PAP1565 - O uso do conhecimento profissional dos professores em contexto profissional: da “partilha” ao “share”
Na sociologia das profissões o conhecimento profissional tem sido entendido como um dos principais elementos distintivos dos grupos profissionais, e como recurso de poder e afirmação profissional. A pesquisa a partir da qual se propõe a presente comunicação, debruça-se sobre os processos de uso do conhecimento profissional e a representação que os profissionais – os professores - têm acerca do mesmo. A presente discussão enquadra-se na problemática do conhecimento profissional dos professores, em particular, numa das mais significativas dicotomias identificadas, a relação entre a teoria e prática profissionais (Tardif, Lessard e Lahaye, 1991; Sá-Chaves, 1994; Alarcão, 1996; Connelly e Claudinin, 1994; Fenstermacher, 1994; Losego, 1999; Perrenoud, 2001; Tardiff, 2004; Montero, 2005; Roldão, 2007; Lanthaume, 2006; Kelly, Luke e Green, 2008; Ulvik e Smith, 2011). Este debate embora não seja novo mantém-se actual (Nóvoa, 1995; Barbier, 1996; Chartier, 1998; Tardiff, 2004; Montero, 2005; Caria, 2009; Loureiro, 2010; Roldão, 2007; Ulvik e Smith, 2011). Este debate embora não seja novo mantém-se actual (Nóvoa, 1995; Barbier, 1996; Chartier, 1998; Tardiff, 2004; Montero, 2005; Caria, 2009; Loureiro, 2010; Roldão, 2007; Ulvik e Smith, 2011). Este debate embora não seja novo mantém-se actual (Nóvoa, 1995; Barbier, 1996; Chartier, 1998; Tardiff, 2004; Montero, 2005; Caria, 2009; Loureiro, 2010; Roldão, 2007; Ulvik e Smith, 2011). Metodologicamente os resultados trazidos para a discussão provêm de uma investigação desenvolvida em torno da prática profissional dos professores em contexto. Tecnicamente parte-se da análise das entrevistas sobre as situações observadas em contexto profissional, realizadas a 12 professoras do ensino básico de dois agrupamentos. A ideia de “partilha” revelou-se a mais central e transversal nos discursos, embora se referencie a situações e dinâmicas muito distintas, variando entre situações formais e informais, em presença ou à distância. Concluiu-se assim que para estas professoras constitui-se como elemento central da construção, mobilização e uso do seu conhecimento profissional as situações de trabalho conjunto, assim como a consulta a fontes muito diversificadas, sobretudo as disponíveis na web. O plano presencial, na escola, e o tecnológico, na Web, são referenciados como os “dois palcos” em que se joga essa “partilha”. Evidencia-se assim a importância que a prática profissional em equipa assume para estes profissionais (Sá-Chaves, 1994; Alarcão, 1996; Caria, 2003; Loureiro, 2010). Retoma-se a ideia que o conhecimento em si não é suficiente para se constituir como recurso, como refere Rodrigues (1997); é fundamental reconhecer e compreender os processos de construção e de apropriação do mesmo. Reforça-se a importância da reflexão sobre a produção e mobilização de conhecimento profissional para o reforço da profissionalização deste grupo (Caria, 2005; Roldão, 2007); sobretudo numa actualidade marcada por uma relativa incerteza seja pela (re)definição curricular, seja pelas alterações no acesso e progressão nas carreiras e avaliação de desempenho dos professores, seja ainda, pela pressão nacional e internacional para a melhoria dos resultados escolares (Lanthaume, 2006; Roldão, 2007, Timperley e Alton-Lee, 2008).