria João Militão Ferreira de Sousa Pereira; Maria João Militão; Carla Pinto;
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323 - O risco no âmbito da teoria social
O risco tornou-se num tema central para a modernidade. A sua definição conceptual está longe de reunir consensos, quer nos meios científicos, quer para o público em geral. O risco enquanto objecto de pesquisa é abordado por diversas disciplinas científicas, sabendo que, por vezes, estas apresentam perspectivas contraditórias ou antagónicas entre si. O campo de utilização do risco é bastante diversificado e susceptível de múltiplas interpretações. Neste trabalho teórico pretendemos iniciar a nossa discussão com uma breve introdução à noção de risco, para posteriormente centrarmos a nossa atenção nas diferentes perspectivas do risco dentro da teoria social, embora sem descurar as diferenças e os contributos de outras áreas científicas. O risco pode ser visto como uma entidade omnipresente em muitas actividades do mundo social e é por este motivo que o seu estudo ganha pertinência nas sociedades contemporâneas. Quando nos interrogamos sobre “o que é o risco?” verificamos que estamos perante uma questão muito complexa, de difícil definição e objectivação, onde os seus limites e fronteiras são ambíguos, visto que a sua noção se converte em múltiplos significados e conotações sociais.
Autores: João Paulo de Sousa Areosa; João Areosa;
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Novos Conhecimentos, Ciência e Tecnologia
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Tanto na literatura especializada nas ciências de gestão e administração como em obras e revistas de divulgação, o conceito de gestão do conhecimento tem vindo a adquirir um lugar de destaque impar e consistente. Embora haja sinais de superficialidade, não se trata apenas de uma moda, mas sim de uma premência do discurso e do espelho de uma realidade em profunda transformação. Há um claro paralelo entre o processo de globalização e o desenvolvimento da economia do conhecimento, e é neste quadro que temos que estudar o discurso e as práticas (sociais) da gestão quando se referem ao conhecimento. Depois de descrever na primeira secção as grandes transformações económicas e sociais relativas à globalização, numa perspectiva socioeconómica, passaremos, numa segunda parte, à definição dos conceitos de conhecimento, economia do conhecimento, globalização, governance e gestão do conhecimento, dando relevo às ligações entre os conceitos. Numa terceira parte, na base da sociologia económica e das organizações estabelecemos o quadro de análise dos discursos e das realidades organizacionais. Na quarta parte, procedemos a uma análise mais elaborada da emergência do factor “conhecimento” na economia e, sobretudo, nas organizações. Na parte final, enunciamos várias conclusões, uma das mais importantes é a de uma transformação concomitante dos discursos e das realidades, mas de um modo caracterizado pela diversidade e pelas desigualdades de velocidades de transformação ou adaptação.
Autores: Marc Jacquinet;
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210 - A Telemedicina como um vector de profunda transformação no espaço da saúde e do bem estar
A sociedade adopta novas tecnologias na área da saúde, como por exemplo a Telemedicina, quando a oportunidade e a confiança se impõem no espaço de acção. Existem diversos factores que influenciam as comunidades na adopção de novas tecnologias, muito especialmente na área da Saúde. Os casos da utilização da Telemedicina no Alentejo, em diversas especialidades, e em Coimbra, na cardiologia pediátrica são exemplos ricos dessas transformações em Portugal. Os novos instrumentos e os novos conhecimentos são motores das transformações dos espaços sociais. O percurso da utilização destas tecnologias na Saúde, apesar dos 14 anos de experiências, ainda está no inicio e o passo da mudança é colocado pela União Europeia.
Autores: Maria Helena Monteiro;
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497 - Aprendizagem Organizacional e a Gestão do Conhecimento
A história da humanidade revela-nos que, desde sempre, os pensadores os filósofos e as sociedades em geral, se interessaram por “armazenar” as memórias colectivas e os saberes. O conhecimento sempre esteve na base das mudanças civilizacionais e dado que este é um dos grandes pilares de desenvolvimento das sociedades actuais, o debate sobre a gestão do conhecimento, a sua construção e evolução, torna-se, ainda mais pertinente. Nesta comunicação abordar-se-á a gestão do conhecimento, centrada nos processos organizacionais relacionados com a criação do conhecimento organizacional, realçando a importância do papel das pessoas e a sua acção individual e grupal. Assim, procurar-se-á ter presente as características multifacetadas de um processo de gestão do conhecimento e o seu alcance prático. Neste sentido, iremos reflectir sobre o processo de criação e gestão do conhecimento, identificando as suas diferentes fases e as práticas de gestão facilitadoras do mesmo, nomeadamente: a estratégia, as práticas de recursos humanos, a cultura organizacional, a estrutura organizacional e as práticas de interacção com o ambiente externo da organização.
Autores: Bernardete Dias Sequeira;
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697 - As Tecnologias de Comunicação e a Construção do Conhecimento em Comunidades Indígenas
No Brasil, a educação indígena foi direcionada pelo princípio de integração das comunidades indígenas ao Estado-Nação. Tal direcionamento desconsiderava a preservação de línguas maternas, tradições e valores destas comunidades. Associações indígenas se constituíram, na década de 1970, em favor da luta pela preservação de formas de aprendizagem e do modo de construção do conhecimento característico dos povos indígenas. No Estado de Roraima, a luta de associações por uma educação escolar diferenciada resultou na criação, em 2003, de um Curso de Licenciatura Intercultural na Universidade Federal de Roraima. A proposta pedagógica do Curso enfatiza a utilização de metodologias de ensino à distância, bem como o uso e apropriação de tecnologias de informação e comunicação. Por outro lado, resultados parciais de pesquisa realizada no Brasil revelam desacordos em torno da educação à distância e do uso de tecnologias de informação e comunicação no ensino superior. O presente estudo tem como objetivo analisar a luta das comunidades indígenas de Roraima pelo direito à educação superior e as controvérsias em torno do uso de tecnologias de informação e comunicação e de metodologias de ensino à distância para a construção do conhecimento.
Autores: Guilherme Paiva de Carvalho Martins; Guilherme Martins;
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39 - Biocidadania, moralização e (in)segurança genéticas
Esta comunicação aborda algumas dimensões sociais, éticas, culturais e políticas da biocidadania em Portugal, partindo da abordagem de dois contextos distintos de doação de material biológico: o contexto médico da doação de gâmetas; e o contexto forense da constituição de uma base de dados de perfis de ADN com intuitos de identificação civil e de investigação criminal a partir de amostras de voluntários. As autoras identificam os discursos em torno da doação de material biológico, discutindo as configurações da biocidadania e moralização desse conceito, pela problematização de um projecto técnico-genético mais amplo assente na construção social da dádiva, do altruísmo, do consentimento informado e da responsabilidade social. Estas questões assumem particular relevo num âmbito de indefinição de regulamentação específica quanto às modalidades de conservação e de acesso às amostras biológicas e aos dados de identificação dos dadores e de incertezas relativamente aos regimes de propriedade e de manuseamento da informação depositada e tratada em biobancos. As incertezas da biotecnologia e dos riscos associados à doação de material biológico surgem suavizadas pela celebrização da ciência e da tecnologia, pela ênfase colocada na responsabilidade individual para o bem comum e pelas esperanças projectadas pela retórica da qualidade dos genes, por sua vez categorizada e avaliada com base em critérios socioculturais e bio-genéticos. As complexidades inerentes ao conceito de biocidadania e à moralização do acto de doação de material biológico surgem articuladas com a mobilização de um conjunto de expectativas e de direitos em torno do impacto futuro da investigação genética e do uso do material biológico. Pretende-se debater de que modo este fenómeno potencia a criação de múltiplas desigualdades em termos de relações de poder, de propriedade e de interacções dos cidadãos com a biotecnologia.
Autores: Susana Manuela Ribeiro Dias da Silva; Susana Silva; Helena Machado;
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700 - Dilemas da super-ciência: representações da genética forense na imprensa em Portugal
Dois casos recentes de crianças desaparecidas em Portugal (“Joana” e “Maddie”) vieram acentuar as contingências dos usos da genética forense em investigação criminal. Apesar dos sucessos, são reconhecidos os problemas associados à técnica de identificação de indivíduos por perfis de ADN, seja pela contaminação e degradação de amostras, dificuldades na recolha e transporte, ou mesmo pela falta de amostras de referência. Os discursos mediáticos espelham representações populares da genética forense que beneficia da aura de racionalidade, objectividade, neutralidade associada à ciência em geral e ao ADN em particular, mas também do imaginário disseminado por séries populares como o CSI, onde a produção de prova surge referenciada a uma imagem de super-ciência. Os casos mais mediatizados resultam frequentemente em discussões em torno da adequada adjudicação de meios à investigação e prevenção do crime, bem dos sentimentos de (in) segurança das populações. Assim, será nosso propósito lançar um olhar sobre os discursos e as representações mediáticas acerca da genética forense, em contexto de investigação criminal associada a casos amplamente mediatizados. Trata-se de uma modalidade de exposição dos cidadãos a crenças sobre as potencialidades e características da genética forense, que surge conjugada com representações populares da investigação criminal e do sistema de justiça.
Autores: Filipe José da Silva Cardoso Santos; Helena Machado; Filipe Santos;
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131 - I&D Local em Redes Globais
Assistimos, actualmente, a uma tendência crescente rumo à internacionalização de funções de I&D, o que parece estar também associado à possibilidade de as subsidiárias gerarem novos conhecimentos, tecnologias e/ou produtos inovadores. A questão de fundo que está na base desta comunicação prende-se com esta tendência e respeita, especificamente, à análise das vantagens comparativas que levaram à deslocalização de competências de I&D para Portugal dentro da estratégia global das multinacionais. Neste sentido, importa saber que competências de I&D se destinam a Portugal, qual o lugar e o peso das unidades de I&D deslocalizadas na rede multinacional e como as multinacionais gerem as competências e os conhecimentos e operam a sua transferência na rede. A presente comunicação tem como base os resultados preliminares alcançados no projecto I&D.COM _ COMpetências Locais de I&D em Cadeias de Valor Globais. A componente empírica do projecto baseia-se em estudos de caso locais e num estudo de caso "estendido" (que inclui uma unidade de I&D em Portugal, uma unidade de I&D no estrangeiro e os headquarters). A informação disponível até ao momento e que será apresentada nesta comunicação refere-se aos estudos de caso desenvolvidos em duas subsidiárias em Portugal pertencentes à indústria automóvel e de software.
Autores: Paula Cristina Gonçalves Dias Urze; Paula Urze; Maria João Manatos;
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287 - La tercera brecha digital: estratificación social, inmigración y nuevas tecnologías.
Nuestro propósito es hacer una reflexión teórica sobre la evolución del concepto “brecha digital” y su relación con un hecho social relevante y tan actual en España como es la inmigración. Observaremos qué significa tanto la primera brecha digital –acceso a las nuevas tecnologías -, como la segunda –uso que se hace de las nuevas tecnologías. Asimismo veremos si es posible hablar de una “tercera brecha digital”, la cuál se puede referir a la existencia de las disposiciones y prácticas de los inmigrantes que se encuentran con el desarrollo de una ciudad digital en la comunidad receptora. Centramos el análisis en un aspecto determinante para el desarrollo de la sociedad de la información: la apropiación social de las nuevas tecnologías por parte de los inmigrantes extranjeros. El objetivo es examinar la posible existencia de esta tercera brecha digital, la cual se refiere a las posibles relaciones comunitarias estrechas que vinculan a los inmigrantes, a través de las NTICs, con sus comunidades de origen, y les alejan de las nuevas posibilidades comunitarias y administrativas que ofertan los municipios y las ciudades receptoras. Conocer y comprender cuál es la dinámica de estas prácticas sociales se desvela como un elemento necesario en la articulación de políticas públicas, educativas y estrategias empresariales en las que la población inmigrante extranjera será protagonista y dónde se tendrá oportunidad de observar si estamos ante un nuevo fenómeno de estratificación social: la tercera brecha digital.
