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VII CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA

PARA O VII CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA

Ficha Técnica:

Organização e Edição:
Associação Portuguesa de Sociologia
Av. Prof. Aníbal de Bettencourt, 9
1600-189 Lisboa
Tel: 217804738 / Fax: 217940274 / E-mail: aps@aps.pt / http://www.aps.pt

Produção técnica:
Plug & Play
Rua José Augusto Coelho nº 117
2925-543 Azeitão
Tel: 210 854 236 / Fax: 210 854 236 / http://www.plugeplay.com

ISBN: 978-989-97981-0-6

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©Associação Portuguesa de Sociologia – Lisboa, 2012

Associação Portuguesa de Sociologia

 

Como referenciar os textos desta edição

SOBRENOME DO AUTOR, Prenome(s) (2012). Título do texto. in Atas do VII Congresso Português de Sociologia, Lisboa: APS. ISBN: 978-989-97981-0-6. Disponível em http://www.aps.pt/vii_congresso/?area=016&lg=pt. Acesso em: Dia mês (abreviado) ano.

Editorial

Cidades, Campos e Territórios[ Voltar às Áreas ]

Mesa nº 6 - Cidade e Espaços Públicos II[ Voltar às Mesas ]

  • PAP0963 - À Escala do Lugar. Lazer e Consumo na Praia de Carcavelos
    Resumo de PAP0963 - À Escala do Lugar. Lazer e Consumo na Praia de Carcavelos PAP0963 - À Escala do Lugar. Lazer e Consumo na Praia de Carcavelos
    • ALMEIDA, Pedro Miguel CV de ALMEIDA, Pedro Miguel
    • PAP0963 - À Escala do Lugar. Lazer e Consumo na Praia de Carcavelos

      "Mas contrariamento àquilo que se teme ou espera, estas tecnologias [TIC] não põem em causa a concentração metropolitana nem substituem as cidades reais pelas cidades virtuais." François Ascher Conhecer o sentido das práticas sociais à escala do lugar permite-nos, de igual modo, atribuir sentidos às vivências quotidianas de um território inequivocamente mais extenso, e denso, como a metrópole de Lisboa. Neste documento propomo-nos a desvelar algumas dessas práticas, compreendendo que os lugares não se circunscrevem apenas por limites fronteiriços socialmente construídos, antes que os mesmos concentram em si toda uma panóplia de actores sociais, que os usam e dos quais se apropriam, provenientes de diferentes segmentos etários e de distintos segmentos no que concerne à estratificação social. A opção de termos traçado como laboratório uma praia enquadrada na metrópole de Lisboa e no concelho de Cascais em particular não foi, de modo algum, ingénuo ou obra do acaso. Também não o foram a escolha do lazer e do consumo, fenómenos que amiúde se encontram entrosados pelas suas características específicas. Decidiu-se enveredar pela escolha de um lugar que pelas suas particularidades reúne o consenso na escolha do seu uso por actores sociais provenientes dos mais diferentes territórios da metrópole de Lisboa. Tal deve- se, em nosso entender, à imagem positiva que consegue transmitir para o exterior, tornando- se assim um espaço em que a atractividade desenrola um papel da maior relevância. Neste caso específico também decidimos orientar o nosso olhar sociológico para uma prática que cada vez mais é valorizada quer por actores sociais individuais, quer por actores sociais colectivos, pertençam, estes últimos, tanto à esfera pública - o Estado na sua dimensão de poder público nacional como local - como à esfera privada, onde os agentes económicos desempenham uma diversidade de papéis no sentido de satisfazerem objectivos orientados para o lucro. Sabemos que os tempos de lazer têm vindo a impôr-se cada vez mais como uma exigência de uma sociedade civil, que cada vez mais segmentada e ancorada em processos de individualização, ávida por tempos que qualidade desprendidos da esfera laboral ou do trabalho. Esses mesmos tempos de lazer querem- se, então, vistos preenchidos por práticas que lhes são específicas e que podem ocorrer em diversas alturas do ano e, inclusivamente, em distintos momentos do dia. Incidiremos portanto a análise não só num lazer diurno, mas também no lazer nocturno, que muito sensibiliza camadas mais jovens. No lugar da Praia de Carcavelos é no espaço público ou nos espaços de cariz de uso público que encontramos um mosaico de vivências urbanas ricas em diversidade e dotadas de uma durabilidade a que se tem vindo a assistir. Importa mencionar que a ocupação dos tempos livres se encontra amiúde entrosada com lógicas de consumo, relativamente próprias, às quais nos iremos igualmente dedicar.
  • - Pedro Miguel (Carvalho Pacheco de) Almeida
    - CesNova / FCSH-UNL
    - Sociologia – Licenciado Universidade Autónoma de Lisboa (opção preferencial – Exclusão Social) ; Mestre FCSH-UNL (op – Território, Cidade e Ambiente); Doutorando FCSH-UNL (op – Urbana, Território e Ambiente)
    - Sociologia Urbana, do Quotidiano, do Consumo, do Turismo, do Género, dos Comportamentos Desviantes
  • PAP0498 - Territórios Urbanos e Metrópole: linguagens e signos do grafite
    Resumo de PAP0498 - Territórios Urbanos e Metrópole: linguagens e signos do grafite PAP0498 - Territórios Urbanos e Metrópole: linguagens e signos do grafite
    • DIÓGENES, Glória CV de DIÓGENES, Glória
    •  SILVA, Lara Denise. CV - Não disponível 
    • PAP0498 - Territórios Urbanos e Metrópole: linguagens e signos do grafite