Autores: Juan Jesús Morales Martín; María del Carmen Rodríguez Rodríguez;
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167 - Novos actores colectivos e novos conhecimentos no campo da saúde
Ao longo das últimas décadas, têm vindo a constituir-se, em diferentes partes do mundo, associações ligadas a problemas de saúde. Uma das principais características destas associações é a de serem formadas por familiares de pessoas portadoras de deficiência ou sofrendo de doenças que limitam ou impedem a sua participação autónoma no espaço público. É sobretudo no campo das doenças órfãs, das doenças degenerativas, das doenças do foro mental e das várias formas de deficiência que as famílias assumem um papel fundamental ao constituírem-se como novos actores colectivos que funcionam como grupos de pressão e de sensibilização, contribuindo para o combate à doença e para a sua reconceptualização. Neste texto apresentamos resultados preliminares de trabalho em curso, procedendo a uma caracterização das associações de doentes em Portugal, com especial relevo para aquelas que apresentam as características acima descritas.
Autores: Marisa Matias; João Arriscado Nunes; Ângela Marques Filipe; Marisa Matias;
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518 - O debate público sobre as ciências e as tecnologias emergentes: o caso da Nanotecnologia.
O desenvolvimento das ciências e tecnologias emergentes, como as nanociências e as nanotecnologias, tem tornado manifesta a preocupação tanto dos actores nele envolvidos – os “nanoenactors” – como de diferentes organizações e grupos de cidadãos com as suas implicações éticas, sociais e jurídicas. De maneira diferente do que sucedeu em relação a outras situações associadas à inovação tecnológica, como no caso da biotecnologia, essa preocupação tem levado a procurar lançar o debate público a montante do desenvolvimento dessas tecnologias, de modo a tornar possível a discussão sobre as orientações de investigação e de inovação e as suas implicações para a ordem social, a saúde, o ambiente ou a economia. O desenho de novos espaços de envolvimento dos cidadãos que permitam a expressão das suas preocupações, concepções éticas, experiências e saberes torna-se assim um imperativo do desenvolvimento responsável de tecnologias emergentes. Nesta comunicação serão apresentados os resultados preliminares de um projecto internacional (DEEPEN) que procura desenhar e experimentar formas de participação pública adequadas às características específicas associadas às ciências e tecnologias emergentes, no caso as nanociências/nanotecnologias.
Autores: Angela Sofia Marques Castela Filipe; João Arriscado Nunes; António Paiva de Carvalho; Ângela Marques Filipe; Marisa Matias;
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457 - Promessas ou certezas? Carreiras científicas de jovens investigadores
Tendo como objectivo o incentivo ao prosseguimento de carreiras científicas em Portugal, desde 1994 o Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação tem vindo a apoiar anualmente um conjunto de pesquisas, em diversas áreas temáticas, apresentadas por jovens com currículos considerados particularmente promissores. Treze anos volvidos após o lançamento do concurso, o que terá acontecido a estes jovens? Uma equipa do CIES-ISCTE procurou reconstituir e analisar as suas carreiras, identificando perfis-tipo baseados em indicadores de percurso académico, produção científica, mobilidade institucional e participação em redes de investigação nacionais e internacionais. O retrato traçado confirmou, entre outros, a importância da acumulação de “capitais científicos” na compreensão daquelas trajectórias, bem como a existência de padrões claramente diferenciados nas diversas áreas disciplinares; mas, antes de mais, revelou-se um reflexo bastante ilustrativo dos contextos e dinâmicas da ciência na sociedade portuguesa actual.
Autores: Cristina Palma Conceição; Ana Rita Coelho; Ângela Dias; António Firmino da Costa;
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Nesta comunicação abordamos a problemática das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na perspectiva da construção da sociedade da informação, na óptica da concepção e produção das infra-estruturas técnicas que a sustentam. Com base num conjunto de indicadores que medem a importância deste subsector na economia dos respectivos países, analisou-se o contributo relativo de um conjunto de países europeus pertencentes à OCDE, no segmento de produção das TIC, em 2001. Com o objectivo de definir uma tipologia de países a partir do peso do sector TIC nas respectivas economias, foi efectuada uma Análise de Clusters que permitiu proceder ao agrupamento dos países em estudo em três grupos com perfis distintos.
Autores: Madalena Ramos; Luísa Oliveira; Alexandra Duarte;
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As averiguações oficiosas de paternidade constituem um lugar de observação privilegiado da forma como o sistema judicial português responde às exigências de protecção dos direitos dos cidadãos – especialmente daqueles que carecem de maior protecção por parte do Estado, os menores. Se a Galinha não conta, ninguém sabe quem pôs o ovo. Mas o Estado, por intermédio do Ministério Público, vai procurar compulsivamente a verdade biológica, através não só dos testemunhos da mãe, mas também do uso de provas periciais (DNA) e provas documentais. Procura-se com esta comunicação dar a conhecer o sistema e identificar os possíveis bloqueios, deficiências e problemas existentes em Portugal no âmbito da averiguação oficiosa de paternidade, através dos modos de intervenção dos diferentes actores institucionais e da forma como se produz conhecimento público considerado fiável e robusto neste tipo de processos.
Autores: Susana Costa Pires Marques; Susana Costa;
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Populações, Gerações e Ciclos de Vida
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20 - Atitudes e normas sociais dos Europeus sobre a transição para a vida adulta
Com esta comunicação pretendo divulgar dados relativos às atitudes dos Europeus sobre a transição para a vida adulta. A comunicação baseia-se em dados retirados do módulo sobre os timings do ciclo de vida dos indivíduos introduzido na terceira ronda do Inquérito Social Europeu. Esses dados permitem-nos efectuar análises comparativas inovadoras sobre: 1) as atitudes sobre os eventos relevantes da passagem para a vida adulta; 2) as normas sociais relativas à idade apropriada para entrar no mercado de trabalho, sair de casa, constituir família, etc. A pesquisa será levada a cabo à luz dos processos complementares de institucionalização e individualização no contexto europeu. É efectuada uma análise de modo a perceber se existem diferenças e dualidades de critério no que respeita à transição para a vida adulta feminina e masculina. São igualmente tidos em conta factores como o grau de escolaridade e o estatuto profissional dos indivíduos. Este tipo de análise permite perceber até que ponto a autonomização financeira dos jovens será uma condição necessária para a obtenção desse estatuto e que tipo de autonomização (financeira ou existencial, por exemplo) é considerada mais relevante, em que países e em que situações.
Autores: Tiago Lapa;
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A participação das crianças em processos de Orçamentos Participativos (OP) mostra-nos as crianças como actores sociais envolvidos na acção política local. O OP é um processo de gestão partilhada dos municípios em que participam os órgãos autárquicos eleitos e os munícipes, individualmente e/ou através de associações da sociedade civil. É um dos diversos instrumentos de democracia participativa e assume formas diferenciadas. O OP concretiza uma relação entre a democracia representativa e a democracia participativa e tem como um dos objectivos tornar o governo autárquico mais transparente, socialmente mais justo e politicamente mais próximo dos cidadãos. Mais ainda, visa a inserção de grupos sociais que tradicionalmente permanecem fora dos espaços de discussão e decisão, como é o caso do grupo social da infância. Os orçamentos Participativos de Crianças e Jovens (OPCJ) são processos sociais inovadores que têm como objectivo envolver as crianças em processos de participação cidadã, nomeadamente questões relacionadas com o espaço onde vivem. Promove e institucionaliza a participação das crianças no quadro político e simbólico. Encoraja, ainda, a participação cívica e reconhece o papel e importância das crianças como cidadãos, uma vez que o OP é considerado um espaço efectivo de prática da cidadania, de participação e de acompanhamento de políticas públicas. A experiência da participação das crianças nos OP também nos mostra a possibilidade de levar a cabo o planeamento urbano com as crianças, em vez de para as crianças.
Autores: Catarina Tomás;
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No anseio por reconhecer o papel ativo das crianças em sua socialização, isto é, considerar as crianças atores sociais e produtoras de cultura, muitos estudiosos da infância pretenderam “repensar” uma série de conceitos sociológicos clássicos, como o conceito de socialização. Meu trabalho, em defesa do uso do conceito de socialização, apresenta uma leitura das obras de George H. Mead e Georg Simmel a respeito do conceito processos de socialização à luz de questões suscitadas no interior do domínio da sociologia da infância.
Autores: Tamara Grigorowitschs;
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Uma das principais consequências do aumento acelerado do envelhecimento populacional, com fortes implicações estruturantes, dá-se a nível do sector da saúde, facto que tem levado à procura de novas estratégias de abordagem deste fenómeno não só como positivo, como um novo desafio que se coloca aos governantes e decisores políticos. Com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde que coloca o envelhecimento no centro das políticas de promoção da saúde das cidades que integram o movimento das Cidades Saudáveis, têm surgido alguns programas que pretendem obter ganhos em saúde, numa camada da população tão heterogenia e vulnerável. Tendo por base o Programa “Envelhecer com Qualidade”, lançado pelo Município de Viana do castelo, em 2006, inserido nestas novas estratégias de promoção da saúde, levamos a cabo um estudo de caso para apreender até que ponto os seus objectivos têm sido conseguidos. Apesar de se tratar de um estudo exploratório que nos dará pistas para uma avaliação mais profunda do mesmo, permitiu-nos perceber que os factores de ordem mental e social têm um impacte positivo na prevenção e promoção saúde da população.
Autores: Margarida Torres Martins Leite e Silva; Margarida Torres; Eva Marques;
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O jogo, o brinquedo e a brincadeira formam uma trilogia inseparável, que através dos tempos tem marcado boa parte do processo desenvolvimental do indivíduo, sobretudo o que acontece na fase inicial da sua existência. Jogar e brincar e uma parte significativa dos instrumentos para tal necessários, tem, ainda hoje, num tempo de mudança vertiginosa, marcas de intemporalidade. As crianças sempre brincaram e sempre hão-de continuar a fazê-lo. Todavia, o processo de mudança que o mundo do digital e da Internet fez despoletar tem afectado acentuadamente a paisagem que durante séculos pouco se havia alterado. Fazer uma viagem intergeracional ao longo de quatro gerações com o intuito de conhecer o que permanece e a dimensão do que, efectivamente, mudou no brinquedo, no jogo e na brincadeira, nas suas mais variadas formas e, com isso, procurar arrumar os trajectos seguidos, é o desafio que se coloca, na expectativa de trazer à temática novas perspectivas de abordagem e entendimento.
Autores: Alberto Nídio Barbosa de Araújo e Silva; Alberto Nídio Silva;
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186 - Juventude: educação e cidadania no contexto da diversidade cultural
A pesquisa estuda a formação da juventude de diferentes meios sociais, considerando os múltiplos pertencimentos dos sujeitos; o jovem enquanto agente social e sujeito produtor da cultura; busca saber quais os significados e os padrões culturais que os jovens utilizam para organizar sua vida cotidiana e interpretar as suas experiências, as várias formas de manifestações das culturas juvenis: crenças, valores, símbolos, normas e práticas sociais compartilhadas pelos jovens. O foco da investigação é o jovem enquanto agente social e sujeito produtor da cultura. O trabalho discute as formas de organizações e expressões culturais juvenis, no sentido de compreender como este segmento vivencia a diversidade cultural; problematiza as contradições, limites e possibilidades contidos no processo educativo referente à formação da juventude, tendo como norte a pluralidade cultural. Após a revisão das abordagens mais fecundas que vinculam à educação e formação juvenil, orientada pelas categorias de juventude, participação social, culturas juvenis e resgate da cidadania e passa-se a analise de práticas educativas vivenciadas pelos jovens de diferentes meios sociais, focando a desconstrução e a reconstrução das concepções e práticas educativas voltadas para a formação dos jovens, à luz de um projeto de valorização da cidadania crítica em sociedades multiculturais como no caso brasileiro.
Autores: maria nobre damasceno; Maria Nobre Damasceno;
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764 - LUGARES DE VELHOS POBRES EM GRUPOS DE CONVIVÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRO
Nas sociedades contemporâneas, observa-se desde o final do século XX o nascimento de uma “nova velhice” e o surgimento de termos classificatórios como “terceira idade”. Como fator associado a essas noções, no Brasil, destaca-se a emergência de grupos de idosos. Esta comunicação apresenta resultados parciais de pesquisa realizada com grupos de idosos pobres na cidade de Crato, no Nordeste do Brasil, enfocando representações sobre terceira idade inseridas na experiência de convivência coletiva.
Autores: Domingos Sávio de Almeida Cordeiro;
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276 - O envelhecimento sócio-profissional entre saberes, afazeres e pareceres
A presente comunicação é uma reflexão sobre o estatuto e o lugar da idade na modernidade da vida activa e no quotidiano das vivências entre as gerações. A idade cronológica tornou-se um marcador social insuspeito nas diferentes formas de relacionamento e na atribuição de estatutos em sociedade. Particularmente claro na definição de regras de progressão no trabalho ou na transição e retirada da actividade, o valor da idade e da antiguidade no trabalho é hoje amplamente questionado. O desempenho activo em idades avançadas defronta-se, por um lado, com a modernidade tecnológica dos meios de trabalho e, por outro, com a redefinição estatutária da idade para o emprego. Mas os processos de envelhecimento sócio-profissionais são variados e estão sujeitos aos diferentes constrangimentos contextuais em que participam, nomeadamente, as políticas activas de emprego, as políticas sociais assim como as políticas de recrutamento empresarial, ambas incorporando representações sociais sobre os atributos da idade e da empregabilidade ao longo dos anos. Há sectores artesanais, como o da pesca, com estruturas activas, teoricamente mais envelhecidas que denotam um lugar diferenciado da idade na partilha geracional do trabalho, dos saberes e afazeres. Apoiando-nos na confrontação de resultados que destacam tanto o entendimento e as manipulações mais usuais da idade declarada como os diferentes constrangimentos a que os diversos ambientes laborais expõem os trabalhadores, procuraremos trazer a debate a configuração do envelhecimento sócio-profissional seguida a partir de três vectores chave: os saberes, as atribuições funcionais e a aparência.
Autores: Licínio Manuel Vicente Tomás; Lícínio Manuel Vicente Tomás;
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395 - O que é “ser adulto”? As práticas e representações sociais – A Sociologia do Adulto.
Tem-se desenvolvido um extenso e importante trabalho sobre a transição dos jovens para a vida adulta mas, não será relevante tentar saber o que significa “ser adulto” para que se compreendam melhor esses processos de transição? Como se pode entender a transição para algo que não se sabe muito bem o que é? Com o propósito de promover a construção de uma Sociologia do Adulto em Portugal desenvolveu-se a investigação “O que é ser adulto? As práticas e representações sociais sobre o que é “ser adulto” em Portugal”. Estudo realizado no âmbito do Doutoramento em Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa ISCTE) em parceria com o Institut National d’Études Démographiques (INED - Paris). Avança-se agora com os resultados do questionário aplicado em 2006 a uma amostra de 1571 indivíduos residentes em Portugal continental e com idades entre 25 e 54 anos. Esta investigação pretende contribuir para o desenvolvimento de teorias que potenciem as possibilidades da vida social do adulto na modernidade avançada, assim como apreender quer a unidade quer a diversidade que caracterizam a adultez.
Autores: Filomena Carvalho Sousa; Filomena Sousa;
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Com base em entrevistas realizadas a duas linhagens familiares femininas no âmbito do projecto Género e Gerações: continuidade e mudança nas narrativas familiares (ICS-UL), procura-se analisar discursos de mulheres de diferentes gerações acerca das experiências que marcam as suas trajectórias afectivas (os seus momentos inaugurais, a escolha dos parceiros, a intimidade sexual), assim como captar o seu quadro de valorações e permissividades face à sexualidade. Assumindo estes domínios como valiosos depositários das transformações recentes da sociedade, pretende-se que a visitação aos ideários e às práticas destas três gerações de mulheres reflicta a importância dos seus contextos de pertença na formação das trajectórias e na adesão a certos valores, sem no entanto deixar de evidenciar o carácter individual e irredutível que cada uma destas narrativas comporta.
Autores: Dulce Morgado de Brito Neves; Dulce Morgado Neves;
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94 - UNIVERSIDADE ABERTA E A EDUCAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE
Atualmente verifica-se uma mudança significativa no perfil demográfico da população brasileira. O Brasil apresenta, segundo o IBGE, cerca de 9% da população, 15 milhões de idosos, contrariando o slogan por muito tempo sustentado de que o Brasil é um país jovem. Pela projeção do mesmo Instituto, o Brasil em 2025 será constituído por 34 milhões de idosos, cerca de 15% da população. Considera-se idoso, pessoas com 60 anos ou mais, segundo o Estatuto do Idoso, Lei 10741/03. A Universidade Estadual de Ponta Grossa, baseada no tripé de ensino, pesquisa e extensão, há 15 anos desenvolve pesquisas e reflexões sobre o envelhecimento e a velhice. A partir dessas investigações, aliada a responsabilidade social como instituição geradora e socializadora de conhecimentos, criou o curso da Universidade Aberta da Terceira Idade, o qual hoje possui em torno de 300 alunos. O referido Curso tem como objetivos a aquisição de conhecimentos, informações e atualização por parte dos idosos, valorização, elevação da auto estima e melhoria na qualidade de vida desse segmento da população. Assim, essa pesquisa teve como objetivos refletir sobre a velhice, analisar a importância da educação permanente, estabelecer o perfil dos idosos que freqüentam a UATI e verificar as mudanças de comportamento dos idosos depois de freqüentaram o curso. A metodologia utilizada foi bibliográfica, descritiva, quantiqualitativa, com a utilização de questionário e coleta de depoimentos como instrumentos da pesquisa. Como resultados relevantes, pode-se constatar a importância do Curso e as mudanças significativas apontadas pelos idosos, principalmente no que se refere a maior integração intergeracional, maior participação social, melhoria na qualidade de vida, resgate da auto estima e da cidadania do idoso.
Autores: Rita de Cássia Oliveira; Flávia da Silva Oliveira;
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Saberes e experiências profissionais
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402 - Gerontólogo: A construção de uma nova profissão na área da saúde
Objectivo central desta comunicação é partilhar um conjunto de reflexões sobre o processo de construção das novas profissões, ou semi-profissões, em Portugal. Este texto consta com três contributos distintos. O primeiro, advém da experiência com o estudo sobre a identidade profissional e o uso do conhecimento em contexto de trabalho pelos técnicos superiores das associações e cooperativas agrárias (conferir, Pereira, 2005). O segundo emana da docência das disciplinas de socioantropologia e de sociologia do envelhecimento leccionadas ao curso de gerontologia da Escola Superior de Saúde de Bragança (ESSa). Por fim, o último contributo resulta da revisão da literatura sobre nova disciplina denominada gerontologia e/ou gerontologia social. O contributo empírico resulta de um estudo realizado com os finalistas do curso de licenciatura em gerontologia da ESSa. Os dados preliminares deste estudo indiciam, que estes cuidadores de idosos enfrentam a necessidade de marcação do território com profissionais (assistentes sociais e psicólogos) que “ocupam” desde há muito o terreno de excelência dos gerontólogos. É igualmente marcante a importância da socialização primária na escolha da profissão, assim como, a confiança depositada na preparação técnica, científica e humana, adquirida ao longo do curso superior. Por fim, o caso dos gerontólogos, ilustra muito bem toda a complexidade do seu campus profissional.
Autores: Fernando Augusto Pereira; Fernando Pereira;
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442 - Jornalismo: uma profissão em mudança
Sair de um regime de Censura para a Liberdade de Imprensa exigiu um período de aprendizagem, a fazer pela primeira vez a reportagem de manifestações, de conferências de Imprensa, reportagem em directo: “A simples forma de tratar comunicados de várias páginas que era preciso reduzir a uma notícia era uma aprendizagem. Vivíamos um turbilhão social, éramos cidadãos, estávamos no meio da Revolução.” Daí resultou “uma geração que discute, se interroga, que está nas redacções com um posicionamento particular, que é estar sempre a discutir o trabalho e a profissão. As novas gerações não discutem tanto a profissão, não discutem tanto os trabalhos, e isso cria vícios de rotina, até de estatuto e identidade profissional” Que impacto tem essa mudança quando, cada vez mais, a velocidade e o directo deixam o jornalista a sós com as suas dúvidas? Uma reflexão sobre jornalismo, a partir de entrevistas realizadas no âmbito do projecto "Perfil do Jornalista".
Autores: Diana Andringa;
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Saúde, Corpo e Sexualidade
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72 - "Sinto logo existo!...” – Estudo Sociológico sobre Sexualidade na Terceira Idade
O presente artigo baseia-se nos resultados alcançados num trabalho de investigação desenvolvido no Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia da Universidade de Minho, no âmbito da dissertação de Mestrado em Sociologia – Área de Especialização em Saúde, subordinado ao tema: “Sinto Logo Existo!...” – Estudo Sociológico sobre Sexualidade na Terceira Idade. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo simples, através do qual se pretendeu compreender sociologicamente a resposta à pergunta: de que forma os homens e as mulheres com idade igual ou superior a 65 anos vivenciam a sua sexualidade? Do ponto de vista metodológico, o estudo desenvolveu-se a partir de uma amostra por conveniência, que abrangeu 45 indivíduos de ambos os sexos, utentes de dois Lares do Concelho de Pombal, com idades compreendidas entre os 65 e os 94 anos, cuja orientação sexual, explicita, é heterossexual. Como instrumento de medida e recolha de informação, foi utilizada a entrevista semi–estruturada, sujeita posteriormente a uma análise categorial. A metodologia seguida permitiu-nos concretizar os objectivos traçados e validar a hipótese de investigação de que, contrariamente a certas ideias preconcebidas nas sociedades modernas, o processo de envelhecimento natural dos indivíduos não impede o desenvolvimento de uma vida sexual activa na velhice. Concluiu-se que a maioria dos sujeitos da amostra manteve a actividade sexual após os 65 anos, com relevância para o género masculino. Destes, cerca de um quarto (n=8; 4 homens e 4 mulheres) mantém a actividade sexual. É no grupo etário entre os 70 e os 79 anos que a generalidade dos sujeitos cessa as relações sexuais.
Autores: Rui Pedro Santos Valente; Rui Valente ;
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Esta comunicação aborda a questão da sexualidade nas idades avançadas, área em que têm sido identificados alguns mitos relacionados com a ausência do desejo e o fim da função sexual. Por outro lado, o aumento de casos de VIH/SIDA em pessoas idosas tem chamado a atenção para o reduzido conhecimento que se tem sobre esta temática. A comunicação é baseada numa pesquisa empírica, de natureza qualitativa que foi realizada num lar para pessoas idosas no Concelho de Loures, e baseou-se em entrevistas a residentes da unidade residencial, tendo sido abordados temas como o interesse pelas questões da sexualidade, a atitude da família, o relacionamento amoroso e as barreiras à intimidade na unidade residencial.
Autores: Fausto Amaro; Catarina Tomaz;
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Sexualidade e sentimento amoroso são aspectos que estão hoje em dia muito presentes na vida dos indivíduos, fazendo parte do modo como vivem a sua juventude e de como fazem a sua entrada na vida adulta. Actualmente, é comum para um jovem entrar na vida conjugal como uma bagagem significativa de experiências sexuais. No entanto, e apesar de todo um novo campo de possibilidades que se abre, especialmente, para as mulheres, continuam a existir diferenças nos percursos sexuais dos jovens, nas suas práticas e nos significados que as envolvem. Partindo do pressuposto que estas diferenças nos percursos sexuais existem, e que estarão relacionadas com diversos factores, entre os quais a posição social dos jovens, o objectivo principal da presente comunicação é o de perceber qual a importância da iniciação sexual para os jovens e de contribuir para explicar de que modo esta se torna (ou não) significativa na construção da identidade dos mesmos. Para tal iremos analisar o resultado de entrevistas realizadas a mães adolescentes e a jovens adultos, da região de Leiria e Ourém. Consideramos que a iniciação sexual é vivida pelos jovens como assimétrica. Rapazes e raparigas não a experimentam da mesma maneira, têm diferentes espaços de manobra e diferentes pressões morais que recaem sobre eles. Contudo, questionamo-nos até que ponto as diferenças intra-género não serão tão ou mais significativas do que as diferenças inter-géneros, na iniciação sexual dos jovens.