      O objetivo dessa proposta é o de acompanhar e analisar percursos urbanos de jovens grafiteiros de periferia em suas trajetórias de ocupação no espaço urbano e nos ambientes virtuais. Em uma pesquisa efetuada sobre a cartografia de gangues, galeras e o movimento hip hop identificamos que as trajetórias desses segmentos na cidade assumem uma lógica peculiar. São corpos em trânsito que parecem carregar signos do bairro, de filiações grupais, para onde possível for e assim realizar encontros, representações públicas e fincar marcas territoriais. Os corpos juvenis constituíam e ainda constituem um mapa ambulante da metrópole. No caso de grafiteiros, percebe-se formas de produção de signos, que transpõem fronteiras territoriais e criam uma peculiar linguagem no urbano e do urbano. Os fluxos de grafiteiros transpõem a invisibilidade dos bairros de periferia e criam um mapa não fixista da cidade. Os traços e cores esboçados em desenhos e grafites migram dos muros para telas virtuais e ampliam o escopo e a noção de esfera pública. Propomo-nos identificar no corpo dessa nova abordagem qual a noção de território de agrupamentos juvenis que se constituem na esfera das “relações virtuais”. Observa-se através desse foco de observação outra escala da metrópole e novos eixos de produção de identidades culturais e territoriais. Isso significa ultrapassar a visão de espaços delimitados, já que, como bem explicita Machado Pais, nos tempos que correm, os jovens vivem uma condição social em que as setas do tempo linear se cruzam com o enroscamento do tempo cíclico”. Analisaremos assim linhas, contornos e escalas de representação da metrópole contemporânea, através de inscrições, trajetórias e apropriações de jovens "grafiteiros". Vale ressaltar que muitos desses jovens, ao estampar seus grafites em espaços de intenso adensamento urbano, promovem novas reconfigurações de bairros de periferia apenas reconhecidos por situações de conflito e violência. Desse modo, o grafite constitui uma prática de re-apropriação simbólica do espaço urbano.
  • Glória Diógenes nasceu na cidade do Rio de Janeiro. É professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, Coordenadora do Laboratório das Juventudes (LAJUS), fundadora e ex-coordenadora do “Projeto Enxame – fazendo arte com gangues e galeras e ex-Secretária de Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Realizou uma série de pesquisas (publicadas) sobre a criança e o adolescente: “Meninos e meninas de rua: cenário de Ambigüidades” (1993); “História de Vida de Meninos e Meninas de rua” (1994); “Criança Infeliz” - Exploração Sexual-Comercial de crianças e adolescentes em Fortaleza (1998); “Personagens em foco: esses meninos e meninas moradores de rua” (1998). Organizado por outros autores, tem artigos publicados nos seguintes livros: “Abalando os anos 90: funk e hip hop” (Rocco,1997); “Linguagens da Violência” (Rocco, 2000) e “Violência em Tempo de Globalização” (Hucitec, 1999). “Política e Afetividade” (EDUFBA, 2009); “A Juventude vai ao Cinema” (Autêntica, 2009), Juventude em Pauta: Políticas Públicas no Brasil (Petrópolis/Ação Educativa, 2011), Juventudes Contemporâneas: um mosaico de possibilidades (2011). Em 1998, como resultado de sua tese de doutorado, lança, pela Annablume, o livro “Cartografias da Cultura e da Violência - gangues, galeras e o movimento hip hop”, em 2003, o livro “Itinerários de Corpos Juvenis” (Annablume), em 2004, o livro “Cenas de uma Tecnologia Social: Botando Boneco” (Annablume/SESI/FIEC), em 2008, o livro “Os Sete Sentimentos Capitais: Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes” (Annablume) e autora do livro e, em 2010 “ViraVida – uma virada na vida de meninos e meninas no Brasil” (SESI). Junto com o Armazém Cultural organiza os Encontros de Twtteiros Culturais (ETC) em Fortaleza. No momento, pesquisa “Ciber-afectos e conexões em redes: intervenções juvenis na cidade”.
  • PAP0212 - Um blasé, um flâneur e um crítico. A propósito de
    Resumo de PAP0212 - Um blasé, um flâneur e um crítico. A propósito de  
    • FORTUNA, Carlos CV de FORTUNA, Carlos
    • PAP0212 - Um blasé, um flâneur e um crítico. A propósito de