Autores: Ana Cristina Henriques Marques; Cristina Marques;
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Os cuidados paliativos surgiram como reacção aos cuidados despersonalizados prestados nos hospitais aos doentes terminais. A prestação de cuidados a estes doentes coloca vários desafios aos profissionais de saúde, nomeadamente no que respeita ao alívio do sofrimento e à proximidade da morte. Com o propósito de atribuir significado aos cuidados prestados aos doentes terminais, os profissionais de saúde desenvolvem um sistema de valores, cuja base assenta na ideologia da boa morte. O objectivo da presente comunicação é o de identificar, a partir da análise de 9 entrevistas em profundidade efectuadas a enfermeiros, com idades compreendidas entre os 26 e os 64 anos, de um serviço de cuidados paliativos, as estratégias e as lógicas de apoio desenvolvidas por estes profissionais de saúde de forma a minimizar o impacte do stress decorrente da natureza do seu trabalho com doentes terminais. Propondo-se que o sistema de valores partilhado pelos profissionais de saúde, é construído e reconstruído dentro do cenário de prestação de cuidados, parte-se da hipótese de que as situações de stress encontram-se relacionadas com a forma como percepcionam as ameaças a esse sistema de valores. Através desta pesquisa pretende-se compreender quais os elementos que configuram esse sistema de valores e analisar os mecanismos accionados de forma a minimizar o impacte das situações de stress.
Autores: Ana Patrícia Silva Souto Lourenço Hilário; Ana Patrícia Hilário;
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Partindo de um projecto de investigação em decurso sobre padrões de pluralismo terapêutico na acção e racionalidade leigas no plano dos consumos medicamentosos, procura-se problematizar quer a propositividade interna do conceito, quer a sua interrelação com um campo carregado pelo conceito de pluralismo médico. Este permitiu sustentar a compreensão da natureza compósita dos sistemas médicos modernos, e desnaturalizar neles a “evidência” da dominância da medicina moderna. Contudo, é um conceito fiel a uma genealogia institucional, que pressupõe e relança no mapeamento dos percursos terapêuticos leigos, constrangendo a possibilidade de lhes descortinar padrões mais complexos de criatividade social. Reflectindo a revisão sociológica das narrativas modernas de organização social, pretende-se explorar com o conceito de pluralismo terapêutico as condições de possibilidade e implicações analíticas da crescente descoincidência entre esses mapas institucionais e os padrões leigos de construção de formas particulares de pluralismo, a partir de uma relação de relativo descomprometimento com práticas e concepções terapêuticas crescentemente desvinculadas ou desvinculáveis dos seus corpos institucionais de origem.
Autores: Telmo Costa Clamote;
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46 - Estilos de vida associados à saúde e cuidados corporais na imprensa portuguesa
A presente comunicação resulta da investigação realizada no âmbito do programa de doutoramento em Sociologia, do Departamento de Sociologia do ISCTE, com o título Imagem mediática dos consumos: mediação do jornalismo de mercado na construção social dos estilos de vida. Pretendemos, aqui, discutir a forma como a imprensa portuguesa expressa e constitui os consumos e estilos de vida tomando como referente duas dimensões consideradas: saúde e cuidados corporais. Mestas duas dimensões identificamos a presença de um jornalismo de mercado que se traduz em peças noticiosas onde se conjugam as lógicas discursivas do jornalismo e do marketing. Trata-se, pois, de um estudo centrado na análise do discurso jornalístico em que o conceito de mediação assume um papel central, na medida em que, por um lado, os média são um dos construtores sociais da realidade, mas, por outro lado, essa imagem mediatizada é apropriada, integrada e reelaborada pelos seus leitores. Sendo que esta investigação não se centra nos processos produtivos ou de recepção dos produtos noticiosos, pretendemos dar conta da forma como os média expressam e constituem os consumos e estilos de vida associados à saúde e aos cuidados corporais.
Autores: Susana Alexandra Frutuoso Henriques; Susana Henriques;
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696 - Medicamentos e Pluralismo Terapêutico: reflexões metodológicas
No âmbito de um projecto de investigação em curso sobre “medicamentos e pluralismo terapêutico”, em que se procura explorar analiticamente o espectro de formas de pluralismo terapêutico actualmente emergentes, bem como as modalidades de activismo leigo e de reflexividade em que esse mesmo pluralismo assenta, pretende-se com esta comunicação dar conta de algumas reflexões metodológicas decorrentes das várias fases do processo de recolha de informação. Esse processo foi levado a cabo em diferentes contextos de inquirição (Centros de Saúde, Lojas de Produtos Naturais e Clínicas de Medicinas Alternativas) e desdobra-se em 2 fases principais. Na primeira fase essa recolha foi feita através de um inquérito por questionário com o propósito de traçar um retrato sociográfico de pluralismo terapêutico, e na segunda fase essa recolha será feita através de entrevistas em profundidade a alguns dos anteriores inquiridos, com o objectivo de captar indirectamente as “processualidades”, as “lógicas cognitivas” e o tipo de saberes mobilizados em matéria de opções terapêuticas.
Autores: Hélder António dos Santos Nunes Raposo; Hélder Raposo; Noémia Lopes; Elsa Pegado; Telmo Clamote;
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204 - O corpo, o consumo e o investimento corporal: as dietas e o exercício
Neste artigo analisamos as relações estabelecidas entre o tipo de corpo ideal e os investimentos efectuados pelas adolescentes, nomeadamente as dietas e o exercício físico. Numa sociedade de consumo, as convicções e convenções são substituídas pela flexibilidade e pela mobilidade, permitindo deste modo, e através do próprio consumo, transformar as representações da ‘boa vida’ em realidade. Por isso, a construção do ‘eu’ traduz-se na posse de bens desejados e na prossecução de estilos de vida que envolvem uma dada construção corporal. Funde-se a preocupação interna com a saúde e a preocupação externa com a aparência, o movimento e o controlo do corpo. Dois factores são fundamentais na sociedade de consumo: a dieta e o exercício físico. Estas formas de investimento corporal são usadas para preservar a vida, aumentando os seus prazeres, que passam por consumir, gastar e saciar o desejo: o corpo na cultura de consumo é então um veículo de prazer. Mostramos como, com base na comparação social, as adolescentes desenvolvem estratégias socialmente aprovadas para alcançar o tipo de corpo que lhes permite uma nova forma de ‘ascensão’ social.
Autores: Maria João Cunha; Mariã João Cunha;
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A temática da corporeidade e dos usos do corpo vem sendo amplamente estudada em ciências sociais. Alguns estudos em torno do fenômeno do culto ao corpo entre mulheres evidenciam que o padrão de beleza difundido contemporaneamente está intimamente relacionado à manutenção de um corpo magro. Deste modo, a busca pela magreza parece ter se tornado um estilo de vida moderno. É o que se vê nas passarelas da moda, na publicidade e nos corpos das mulheres de sucesso que têm reconhecimento e admiração pública vinculados à aparência física. Se os transtornos alimentares se localizavam na condição de sofrimento mental, contemporaneamente são cultuados como estilo de vida por milhares de jovens que se comunicam e interagem pela Internet. Partindo da análise de diários virtuais e páginas pessoais disponíveis na Internet, a presente proposta tem como objetivo refletir sobre o fenômeno do culto ao corpo na modernidade, enfocando, especificamente, as práticas de culto à magreza adotadas por jovens mulheres que defendem a anorexia como estilo de vida e o movimento “Pró-Ana” do qual afirmam fazer parte.
Autores: Marcela Carvalho Martins Amaral; Marcela Amaral;
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A comunicação apresenta o resultado de um estudo exploratório, sobre as percepções e preocupações dos cidadãos relativas à alimentação e às doenças cardiovasculares e ao papel da televisão na educação para a saúde. Com base numa amostra de conveniência, foram inquiridos 35 indivíduos, de diferentes faixas etárias, num Centro de Saúde, em duas lojas dietéticas e numa grande superfície, de Lisboa. A maioria dos inquiridos mostrou interesse pelos temas de saúde, nomeadameante, pelo da alimentação e das doenças cardiovasculares, e afirmou que se esforça por ter uma dieta saudável. Na sua maioria, pensam que os média podem ser uma ferramenta crucial, na educação para a saúde, mas são de opinião que devia haver mais informação, sobretudo, na televisão. Os resultados desta pesquisa questionam a relação entre a informação em saúde e o comportamento, pois os dados conhecidos sobre a morbilidade cardiovascular em Portugal parecem contradizer as respostas dos inquiridos.
Autores: Daniela Edite Afonso Carvalho Gonçalves; Diana Edite Afonso Carvalho Gonçalves;
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Neste texto parte-se de uma concepção epistemológica da produção artística, apresentando-a como forma de conhecimento com exegeses e intervenções sobre a doença alternativas ao núcleo hegemónico dos discursos e práticas da biomedicina. Pretende-se uma análise dos diálogos e confrontos estabelecidos entre arte, biomedicina e conhecimentos incorporados, procurando as continuidades, as configurações híbridas e os incomensuráveis entre as três versões do real nas suas representações e intervenções sobre o cancro através da exploração de dois projectos artísticos de produção feminina centrados no cancro de mama. A produção artística será analisada como um exercício alternativo de vivência, compreensão e acção sobre a doença oncológica proposto por mulheres nos seus confrontos individuais com o cancro. A proposição de contra-hegemonia depende de assumirmos estas propostas enquanto resistências a leituras e planos de acção procedentes de instituições e actores dominantes na abordagem à doença, onde podemos incluir a versão hegemónica do sistema biomédico, as transnacionais farmacêuticas e a ciência sob o formato material de tecnologias da saúde.
Autores: Susana de Noronha;
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571 - Reprodução Medicamente Assistida: da definição dos riscos médico à construção do risco social
Até há bem pouco tempo, a definição e a gestão do risco baseava-se em assunções exclusivamente técnico-científicas. A teoria social do risco veio alterar este estado de coisas, incorporando na sua análise as dimensões sociais, culturais e políticas, que até então não eram tidas em conta. Ainda que com alguma frequência o debate médico, e muito esporadicamente o debate público levantem a questão dos riscos associados aos tratamentos de infertilidade e à reprodução medicamente assistida, os mesmos desenvolvem-se quase que exclusivamente em torno da noção biomédica do risco. Estudos na área das ciências sociais têm vindo a contestar este reducionismo e a apresentar riscos que não são usualmente identificados pela medicina da reprodução. A presente comunicação, embora dê conta dos riscos médicos e dos riscos sociais das tecnologias de reprodução medicamente assistida, procura, sobretudo, explicitar o modo como ambos são definidos e geridos pessoal e quotidianamente por quem os experimenta, os casais envolvidos em tratamentos de infertilidade.
Autores: Amélia Augusto;
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715 - Ser Portador de Doença de Machado-Joseph: Análise de um Estigma
Este estudo tem o conceito de identidade social do doente como central e procura abordar os processos de (re)construção identitária dos doentes, num processo de erosão biográfica e estigmatização social dos DMJ, numa situação em que o corpo funciona como “intermediário” de deficiências que resultam em incapacidades de desempenho, crescente limitação e morte. Pretende-se mostrar que o problema em estudo é muito mais complexo do que apenas uma doença que existe em vários pontos do planeta, pois o estigma social é real e sentido pelas famílias portadoras de DMJ.
Autores: Daniela Almeida de Medeiros de Sousa Soares; Daniela Medeiros Soares;
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113 - «A primeira vez» — juventude, género e sexualidade
A sexualidade é actualmente vivida numa sociedade secularizada em que é manifesto o declínio da influência das instituições e das morais religiosas na organização da vida privada. A sexualidade inscreve-se cada vez mais no campo das decisões e das escolhas individuais. Sem que isto signifique a ausência de regulação social, na medida em que não é possível escapar aos condicionalismos sociais, a sexualidade manifesta-se, contudo, num contexto relacional cada vez mais igualitário em que cada um pode manifestar as suas escolhas e em que a procura do prazer se torna não apenas uma descoberta mas também uma afirmação identitária Como se opera então a passagem para a sexualidade genital? «A primeira vez» é sempre o momento inaugural da entrada na sexualidade adulta? Até que ponto a «permissividade» social não terá banalizado essa entrada? A partir de um inquérito à sexualidade dos jovens portugueses realizado em 2007 a uma amostra representativa, a comunicação procura explorar e trazer elementos de respostas a estas questões. Recorrendo a procedimentos estatísticos, procede-se à avaliação dos factores que mais condicionam a entrada na sexualidade adulta, identificando as resistências que, eventualmente, se manifestem em relação a uma completa convergência de género.
Autores: Pedro Moura Ferreira; Pedro Moura Ferreira ;
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Sessões Intertemáticas
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Após reflectir sobre a sua eficácia ao nível da gestão de empresas informais pretende-se analisar até que ponto um modelo paternalista de gestão de recursos humanos pode ser aplicável a unidades do sector formal, onde as lógicas de maximização do lucro assumem, à partida, uma dimensão mais exigente. Se esse modelo se adaptada às necessidades sócio-económicas da África sub-sahariana – colmatando a debilidade do Estado Providência ao nível da educação, da saúde ou da habitação – um facto é que o mesmo modelo é criticado por não promover a autonomia e a emancipação social dos trabalhadores africanos, proporcionando o servilismo e uma elevada submissão à autoridade. O artigo pretende reflectir, também, sobre os pressupostos epistemológicos inerentes a esta concepção de desenvolvimento.
Autores: João Paulo Feijó Barreira; João Feijó;
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284 - A socialização para cooperação: uma análise de práticas de educação não-formal
O artigo pretende tratar da seguinte questão: quais são e como são desenvolvidas práticas de educação não-formal que socializam o valor cooperativo. Para tanto, fazemos um estudo de caso em um grupo cultural do Programa de Animação Cultural (PAC). Nossa atenção está voltada para a cooperação, ou seja, ao fazer junto, e ao valor cooperativo, que se aproxima da idéia de solidariedade, implicando empatia e comprometimento com o outro. Através de observação participante, entrevistas e análise documental fazemos uma descrição etnográfica utilizando alguns indicadores de práticas cooperativas, como, por exemplo: atividades realizadas em grupo e estímulo de respeito ao outro. O Animador Cultural do grupo cultural observado propiciou oportunidades de socialização do valor cooperativo, mas por sua identificação com o papel do professor, ele falou mais sobre as práticas cooperativas do que oportunizou momentos de vivência delas.
Autores: Júlia Figueredo Benzaquen; Júlia Benzaquen;
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A constituição, no DF, de um espaço político próprio, tardiamente institucionalizado (meados dos anos 80) está estreitamente relacionada à singularidade da configuração social na qual ele emergiu. Durante sua história, Brasília superou sua vocação burocrática original e se desenvolveu de forma complexa, face sobretudo à chegada contínua de fluxos migratórios assimétricos. Limitada a princípios urbanísticos rígidos, ela deu origem a numerosas ramificações, e uma forte hierarquização se estabeleceu entre as cidades satélites que lhe circundam (as mais periféricas sob a forma de enclaves de pobreza). A diferenciação do espaço político brasiliense constitui um desdobramento deste processo ambivalente de expansão urbana. Sustentamos a hipótese de que sua especialização, em plena redemocratização, decorre de um contexto social específico : o da agravação da crise urbana relativa à distribuição do território no DF. O objetivo dessa comunicação é de restituir as modalidades pelas quais esse espaço político emergiu (suas condições de possibilidade, entendidas como condições estruturantes) e de analisar o desenvolvimento paradoxal que ele supôs.
Autores: Daniella de Castro Rocha;
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O principal esforço da presente pesquisa será identificar e analisar as ações coletivas, projetos sociais e, principalmente, empreendimentos solidários em que a geração de trabalho e renda, sob a denominação de conceitos e práticas de economia popular solidária, apresenta novas formas de desenvolvimento local alternativo em relações sociais não convencionais aos meios da economia capitalista, quer seja sob a perspectiva de segmentos alternativos de produção coletiva ou pela organização comunitária na cidade de Salvador–BA e Recife–PE, Brasil. Tais empreendimentos, sob a denominação de economia popular solidária, mereceram um estudo mais ampliado e detalhado, principalmente, no que diz respeito à metodologia proposta que adotará a perspectiva pós-colonial para analisar os critérios que inspiram e denominam a economia solidária através dos seus próprios atores sociais. Como conceituar Economia popular solidária na perspectiva do Desenvolvimento Local? Como agir fora dos padrões da economia capitalista estando dentro dela? Estas são algumas das inquietações que motivam a realização da pesquisa, ainda em curso, por considerar a importância destas cidades no nordeste brasileiro, seja pela sua diversidade ambiental, cultural, seja pelas possibilidades de alternativas reais a um modelo de desenvolvimento participativo e mobilizador do potencial local. Deste modo, vamos pontuar, no limite do espaço deste texto uma reflexão em torno do significado e dos indicadores da economia popular solidária para estas cidades e a forma como influenciam o desenvolvimento local situado nesta região historicamente controlada por relações sociais dominantes e conservadoras.
Autores: Abigail Alcantara Silva; Felipe Machado de Moraes;
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642 - O corpo como Representação das Classes Populares do Rio de Janeiro
Este trabalho é resultado de uma pesquisa mais ampla que foi realizado na Santa Casa de Misericórdia, no setor de Cirurgias reparadoras e estéticas, obra social sobre a responsabilidade do Dr.Ivo Pitanguy. A pesquisa tinha como objetivo refletir sobre a representação da imagem e os significados que as classes populares fazem do corpo e da beleza. Aparentemente é até incompatível refletir sobre um objeto que é característico das classes médias e altas. Pensar a beleza e procurar o cuidado do corpo não é típico apenas das mulheres de classes abastadas da sociedade brasileiras. A estética da beleza já é no Brasil um padrão nacional que passa por todas as classes, idades e agora também sexo. Já é amplo o espaço econômico de estética masculina e já tem para esta fatia do mercado amplos investimentos de capital.. Nossa intenção neste texto é procurar verificar como algumas histórias individuais podem nos denotar significados que são reveladores de estilos de vida, dos modos de ser, expressões do padrão de gosto dos grupos populares. Escolhemos o corpo, devido à possibilidade de sua mistificação. Para o observador comum, “pobre não pensa na beleza, não pode pensar na estética corporal”. Nesta pesquisa quisemos mostrar o contrário. Há um sentimento de igualação, necessidade de afirmação social em todas as classes, que passa pela necessidade de identificação com os valores estandardizados na sociedade dominante. A busca da beleza é mais uma expressão da identidade do povo brasileiro. Nossa hipótese é que as classes populares não estão fora deste sentimento estético geral e tal como as outras camadas da sociedade têm anseios pela aquisição da beleza.
Autores: Marilia Salles Falci Medeiros;
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651 - Retratos portugueses de agricultura multifuncional
Após a abordagem exploratória a uma teoria da multifuncionalidade agro-rural realizada por Covas (2007) em Ruralidades I e II estamos agora em condições de fazer uma primeira aproximação empírica a esta teoria. Não fomos à procura de casos representativos de uma realidade ou universo português mas sim à procura de sinais significativos, reveladores, umas vezes prometedores outras vezes comprometedores, que, pelos seus atributos, poderão servir de referência ou de aviso para os futuros empreendedores do espaço agro-rural. Os sinais que mais nos interessam são: um novo conceito, um projecto inovador, um sinal de inteligência, uma atitude decidida, um comportamento exemplar, um investimento arriscado, uma diversificação bem sucedida, etc. Sinais que apontam ou anunciam uma diversificação multifuncional sustentável. Para aferir do alcance e do sentido destes sinais de mudança, apresentamos em seguida alguns resultados preliminares que observámos em cerca de 80 explorações. O número total foi, porém, superior pois foram realizadas entrevistas de contextualização a “mediadores sistémicos” tais como associações de desenvolvimento local, associações de proprietários florestais, associações de agricultores, serviços regionais e técnicos superiores ligados ao desenvolvimento económico e social das zonas rurais. As entrevistas realizadas foram semi-directivas procurando obedecer ao mesmo guião para averiguar a trajectória pessoal/familiar/patrimonial/empresarial dos entrevistados nos últimos vinte anos e sua projecção nos próximos dez anos. Um período de tempo que colocou muitos dos nossos entrevistados na situação curiosa, alguns disseram embaraçosa, de terem que gerir um tempo de transição difícil, mais ou menos longo, entre a “herança dos antepassados e o seu projecto de vida pessoal”.
Autores: Maria das Mercês Cabrita de Mendonça Covas; António Covas; Maria das Mercês Covas;
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604 - Sindicalismos no contexto de reforma dos serviços públicos em Portugal: o sector hospitalar
Decorrente de constrangimentos orçamentais e de novas concepções do serviço público e da gestão hospitalar, o sector hospitalar público em Portugal tem sido alvo de reformas sucessivas, onde se destaca um processo de empresarialização com repercussões complexas sobre a configuração das relações de emprego. Relacionado com isso, este processo tem implicado ainda uma contaminação do funcionamento do sistema hospitalar público com lógicas outrora características do sector privado, abrindo-se espaço de concorrência entre os prestadores públicos, e entre estes e os prestadores privados, como também entre os próprios médicos. Neste sentido, importa relacionar a empresarialização a um contexto de modificações do mercado de emprego médico, podendo mesmo implicar consequências sobre a qualidade da prestação dos cuidados acessíveis no sistema hospitalar público. Considerando que há uma linha fina entre dimensões da contratação e regulação do emprego e da profissionalidade e as formas de associativismo na profissão médica, importa discutir as consequências de todo este processo de atomização das relações de trabalho para o sindicalismo, analisando em particular como os sindicatos representativos dos médicos se têm posicionado face às mudanças normativas e organizativas.
Autores: Tiago Correia; Alan Stoleroff; Tiago Correia;
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449 - Televisão e Adopção de estilos de vida saudáveis: Um exemplo de aplicação da Grounded-Theory
Esta comunicação apresenta o exemplo da aplicação da Grounded-Theory ao estudo intitulado “Informação televisiva sobre alimentação e doenças cardiovasculares: Um estudo dos telejornais da noite dos quatro canais generalistas portugueses de televisão. Dá-se a conhecer os processos de recolha e análise de dados das entrevistas a 18 famílias de Lisboa, através da aplicação daquela metodologia. São expostos conceitos e categorias criados através da análise dos dados, percorrendo as etapas de codificação. As famílias foram inquiridas sobre as relações entre televisão e hábitos de vida saudáveis e são as suas respostas que constituem o ponto de partida para a construção de uma teoria sobre o impacto da televisão na família e na adopção de estilos de vida saudáveis. Os receios ligados à idade levam os indivíduos mais velhos a preocuparem-se com a saúde. E os mais novos, porque é que é se preocupam? Foi influência da família. Porque razão alguns casais têm uma má alimentação? É a desmotivação. Emergem conceitos e categorias que vão construir a teoria.
Autores: Daniela Edite Afonso Carvalho Gonçalves; Diana Edite Afonso Carvalho Gonçalves;
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309 - Transparência na produção : a profissão agrícola face à rastreabilidade
Embora o registo escrito da actividade não seja uma tarefa estranha aos agricultores, sucede que, nos últimos tempos, as exigências com a produção textual no exercício da profissão agrícola têm-se vindo a avolumar. O presente texto debruça-se sobre as consequências que as novas tarefas têm para os produtores agrícolas. Com base no método etnográfico, é estudada de perto uma situação de controlo que permite visualizar os instrumentos de medida e o tipo, natureza e quantidade de documentos envolvidos na mesma. Permite ainda apreender as relações estabelecidas entre os agentes administrativos e os agricultores. Procura-se evidenciar como é que um problema pode surgir, no âmbito de um dispositivo muito rico em “tecnologias intelectuais” (Goody, 2007), e de que maneira o mesmo é resolvido, à volta de uma mesa, onde escritos respondem a outros escritos.
Autores: Nathalie Joly; Jean-Marc Weller;
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772 - ¿Para qué sirve formar la mano de obra en la industria?
El trabajo se interroga sobre los usos de los cursos de formación que las empresas de la industria del automóvil destinan a “sus” obreros. La empresa de origen francés en la que tuvo lugar la investigación destina gran cantidad de recursos humanos y materiales a la formación de sus obreros en “escuelas-taller” con el propósito de producir un personal competente y performante. La investigación se apoya sobre un trabajo de campo de etnografía industrial asociado a una comparación internacional entre plantas industriales del mismo fabricante implantadas en tres ciudades: Córdoba (en Argentina), Curitiba (en Brasil) y Flins (en Francia). El trabajo muestra por una parte, que la formación brindada por la empresa no logra preparar a los obreros para que efectúen un trabajo eficaz. Sin embargo, esto no quiere decir que ella no cumpla con otras funciones. Por otra parte, la investigación pone en evidencia la acción de otras formas de aprendizaje y de transferencias de saberes independientes de las direcciones de las fábricas. Ellas son construidas por los obreros para garantizar el desarrollo fluido de la producción.