      A metrópole… de Simmel é abordado como texto seminal da sociologia urbana e da análise dos comportamentos humanos em contextos metropolitanos. Cem anos passados, é possível detetar a evolução desse contributo, por um lado, através da ligação entre a atitude blasé do próprio autor e, por outro, pelas narrativas contidas na assumida flânerie de Franz Hessel e na crítica de Jeremy Seabrook. Que diferenças existem nessas narrativas que denotam outras tantas configurações sociais das grandes cidades, ao longo de cem anos? Desde o tempo de Simmel, aos meados do século XX e aos nossos dias? Palavras-chave: Simmel; metrópole; flânerie; cânone urbano
  • CARLOS FORTUNA
    Professor de Sociologia na Fac. de Economia da Univ. de Coimbra. Investigador do CES. Doutorado em Sociologia pela Universidade de Nova Iorque (Binghamton), produz hoje investigação na área da Sociologia das Cidades. Foi Presidente da Direção APS (1998-2002).
  • PAP0191 - O turismo como via de engrandecimento para as cidades: Dilemas e estratégias de desenvolvimento de quatro cidades médias da Península Ibérica
    Resumo de PAP0191 - O turismo como via de engrandecimento para as cidades: Dilemas e estratégias de desenvolvimento de quatro cidades médias da Península Ibérica PAP0191 - O turismo como via de engrandecimento para as cidades: Dilemas e estratégias de desenvolvimento de quatro cidades médias da Península Ibérica
    • GOMES, Carina Sousa CV de GOMES, Carina Sousa
    • PAP0191 - O turismo como via de engrandecimento para as cidades: Dilemas e estratégias de desenvolvimento de quatro cidades médias da Península Ibérica

      Os discursos que vêm sendo produzidos sobre as cidades no mundo ocidental tenderam a perpetuar a ideia de que as cidades deveriam ser coisas grandes, independentemente de serem extraordinárias ou terríveis na sua grandeza. A literatura produzida pela sociologia urbana concedeu desde cedo primazia a determinadas geografias centrais e privilegiadas do ponto de vista socioeconómico – a grandes cidades encaradas pelos teóricos como os casos mais tipicamente urbanos e, por isso, mais representativos das cidades de todo o mundo. A assunção desta possibilidade de generalização a outros contextos implicou, por seu turno, um esquecimento razoável das cidades de pequena e média dimensão. Nesta comunicação pretende-se, justamente, discutir um conjunto de interrogações teóricas sobre as cidades que não são grandes e as várias formas como tais conceptualizações são diversamente percetíveis nas realidades físicas e simbólicas destas cidades. Partindo de investigação em curso acerca do papel do turismo na (re)construção das paisagens, das imagens e da identidade cultural das cidades, equaciono a pequenez de tamanho por comparação ao engrandecimento que algumas cidades perseguem. Faço-o por referência a uma atividade específica – o turismo – nas suas componentes económica, cultural e simbólica, e com recurso a situações exemplares dos contextos urbanos português e espanhol – onde, a uma escala comparativa global, existem sobretudo pequenos aglomerados urbanos. Centrando a atenção em cidades que estão geralmente ausentes da literatura globalizada dos estudos urbanos, e considerando a componente turística de cada uma, discuto os modos como (re)inventam, justificam ou perseguem formas de grandeza ou pequenez. Defendendo a hipótese de que o turismo permite às cidades alcançar uma influência que supera o seu tamanho geográfico, considero alguns materiais de promoção turística que, descrevendo cidades idealizadas e apresentando-as de forma atrativa, as inscrevem em espaços mais vastos, enunciando formas de engrandecimento e valorização que as colocam para além da sua dimensão física e material mais imediata. Procura-se assim problematizar o estatuto, as funções e as possibilidades que o fenómeno turístico encerra em cidades pequenas – cidades que entre a grandeza cosmopolita das metrópoles e a proximidade ao rural mais localista, enfrentam constantemente desafios e dilemas entre a possibilidade de crescimento e a conservação da sua pequenez.
  • Carina Sousa Gomes
    Investigadora do Centro de Estudos Sociais, integra o Núcleo de Estudos sobre Cidades, Culturas e Arquitetura. É licenciada em Sociologia, pela Universidade de Coimbra e mestre em Sociologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É doutoranda em Sociologia, no programa "Cidades e Culturas Urbanas", da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Os seus interesses atuais de investigação centram-se nas questões das cidades e seus centros históricos, turismo, imaginários turísticos urbanos, património e culturas urbanas.
  • PAP0173 - A cidade contemporânea e os “não-lugares”
    Resumo de PAP0173 - A cidade contemporânea e os “não-lugares” PAP0173 - A cidade contemporânea e os “não-lugares”
    • SÁ, Teresa CV de SÁ, Teresa
    • PAP0173 - A cidade contemporânea e os “não-lugares”