Autores: Ariel Sevilla;
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Teorias e Metodologias
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85 - A abordagem sistémica qualitativa da comunicação nas organizações: uma perspectiva aplicada
Na sistémica qualitativa das comunicações toda a forma de comunicação insere-se necessariamente num contexto. Neste quadro, a contextualização sistémica é um trabalho que visa colocar um fragmento de uma forma de comunicação observada num conjunto sistémico de trocas resultante da interacção dos actores que de forma recorrente participam no sistema. Uma vez construído o sistema a troca ganha sentido em relação ao sistema das comunicações explicitadas. O contexto das trocas é um tipo de contexto pertinente ou ainda um contexto formado pelo sistema das comunicações concomitantes. Este é composto unicamente pelas interacções entre os actores de uma situação de comunicação. É um contexto comunicacional por excelência onde os actores desenvolvem formas recorrentes de troca. Nestas condições é possível intervir directamente nos jogos postos em evidência em contextos globais. Para tal, são fundamentais (Mucchielli: 1998:110-111): a tomada de consciência por parte dos actores e a sua decisão em alterar o “jogo”; o reenquadramento ou redefinição da situação; a injunção paradoxal ou a prescrição do sintoma. A partir da apresentação do “jogo do status quo” (Mucchielli: 1998: 84-87) e de outras investigações em curso, iremos sistematizar os pontos fundamentais da abordagem sistémica qualitativa das comunicações em contexto organizacional e explicitar a metodologia de intervenção proposta.
Autores: Rolando Lima Lalanda Gonçalves; Rolando Lalanda Gonçalves;
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Este artigo pretende mostrar o jornalismo como um ‘metier’ fenomenológico, e como tal fruto e promotor de uma construção social da realidade, passível de ser influenciado e influenciar, num processo dinâmico de reciprocidade, os sistemas político, económico, cultural, social e até ideológico. Para tal é importante identificar os elementos presentes nas várias unidades jornalísticas que compõem um alinhamento noticioso e perceber as intenções dos emissores, quer a nível isolado, em cada uma das unidades jornalísticas, quer – com maior impacto – ao nível do jornal no seu formato final. Logo aqui, evidenciamos que a análise metodológica que seguimos é a análise de conteúdo, já que seguindo o modelo Lasswelliano, enfatizamos a investigação no “o quê?” que é difundido. No entanto, alertamos que o velho modelo de comunicação de Lasswell serve aqui apenas como uma referência, na nossa perspectiva limitada, já que só do ponto de vista meramente teórico se pode perspectivar qualquer análise metodológica como algo estanque a um único elemento do processo comunicacional. Para uma confirmação da validade dos resultados obtidos será sempre aconselhável proceder-se a metodologias mistas – qualitativas e quantitativas – de modo a verificar se as intenções dos emissores percebidas nos conteúdos têm o efeito esperado junto dos públicos. Aqui, apenas nos cingimos ao conteúdo simbólico / significativo passível de ser percebido na construção noticiosa.
Autores: Carla Isabel Simões dos Santos Cruz;
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200 - Desafios para os diagnósticos sociais: aprofundamentos e reconfigurações
Temos assistido, nas sociedades contemporâneas, a um crescente aumento, complexificação e diversificação dos fenómenos de exclusão social. O debate e a reflexão teórica têm acompanhado estes desenvolvimentos, mas o mesmo não tem acontecido ao nível da operacionalização dos conceitos e da construção de indicadores que melhor permitam conhecer a realidade. Tais circunstâncias poderão apresentar obstáculos à intervenção social que se espera que seja mais inovadora e eficaz. A comunicação vem ao encontro das dimensões enunciadas, centrando a análise em torno da necessidade de aprofundamento e reconfiguração dos diagnósticos sociais. As reflexões propostas baseiam-se em torno de alguns eixos fundamentais de um projecto promovido pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade da Beira Interior (ubi_CES). O projecto Inserções, financiado pelo POEFDS, teve como zona de intervenção a Beira Interior, especificamente os concelhos da Covilhã, de Castelo Branco, da Guarda e de Seia, por serem os mais densamente povoados e os que reúnem problemáticas de exclusão mais significativas e diversificadas.
Autores: Maria João Simões; Amélia Augusto; Dina Cruz; Manuel Oliveira; Jan Wolf;
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A inovação na gestão organizacional é mais ou menos universalmente vista como desejável e até como inevitável, tida como indispensável componente das estratégias orientadas para a adaptação às alterações ambientais e à garantia da sustentabilidade. Mas as inovações sempre consagram heróis, legitimadores de novas ordens de actuação, e exigem vítimas, sofredoras da mudança operada. A amargura é o preço que alguns pagam por serem substituíveis, por serem apanhados no meio de processos de desintegração-integração. Neste artigo formulo alguns princípios de gestão da mudança que incorporam a rotinização, a significação, a legitimação, a responsabilização, a insatisfação, a identificação e a experienciação que apresento como hipóteses de pesquisa. Igualmente proponho indicadores de medição da dor nos processos de mudança para facilitar a sua gestão.
Autores: Ivo Manuel Pontes Domingues; Ivo Domingues;
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El trabajo tiene por objetivo reflexionar sobre la apropiación de la metodología denominada Investigación Acción Participativa como herramienta de intervención social para el sociólogo. Es sobre ésta que el texto se basará, sus aplicaciones e implicaciones, límites y posibilidades, muchos son los interrogantes que suscita esta temática. La propuesta es adentrarnos en ella y tratar de buscar respuestas o al menos, hacer propicia la reflexión al respecto.
Autores: Alice Lourenço; Gema Jover Roig; Anna Serra Sanz;
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769 - O conceito de desenvolvimento histórico e sua aplicabilidade heurística na Sociologia
Na actual fase de desenvolvimento das Ciências Sociais importa afirmar que o estabelecimento de pontes entre distintos campos disciplinares é um dos caminhos mais produtivos para o seu afinamento. Nesse campo, a Sociologia não é excepção, pelo que o diálogo que esta ciência pode efectuar com a História reveste potencialidades a aproveitar. Por conseguinte, o conceito de desenvolvimento histórico presente em autores como Bertell Ollman e E.H. Carr é passível de fornecer importantes fundações para uma articulação entre as duas disciplinas científicas mencionadas.
Autores: João Paulo Valente Aguiar; João Valente Aguiar;
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O cineasta sabe que há um olho por detrás da objectiva da câmara, que não há imagem «objectiva». Esta consciência das imagens levou-o a teorizar o olhar, o campo, o enquadramento, o ângulo, etc. a partir da resolução prática das dificuldades encontradas no terreno aquando da rodagem. Ao filmar sociólogos, em que medida o cineasta contribui para a reflexão acerca dos procedimentos da Sociologia?
Autores: Serge Abramovici;
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346 - Os Métodos Quantitativos na Sociologia: Dificuldades de Uma Metodologia de Investigação
Em sociologia, investigadores quantitativos usam um conjunto de análises estatísticas e em certas situações, generalizações, para determinar o padrão dos dados e o seu significado, enquanto que investigadores qualitativos usam técnicas de fenomenologia e a sua visão do mundo para extrair significado. Resumindo, os investigadores adeptos de ambos os paradigmas usam técnicas analíticas para extrair significado (conhecimento). Entre alguns objectivos comuns aos investigadores de ambos os paradigmas, existe um que consiste na redução da dimensão dos dados disponíveis, ainda que através de metodologias diferentes. Assim, adeptos da metodologia quantitativa usam métodos estatísticos multivariados de redução de dados, sem perder informação relevante neles contida, como a análise factorial e análise de agrupamento (cluster analysis), enquanto adeptos da metodologia qualitativa optam por análises temáticas. Os factores extraídos através das análises multivariadas são análogos aos temas obtidos através de análises temáticas. Isto mostra evidência sobre as semelhanças de objectivos das duas metodologias e, pensamos nós, a vantagem de conciliação dos dois paradigmas, o melhor caminho para atingir esses objectivos. Uma aplicação de modelos de classes latentes, metodologia quantitativa, a numa amostra de eleitores portugueses, revelou uma tipologia que é facilmente interpretável, tanto do ponto de vista sociológico como de ciência política.
Autores: Jaime Fonseca; Jaime Raúl Seixas Fonseca;
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455 - Para uma desconstrução de Alguns Pressupostos Existentes sobre Género, Discurso e Poder
Uma investigação teórica e empírica apoiada num estudo de caso (Rocha, 2007) permite-nos reafirmar a necessidade de desconstrução social de alguns pressupostos existentes (metodologicamente apoiados pelos critérios da racionalidade científica) sobre género, discurso e poder. Apresentamos neste texto os principais vectores analíticos resultantes dessa investigação: O género resulta de uma construção social tendente à consolidação de uma diferenciação hierárquica entre homens e mulheres, mas também pode estar sujeito a uma desconstrução social; Os discursos não são apenas construções sociais fixas do mundo, para sempre instituídos, eles são também elementos instituintes de importantes reconfigurações de novas relações sociais de poder; O poder não se possui, carece de essência, é relação. Não há pois possuidores do poder, mas sim mulheres e homens que o actualizam.
Autores: Custódia Rocha;
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623 - Pesquisa Social e Lógica Histórica: a atualidade de E. P. Thompson
E. P. Thompson desenvolveu um importante diálogo entre as ciências sociais ao incorporar em suas pesquisas históricas categorias sociológicas e ao criticar as tendências funcionalistas de ambas as disciplinas, a sociologia e a história. Seu método para analisar a formação da classe trabalhadora representa uma crítica simultânea às leis e regras metodológicas de historiadores sociais conservadores e sociólogos funcionalistas. Sua atualidade reside no fato de que seu pensamento é uma defesa da razão e dos fundamentos ontológicos do real, portanto forte contraponto ao ceticismo epistemológico, à visão relativista que nega a possibilidade do conhecimento objetivo e ao anti-realismo correntes. As proposições thompsonianas têm a disciplina histórica como referência e podem orientar a reflexão acerca da pesquisa sociológica e dos problemas contemporâneos. Assim, os objetos da pesquisa sociológica, sem perder seu caráter específico, só ganham inteligibilidade se forem compreendidos em seu movimento histórico. É esta percepção de pesquisa que baliza nossos argumentos e que nos leva a reconhecer Thompson como um interlocutor privilegiado.
Autores: Ricardo Gaspar Müller; Maria Célia Marcondes de Moraes;
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645 - Questões e desafios em torno de uma experiência de pesquisa
Esta reflexão tem por base uma experiência de pesquisa de carácter concreto em que se estudou as representações dos ciganos portugueses e dos imigrantes russos e ucranianos sobre práticas discriminatórias no contexto da sociedade portuguesa. Entre outras questões, é nosso objectivo primordial questionar a importância das circunstâncias de pesquisa, das funções de investigação e das questões teóricas que por vezes condicionam a escolha de determinadas estratégias metodológicas. Também se procurará evidenciar e debater alguns dos dilemas éticos, epistemológicos e técnico-metodológicos que o investigador foi encontrando e dirimindo ao longo do trabalho de terreno.
Autores: Maria Manuela Ferreira Mendes;
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446 - SABERES DOCENTES SOBRE A ORGANIZAÇÀO DO ENSINO APRENDIZAGEM
As discussões desenvolvidas neste estudo, constituem reflexões teórico-metodologicas para o nosso trabalho de tese de doutoramento, cujo objeto de estudo são os saberes mobilizados pelos(as) docentes no processo de organização do ensino-aprendizagem. Pautando-nos em estudos sobre o currículo, a prática pedagógica e os saberes docentes, estamos desenvolvendo uma metodologia de trabalho fundamentada nos princípios da pesquisa colaborativa, como uma abordagem que se insere nas pesquisas qualitativas. Para compreensão do objetivo proposto, estamos tomando como campo empírico e sujeitos colaboradores da pesquisa, professores(as) do primeiro segmento do ensino fundamental de uma escola pública do municípios de Pau dos Ferros-RN. Os resultados das reflexões desenvolvidas possibilitaram levantar o seguinte pressuposto: não basta somente identificar estes saberes, mas que os professores compreendam os saberes que constroem em suas práticas cotidianas, e a partir daí, busquem as possibilidades de construção e reconstrução de novos saberes sobre a prática docente. Nessa perspectiva, estamos apontando a pesquisa colaborativa como possibilidade de compartilhar e (re)construir saberes e práticas.
Autores: Débora Maria do Nascimento; Márcia Maria Gurgel Ribeiro;
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505 - Sociologia e Instabilidade
A actual instabilidade social estrutural decorre de emergências sociais, como os direitos humanos, a igualdade das mulheres, as megalópoles ou a utilização das novas tecnologias de informação. À sociologia, ela própria fenómeno emergente, que papel caberá? A sociologia da instabilidade coloca a teoria social no amplo campo das necessidades práticas próprias da condição humana, em vez de nos concentrar apenas nas obras individuais, museológicas entendidas, dos nossos modernos heróis.
Autores: António Pedro Dores;
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Trabalho, Profissões e Organizações
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Sendo uma regularidade transnacional, tem-se assistido à crescente tipificação de vínculos de trabalho outrora considerados atípicos. Ainda que este fenómeno, associado à precariedade laboral, esteja amplamente difundido na discussão científica em domínios como a sociologia do trabalho e das organizações, as análises sobre os impactes que decorrem do trabalho precário para a dimensão individual, nomeadamente, ao nível das percepções, têm sido pouco sistematizadas. Procurando dar uma contribuição a este nível, propõe-se aqui uma exploração estatística que permita compreender as consequências deste fenómeno, operacionalizado através da cessação temporal dos contratos (contratos a termo), sobre três níveis de percepções: as que decorrem directamente da vida profissional, as que decorrem da vida em geral e, por último, as que se relacionam com o modo como os trabalhadores encararam o seu futuro. Para tal analisa-se a 3ª ronda do European Social Survey (2006).
Autores: Tiago Correia;
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179 - (Re)formas da burocracia: A Nova Gestão Pública e a organização hospitalar
As reformas do sector público de saúde em Portugal têm sido concebidas e implementadas no quadro da ideologia da Nova Gestão Pública. A Lei 27/2002, (8 Novembro), conhecida como a Lei da Gestão Hospitalar, introduz mudanças na natureza dos hospitais públicos que adquirem o estatuto de hospitais empresariais. O presente artigo tem por objectivo proceder à análise do impacto das alterações políticas na estrutura burocrático-profissional tradicional dos hospitais. A análise de conteúdo de 83 entrevistas semi-estruturadas, envolvendo profissionais de enfermagem com funções de gestão, permite conceptualizar três cenários distintos: Adaptação burocrática, reformulação burocrática e reconstrução burocrática. Estes cenários podem ser apresentados enquanto ‘tipos-ideais’ que se estendem num contínuo que vai desde a tentativa de manutenção do modelo de organização pública tradicional até à tentativa de implementação de um novo modelo mais claramente inspirado nos ingredientes da NGP.
Autores: Maria Teresa Geraldo Carvalho; Teresa Carvalho; Rui Armando Santiago;
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Esta comunicação destina-se a explicar os modos como as relações de poder na fábrica se intersectam com a disputa entre diferentes concepções dos usos e representações legítimas dos corpos dos operários. O autor apoia-se numa experiência de 14 semanas a trabalhar numa fábrica de mobiliário para dar conta do corpo: 1. como depositário e activador dos esquemas práticos que constituem a memória oficinal, componente integrante de uma economia moral e sensual especifica; 2. como eixo de condensação de significados para as práticas e representações operárias, lugar de investimentos e reserva de recursos (físicos e simbólicos); 3. como vector de actualização do «fogo criador» do processo de trabalho. São evidentes as razões que colocam o corpo dos operários no centro dos processos de exploração e dominação da fábrica. As políticas de produção agem sobre eles: 1. para os disciplinar e converter à lógica proposta pela administração da empresa; 2. para higienizar e racionalizar a sua utilização e apresentação de acordo com os imperativos de maximização económica da empresa. O autor perspectivará o que afirma a partir da implementação do equipamento de segurança.
Autores: Bruno Jose Rodrigues Monteiro; Bruno Monteiro;
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Filiando-nos no património da sociologia bourdiana, mas estando atentos aos limites dos seus pressupostos e enunciados, pretendemos nesta comunicação reflectir sobre um momento central na transição dos jovens para a vida adulta – a entrada no mundo do trabalho. Centrando-nos no campo da advocacia, e explorando um conjunto de dados que produzimos acerca de jovens recém-ingressados neste universo profissional, procuraremos expor as potencialidades de uma tese que aqui designamos como “dialéctica do ajustamento”. Pretende-se através dela compreender, em termos extensivos, a forma como os indivíduos vivenciam este processo de transição ao trabalho, procurando demonstrar que este se vai processando através de um conjunto de acomodamentos entre posições e valores. Argumentamos que embora este ajustamento se processe de forma relativamente eficaz – como procuraremos demonstrar –, isso não impede a eclosão simultânea de formas e sentimentos de desajustamento que importa também assinalar e investigar em profundidade.
Autores: Luís Miguel da Silva de Almeida Chaves; Miguel Chaves;
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352 - As políticas salariais: que evolução?
A explicitação dos conceitos relativos à política salarial baseada nas funções e nas competências, a sua actualidade e enquadramento teórico constituem um dos pilares desta reflexão. O objectivo principal desta comunicação consiste em lançar um olhar crítico sobre a evolução recente das políticas salariais no contexto empresarial português. A metodologia aplicada consistiu no desenvolvimento de pesquisa bibliográfica, e na exploração dos dados publicados durante o ano de 2007 relativos às cláusulas pecuniárias das respectivas Convenções Colectivas de Trabalho. Tendo como objectivo a verificação empírica da importância relativa da componente variável das remunerações procedeu-se à diferenciação das políticas salariais através de uma análise aprofundada das prestações pecuniárias publicadas durante o período em análise, contrapondo um outro estudo efectuado em 2001, com o mesmo objectivo.
Autores: Isabel Maria Núncio Faria Vaz; Isabel Faria Vaz;
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234 - Cenários sobre a evolução do trabalho na Europa: métodos de construção de cenários
Os cenários são considerados por vários autores ferramentas úteis para o processo de tomada de decisão, permitindo-nos reflectir sobre o presente, procurando traçar possíveis rumos futuros. São usados para descrever a evolução das condições actuais – por exemplo do mercado de trabalho, tecnologia, modelos organizacionais, estruturas económicas, relações industriais e interacções sociais – para um dos vários futuros possíveis. Com a finalidade de traçar possíveis caminhos e tendências de evolução do trabalho na Europa, propomos a apresentação de dois cenários, após a recolha de dados (qualitativos e quantitativos) em vários sectores produtivos e em diferentes países europeus, no âmbito do projecto europeu WORKS – Organização e reestruturação do trabalho na sociedade do conhecimento (6º Programa Quadro). Esta comunicação irá apresentar as etapas da construção de cenários, procurando ter em conta os aspectos macro de evolução – contexto económico, social e político (globalização, valores culturais, regulação, mercados, cadeia de valores) e aspectos meso e micro – organização do trabalho (conteúdo do trabalho, flexibilidade, conhecimento, tecnologia, profissão) e também implicações para os indivíduos (equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional, trajectórias pessoais, qualidade do trabalho). Serão tidos em conta os vectores centrais da mudança que passam pela intensificação do trabalho e pela maior utilização do conhecimento na produção de cadeias de valores.
Autores: Margarida Ramires Paulos; António Moniz; Margarida Paulos;
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Esta comunicação debruça-se sobre os modos como as relações de força que estruturam o espaço social da fábrica moldam e são moldadas pelas diferentes estratégias postas em prática no quotidiano fabril. Servindo-se do material etnográfico das 14 semanas em que trabalhou numa fábrica de mobiliário e em entrevistas registadas junto de diversos operários, o autor analisa, especialmente, os diversos reportórios de acção colectiva e individual mobilizados pelos operários. Ao idioma oficinal de denúncia da exploração, somam-se tácticas de reapropriação, de afrontamento e de distanciamento, no fundamental pontuais e clandestinas, que visam a preservação de margens de liberdade no quadro do próprio processo de trabalho. Por sua vez, as fronteiras de deferência são sustentadas por um vocabulário de motivos e por um sentido de si mesmo que resultam dos efeitos de lugar operados pela objectividade das relações sociais de e na produção. A adesão tácita à ordem da fábrica apoia-se na coincidência relativa entre os esquemas de acção e de visão incorporados pelos agentes e uma realidade social que apresenta todas as evidências da irrefutabilidade e do tido por garantido.
Autores: Bruno Jose Rodrigues Monteiro; Bruno Monteiro;
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A investigação europeia sobre as empresas de inserção (EI) tem vindo a demonstrar um forte desenvolvimento nos últimos anos, apresentando importantes resultados aos níveis do conhecimento empírico das experiências de diferentes países e do desenvolvimento teórico e conceptual. As EI têm sido integradas no quadro teórico do terceiro sector, mais concretamente, num campo de novas dinâmicas de empreendedorismo social e do que alguns autores referem como renovação do terceiro sector. A experiência portuguesa das EI perfaz 10 anos em 2008. Contrariamente a uma parte significativa de outros países europeus, com uma experiência mais longa, em Portugal as EI surgem como uma medida de política top down. Sendo insuficiente o conhecimento sobre esta realidade no contexto nacional, existe um conjunto de informações e estudos que permitem uma caracterização genérica deste universo. Esta comunicação revê este conjunto de conhecimentos, enquadrando a experiência portuguesa no contexto europeu e identificando pistas de investigação.
Autores: Carlota Quintão;
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Nos últimos decénios, a criação do próprio emprego tem marcado o debate académico e político por via da crise do emprego típico e da procura de modos alternativos de criação de postos de trabalhos. E não raras vezes, os discursos produzidos em torno destes temas estabelecem uma forte associação entre auto-emprego, empreededorismo e propriedade de empresas de reduzida dimensão. Este é precisamente o mote que leva esta comunicação a reflectir sobre as noções de auto-emprego, pequena propriedade e empreendedorismo, explorando o seu conteúdo conceptual e o modo como são retratadas através das estatísticas oficiais. Do ponto de vista da estrutura, começa-se por contextualizar estas noções nas actuais agendas académicas, políticas e mediáticas. Em seguida, problematiza-se a pesquisa da heterogeneidade subjacente ao auto-emprego; reflecte-se sobre a relação existente entre este, o empreendedorismo e a pequena propriedade; e, por último, incide-se sobre o estudo destas noções através de estatísticas nacionais e internacionais.
Autores: Fátima Assunção;
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A partir de uma análise de conteúdo efectuada aos anúncios publicados semanalmente no suplemento Emprego do Jornal Expresso, designadamente nos anos de 2006, 2007 e 2008 é nosso objectivo identificar as dimensões mais estruturantes dos perfis profissionais efectivamente requeridos pelas entidades empregadoras na área específica da formação e gestão dos recursos humanos, de modo a discernir a relevância atribuída aos diferentes saberes e competências dos trabalhadores. O conhecimento dos traços caracterizadores dos perfis profissionais-tipo mais procurados pelo sector empregador permitir-nos-á, entre outros aspectos, compreender o tipo e a natureza das funções de trabalho requeridas para esta área e igualmente problematizar o tipo de saberes e de competências mais relevantes para o desempenho daquelas funções. E neste sentido, o confronto entre os perfis de formação estruturantes dos variados cursos de graduação e pós-graduação e os perfis ocupacionais no campo dos recursos humanos, poderá revelar-se num exercício heuristicamente pertinente no desvelar de desarticulações, de incompatibilidades e de rupturas entre estes dois universos. Com base nestes dados tentaremos reflectir criticamente sobre a função político-estratégica dos profissionais integrados nos Departamentos de Recursos Humanos face a tendências globais que apontam para a consolidação da flexisegurança, o downsizing, a fusão de instituições, o encerramento e a deslocalização, entre outras dimensões sociologicamente relevantes do mundo do trabalho.
Autores: Leonor Maria de Lima Torres; Leonor Lima Torres;
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731 - Estruturas e práticas de formação profissional das médias e grandes empresas em Portugal
Tendo por base um inquérito por questionário a uma amostra de empresas com mais de duzentos e cinquenta trabalhadores, a presente comunicação procura caracterizar as estruturas e práticas de formação profissional existentes nas grandes empresas em Portugal. Dos resultados obtidos detaca-se o facto de, apesar da importância estratégica atribuída à formação, os meios humanos e financeiros bem como os instrumentos de pilotagem que a suportam nem sempre parecem adequados à sua concretização.