      Partimos das noções de “não-lugares” (Marc Augé) e “espaços de fluxos” (Manuel Castells) para pensar a cidade contemporânea. Seguindo Marc Augé a cidade hoje convive com uma série de “riscos”: de uniformidade (semelhança entre espaços), extensão (generalização do urbano) e de implosão (guetização dos bairros). O seu crescimento, associado ao aumento de circulação, da comunicação e do consumo, implica cada vez mais a construção de “não-lugares”: auto-estradas, grandes supermercados, centros comerciais, aeroportos, etc. Trata-se, segundo Augé, de espaços físicos que vão modelar novas formas de interacção assentes numa “contratualidade solitária”. Manuel Castells no seu livro A sociedade em rede, vai analisar a nova lógica espacial, resultante da interacção entre tecnologia, sociedade e espaço, denominando-a o "espaço de fluxos" (que se constitui a partir de um conjunto de serviços avançados: finanças, seguros, bens imobiliários, projectos, marketing, e inovação científica, etc.). Esse "espaço de fluxos" opõe-se à organização espacial historicamente enraizada, a que Castells chamou o "espaço dos lugares". Aproximando o “espaço de fluxos” dos “não-lugares”, procuraremos pensar a forma como uma certa organização espacial, determina ou não, o processo de interacções sociais. Como último ponto analisaremos o papel da arquitectura na construção dos “lugares” e não-lugares” na cidade contemporânea. Segundo Josep Maria Montaner a sensibilidade da arquitectura contemporânea em relação ao lugar (enquanto um espaço empírico, concreto, existencial e delimitado) é um fenómeno recente. A relação da arquitectura com o lugar tem a ver com a cultura organicista desenvolvida na obra de Frank Lloyd Wright e as propostas dos arquitectos nórdicos encabeçados por Alvar Aalto. Para os autores mencionados: Marc Augé, Manuel Castells e Josep Montaner, a arquitectura contemporânea é uma arquitectura não-histórica e não-cultural. Castells chama a esta arquitectura "arquitectura da nudez" – "a sua mensagem é o silêncio", Marc Augé uma arquitectura dos não-lugares” e Montaner refere que ela se enquadra numa multiplicidade de espaços (mediáticos, não-lugares, ciberespaço), representando um espaço de solidão de incomunicação entre os indivíduos. No entanto, os três autores mantêm presente a possibilidade de outras dinâmicas.
  • Teresa Vasconcelos e Sá, licenciada em Sociologia (ISCTE), mestre em Planeamento Regional e Urbano pela Universidade Técnica de Lisboa e doutorada na área de Sociologia do trabalho pelo ISCTE. Lecciona actualmente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa as disciplinas “Antropologia do Espaço”, “Sociologia da Cidade e do Território” e “Sociologia da Moda”.
    Desenvolve investigação nas áreas da sociologia do trabalho e do território.