Autores: António José de Sousa Almeida; António José Almeida; Natália Alves; Alda Bernardes; Alda dos Santos Neves;
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635 - Linha de Montagem: instrumentos, ritmos e pausas
A presente comunicação dá conta dos resultados alcançados no âmbito do projecto LiMITE – Na Linha de Montagem: Inovação, Trabalho e Emprego (POEFDS/MTSS, 2004-06). Trata-se de um projecto que toma como objecto de estudo sociológico a Linha de Montagem no cruzamento das dimensões técnica e sociorganizacional na indústria automóvel. Não obstante a diversidade de tecnologias de produção experimentadas pela indústria e as novas exigências que se lhe colocam, a linha de montagem clássica provou, ao longo de um século, ser um elemento central em sistemas produtivos orientados para a produção em série. Desta forma, os constrangimentos trazidos pela linha de montagem para uma organização do trabalho qualificante mantêm-se válidos na sua essência. Por essa razão, importa investigar, para além das alternativas experimentadas, também a possibilidade de desenvolver soluções de trabalho qualificantes dentro do modelo dominante, ou seja, da linha móvel de montagem herdada de Ford. A componente empírica da comunicação tem por base estudos de caso desenvolvidos em duas fábricas de componentes para a indústria automóvel.
Autores: Paula Cristina Gonçalves Dias Urze; Paula Urze; Tiago Machado;
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141 - Médicos apanhados na rede: um Fórum de discussão como espaço de promoção da empregabilidade
Nesta comunicação apresenta-se os resultados de uma pesquisa exploratória sobre um Fórum na internet, onde é feito o enquadramento e acompanhamento dos Médicos Internos. Analisa-se as potencialidades promotoras de empregabilidade do Fórum, fazendo referência aos principais temas nele discutidos. Conclui-se que o espaço virtual é hoje um recurso imprescindível para os médicos recém-formados se informarem sobre as várias opções que têm à sua disposição, na escolha de uma especialidade e de um hospital, ou seja, na construção da sua carreira.
Autores: Nuno Santos Jorge;
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Em Julho de 2003 o Parlamento Português aprovou uma lei que regulamenta seis medicinas alternativas e complementares (MACs): acupunctura, homeopatia, osteopatia, quiroprática, naturopatia e fitoterapia. A importância de tal acto reside no facto de acabar com a longa tradição em Portugal da proibição do exercício das MACs. Por outro lado, este Acto faz parte de um conjunto mais vasto de estratégias usadas pelas MACs no sentido de se profissionalizarem e adquirirem legitimidade no sistema de saúde português. A aprovação deste Acto foi, contudo, precedida por uma longa batalha entre políticos, representantes da profissão médica e profissionais das MACs no que respeita a regulamentação das MACs na sociedade portuguesa. A presente comunicação foca-se, assim, no longo debate político que presidiu à criação desta lei regulamentadora. Paralelamente, procura analisar a relação entre a profissão médica portuguesa e as MACs antes, durante e após o processo de regulamentação destas medicinas. O enquadramento teórico incide sobre o tema das estratégias profissionais para manter/alcançar legitimidade profissional e do conflito e divergência inter-profissional. Os resultados empíricos apresentados derivam grandemente de uma análise documental intensa, embora se baseiem também em informação obtida através da aplicação de entrevistas a médicos e profissionais das MACs. O estudo do caso português nesta matéria irá contribuir para o aumento do saber no que respeita aos aspectos transnacionais da regulamentação das MACs e à relação entre profissão médica e MACs.
Autores: Joana Raquel Santos de Almeida; Joana Almeida;
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66 - O Risco e as suas Percepções: Modos de Produção e Reprodução no sector da Construção Civil
A presente comunicação visa compreender o fenómeno da (re)produção das percepções do risco no âmbito da Construção Civil. Nesse sentido, utilizamos a metodologia qualitativa para este estudo de caso com a aplicação de entrevistas semi-directivas a 34 trabalhadores directos da NORTCONSTRUT. Consequentemente, debruçamo-nos sobre algumas questões relevantes decorrentes da problematização do risco, uma vez que o sector da Construção Civil se apresenta como um dos sectores que mais negativamente contribui para as elevadas estatísticas de acidentes de trabalho. Procuramos apelar à intervenção dos vários actores institucionais e académicos de modo a romper com discursos dominantemente voltados para a área técnica, política e senso comum.
Autores: Sandra Margarida Couto Cerejeira Leitão; Sandra Leitão; Maria Inês Coelho;
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É frequente ouvir que a formação profissional tem de “servir para alguma coisa” e sem dúvida que o seu contributo principal será para com o mercado de trabalho. Só se poderá considerar eficaz na medida em que a oferta de formação profissional está em conformidade com as necessidades do mercado de trabalho. Num inquérito recente realizado na Bulgária 58,4% dos empregadores acreditam que encontram no mercado trabalhadores qualificados no mercado de trabalho. Mas de facto há falta de trabalhadores qualificados. Tanto mais que a maior parte das empresas nunca organiza formação para melhorar as qualificações dos empregados. Legislação laboral recente instituiu, em Portugal, a realização de um número mínimo de horas de formação por colaborador o que implicará a obrigatoriedade para as organizações de apostarem no desenvolvimento das competências dos seus trabalhadores. A formação profissional constitui uma questão crucial, em especial, a formação contínua face ao rápido desenvolvimento tecnológico, globalização dos mercados financeiros e de matérias-primas cujo sucesso depende em muito de métodos flexíveis e eficazes. O desenvolvimento de modelos de competências parece estar a generalizar-se com a criação da ANQ e da reforma do Sistema de Certificação de Entidades Formadoras. Mas até que ponto as empresas de formação profissional acompanham esta tendência? Quem são as entidades formadoras em Portugal? Onde se localizam maioritariamente? Quais as áreas de formação onde é maior o investimento destas entidades e em que domínios estão certificadas pelo Sistema de Certificação para o desenvolvimento do processo formativo? São algumas questões que a Direcção Geral do Emprego e Relações de Trabalho se propõe responder com a sua participação neste congresso.
Autores: Ana Paula Alão;
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659 - Organizações e Meio Envolvente: o caso do ‘Policiamento de Proximidade’
O ‘policiamento de proximidade’ não é apenas uma prática de policiamento diferente ou alternativo mas sim toda uma alteração do paradigma de actuação e de uma organização na sua relação com o meio envolvente. Sendo um conceito já bastante desenvolvido tanto na Europa como nos Estados Unidos da América, foi em 2006 que a PSP implementou o Programa Integrado de Policiamento de Proximidade que, para além de tudo o que uma lógica deste tipo implica, integra programas específicos já em curso. No estudo de acompanhamento e avaliação deste projecto-piloto realizado pela FCSH/SociNova-CesNova procurou-se, na lógica da Sociologia das Organizações, avaliar, por um lado, a perspectiva da população relativamente à sua percepção da segurança, do policiamento e dos resultados da actividade policial e, por outro, a dos agentes sobre a forma como se relacionam com a população e com a estrutura em que se inserem. Tendo sido um estudo realizado em duas fases, tentou-se, num primeiro momento, perceber a receptividade da população e dos agentes a esta nova lógica e, num segundo momento (cerca de um ano depois), levar a cabo um esforço de avaliação dos resultados desta prática.
Autores: Manuel Lisboa; Ana Lúcia Teixeira Dias;
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763 - Qualidade do trabalho e qualidade de vida: padrões e articulações
Sendo uma área de problematização sociológica actualmente com grande vitalidade, a pesquisa sobre Qualidade de Vida é bastante recente em Portugal. A partir de um projecto europeu onde participam oito países, são apresentados alguns elementos de reflexão sobre o tema, centrados na influência exercida por um conjunto de variáveis relativas à esfera do trabalho sobre os níveis declarados de bem-estar subjectivo de uma amostra de trabalhadores do sector dos serviços; destaque analítico é também dado a outros factores de diferenciação social como o sexo, a idade, a profissão e o capital escolar. Tendo alguns estudos comparativos anteriores, a nível europeu, chamado a atenção para os baixos níveis globais de bem-estar em Portugal, interessará sobremaneira explorar mais de perto a diversidade de condições sociais e profissionais que influenciam a qualidade do trabalho em particular e da vida em termos gerais dos vários grupos de trabalhadores portugueses. Atenção particular é prestada à articulação entre qualidade do trabalho e bem-estar.
Autores: Eduardo Alexandre Rodrigues; Maria das Dores Guerreiro; Eduardo Alexandre Rodrigues;
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Apesar de vivermos em pleno século XXI, numa fase pós-modernista, o famoso mote “Proletários de todo os países uni-vos!” de Karl Marx e Engels (Engels; Marx, 1848) tornou-se desapropriado para uma sociedade cada vez mais individualizada, fluida e líquida. (Bauman, 2001). No entanto, a alienação e pauperismo laborais permanecem, pois os trabalhadores continuam sendo vistos como meras extensões das máquinas. Além disso, a agressividade do mercado e o crescimento do desemprego reforçam as situações de precariedade do trabalhador que se vê desamparado pela falta de negociação, acção colectiva e reivindicativa. A flexigurança é vendida como defensora de ideais de justiça e inclusão social, considerados elementos-chave na modernização dos mercados de trabalho. Em Portugal os call centers representam uma nova aglomeração e organização de trabalhadores, empregando uma vasta camada populacional isenta da possibilidade de recurso a outro meio de empregabilidade e/ou sobrevivência. É essa experiência pessoal laboral que pretendo relatar, denunciando as desigualdades e injustiças locais vividas que culminaram num despedimento inflexível, inseridos num quadro transnacional de crise do modelo fordista.
Autores: Isabel Maria B. Roque; Isabel Roque;
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398 - Um olhar sobre a satisfação com o trabalho…estudo de caso
A influência da dimensão temporal sobre os aspectos micro e macro que influenciam a satisfação organizacional não está totalmente esclarecida, tornando-se relevante avaliar o efeito do tempo sobre os determinantes da satisfação com o trabalho. Averiguou-se a satisfação com o trabalho dos colaboradores de uma organização em 2 momentos distanciados 10 anos, constatando-se um aumento significativo nas médias de 3.2 para 4.6. Em ambos os momentos, apenas duas variáveis tiveram capacidade preditiva, sendo em 1996 o “feedback” e os “valores de orientação colectivista”, e em 2007 a “autonomia” e “a justiça distributiva”. É de ressaltar que esta inversão no padrão explicativo contribuiu para que o modelo de regressão desenvolvido duplicasse a sua capacidade preditiva, que passou de 12% para 32%. Verificou-se ainda que no tempo 2 os valores do trabalho de orientação colectivista inverteram o seu sinal, passaram a tender para zero e perderam a significância, indicando estes dados que a mudança organizacional vivida ao longo desta década poderá ter estado intimamente associada com a institucionalização da meritocracia.
Autores: Filipa da Palma Carlos Alves da Costa; Filipa Alves Costa ; Susana Correia Santos; Ana Passos; António Caetano;
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42 - Visões convergentes e divergentes da satisfação com as recompensas
Apesar da satisfação com o trabalho geralmente revelar valores bastante elevados, a satisfação com as recompensas é, em regra, baixa. Este dado é interessante para investigadores e determinante para gestores, estando as razões subjacentes por explorar. Com este trabalho pretende-se contribuir para a análise da influência das características centrais do trabalho na satisfação com as recompensas em dois momentos temporais distintos, distanciados em cerca de uma década. Uma amostra de conveniência com 258 indivíduos em 1996 e 142 indivíduos em 2007, respondeu a um questionário voluntariamente. Em 1996 a variedade e o feedback das chefias tiveram um efeito directo e positivo estatisticamente significativo na predição da satisfação com as recompensas, e o significado do trabalho tem um efeito negativo. No segundo momento de análise, somente o feedback das chefias teve um efeito directo, positivo e estatisticamente significativo. Uma vez que as práticas de liderança têm impacto na satisfação com as recompensas dos colaboradores, sugere-se o desenvolvimento de planos de formação para as chefias sobre feedback, fomentando uma aproximação entre a chefia e o colaborador, independentemente das políticas de recompensas.
Autores: Susana Helena Correia Santos; Susana Correia Santos; Filipa Alves da Costa; Nelson Ramalho; António Caetano;
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